Mundo

Com "fuzil na mão", grupos chavistas prometem defender Maduro

Chavistas estão determinados a defender o novo mandato do presidente Nicolás Maduro, custe o que custar

Venezuela: Nicolas Maduro participa da cerimônia de encerramento do ano com membros das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas. (Miraflores Palace/Reuters)

Venezuela: Nicolas Maduro participa da cerimônia de encerramento do ano com membros das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas. (Miraflores Palace/Reuters)

A

AFP

Publicado em 8 de janeiro de 2019 às 10h30.

Última atualização em 8 de janeiro de 2019 às 11h05.

"Quem tem colhões, pegue um fuzil!" - gritava um homem na frente de um grupo de chavistas, muitos armados, durante um protesto na segunda-feira, em Caracas, para defender o novo mandato do presidente Nicolás Maduro.

Os chamados "coletivos" fizeram um juramento simbólico a Maduro, exibindo fotos do presidente e de seu finado antecessor, Hugo Chávez, diante do Parlamento, controlado pela oposição e que declarou "ilegítimo e usurpador" o novo mandato.

Carros, motocicletas e caminhões, alguns carregando homens encapuzados e armados, cruzaram os subúrbios de Caracas para apoiar Maduro antes da posse, prevista para esta quinta-feira, no Tribunal Supremo de Justiça.

"Todos que têm colhões, fuzil na mão e dando a cara. Somos corpos combatentes, formados militarmente, armados para isto. Sem medo", disse Jorge Navas, chefe de uma das milícias chavistas, diante do Quartel de la Montaña, onde está o túmulo de Chávez, falecido em 2013.

"Aqui estamos, revolucionários, não delinquentes", declarou Navas - vestido de preto e com uma braçadeira com as cores da Venezuela - enquanto passava entre os emblemáticos subúrbios de 23 de Enero e Catia.

Os colectivos são grupos civis baseados em bairros populares, onde afirmam desenvolver atividades productivas, mas que a oposição denuncia como paramilitares do governo.

"Até a vitória sempre!" - gritou Valentín Santana, líder de um poderoso coletivo do 23 de Enero, após fazer um juramento simbólico.

Procurado pelas autoridades por homicídio e outros crimes, Santana é visto com frequência em atos públicos com ministros.

"A Revolução Bolivariana não se negocia. Os coletivos jamais vão negociar, afirmou Santana em um caminhão com pintura de camuflagem no qual havia homens fortemente armados.

No sábado passado, no início da legislatura, o novo presidente do Parlamento, Juan Guaidó, declarou Maduro como "usurpador" caso inicie o segundo mandato, e se comprometeu a criar condições para um "governo de transição" que convoque eleições.

Um dia antes, o Grupo de Lima, com o apoio dos Estados Unidos, pediu a Maduro que não tomasse posse e entregasse o poder ao Parlamento até a realização de "eleições democráticas".

Acompanhe tudo sobre:América LatinaNicolás MaduroVenezuela

Mais de Mundo

Declaração final do G20 defende taxação de super-ricos e pede paz em Gaza e na Ucrânia

Governo Milei vira destaque no G20 ao questionar declaração final e fechar acordo sobre gás

Biden se atrasa e fica de fora da foto de família do G20

'Não é preciso esperar nova guerra mundial para mudar ordem internacional', diz Lula no G20