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Começa em Moscou julgamento de 12 opositores de Putin

Eles participaram no ano passado de uma manifestação contra o retorno de Putin ao poder para um terceiro mandato

Opositores russos em tribunal: o processo é considerado pela oposição um símbolo da repressão exercida contra os opositores de Putin
 (Andrey Smirnov/AFP)

Opositores russos em tribunal: o processo é considerado pela oposição um símbolo da repressão exercida contra os opositores de Putin (Andrey Smirnov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2013 às 09h29.

Moscou - Um julgamento de 12 opositores russos, que podem ser condenados a oito anos de trabalhos forçados por incidentes em uma manifestação na véspera da posse do presidente Vladimir Putin, começou nesta quinta-feira em Moscou.

Dez acusados, detidos há vários meses, estavam dentro de uma jaula de vidro blindado. Os outros dois, em liberdade condicional, estavam sentados em um banco do tribunal.

O processo é considerado pela oposição um símbolo da repressão exercida contra os opositores de Putin.

O "caso Bolotnaia", nome da praça no centro de Moscou que foi palco no dia 6 de maio de 2012 de uma manifestação contra o retorno ao poder de Putin para um terceiro mandato, envolve 30 pessoas no total.

Dezenas de militantes da oposição protestaram diante do tribunal e pediram a libertação dos "prisioneiros".

Muitos réus são cidadãos comuns que não pertencem a nenhum movimento político.

Um dos acusados é Iaroslav Belusov, de 21 anos, estudante de Ciência Política da Universidade do Estado de Moscou.

Ele é acusado ao lado de outras sete pessoas de ter participado em distúrbios em massa, crime pelo qual pode ser condenado a oito anos de reclusão, e de ter cometido atos de violência contra representantes das forças de segurança.

Os outros réus são Andrei Barabanov, 22 anos, Stepan Zimin, 21 anos, Alexei Polokhovitch, 22, Denis Lutskevitch, 21, Artem Savelov, 34, Serguei Krivov, 51 - todos em prisão provisória - e Alexandra Dukhanina, de 19, em prisão domiciliar.

Três manifestantes, Vladimir Akimenkov, 25 anos, Nikolai Kavkazski, 26, e Leonid Koviazin, 26, em prisão provisória, foram indiciados apenas por "participação em manifestações".

Maria Baronova, 29 anos, também em prisão domiciliar, foi acusada de incitar manifestações.


Alguns são acusados de terem jogado garrafas de plástico na polícia e outros pela destruição de banheiros públicos.

Os incidentes não deixaram nenhuma pessoa gravemente ferida.

A promotoria alega que 82 policiais ficaram feridos nos confrontos, mas a oposição acusa as forças de segurança de terem provocado a situação para justificar um controle mais rígido dos protestos. Dezenas de manifestantes também ficaram feridos.

Também nesta quinta-feira, o opositor russo e campeão de xadrez Garry Kasparov anunciou em Genebra que não retornará a Moscou por temer uma perseguição judicial por suas atividades políticas.

"Se retornar a Moscou, duvido seriamente que teria a possibilidade de sair do país. No momento, abro mão de retornar à Rússia", declarou Kasparov em um vídeo divulgado em seu site oficial.

Kasparov, de 50 anos, viajou a Genebra na quarta-feira para receber um prêmio pelo compromisso a favor dos direitos humanos.

Ex-campeão do mundo de xadrez, Kasparov foi um dos fundadores dos movimentos de oposição Outra Rússia e Solidariedade.

Ele é considerado um dos principais opositores do presidente Vladimir Putin.

*Matéria atualizada às 9h29

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