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China prepara enciclopédia on-line para desafiar Wikipedia

De acordo com o autor do projeto, a enciclopédia terá como objetivo guiar a opinião pública no país

Diferentemente da Wikipedia ou seu equivalente chinês Baidu Baike, o novo projeto de enciclopédia estará inteiramente redigido por profissionais (Lionel Bonaventure/AFP)

Diferentemente da Wikipedia ou seu equivalente chinês Baidu Baike, o novo projeto de enciclopédia estará inteiramente redigido por profissionais (Lionel Bonaventure/AFP)

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AFP

Publicado em 3 de maio de 2017 às 09h13.

A China planeja lançar no próximo ano uma enciclopédia on-line apresentada como "uma Grande Muralha cultural", diante da influência estrangeira, em geral, e à Wikipedia, em particular.

A China deve publicar sua própria enciclopédia com o objetivo de guiar a opinião pública, explicou o principal promotor do projeto, Yang Muzhi, em um artigo publicado no mês passado no site da Academia Chinesa das Ciências.

Diferentemente da Wikipedia ou seu equivalente chinês Baidu Baike, que recorrem aos serviços de voluntários e cujos conteúdos on-line são revisados permanentemente, o novo projeto estará inteiramente redigido por profissionais.

Mais de 20.000 universitários já foram recrutados para participar do projeto, que terá mais de 300.000 entradas em seu lançamento no próximo ano, segundo o mesmo artigo.

Em outro artigo publicado no ano passado, Yang Muzhi apresentou a futura enciclopédia como uma rival da Wikipedia e da enciclopédia Britannica.

O projeto, sob a supervisão do Grupo de Edição Chinês, uma empresa estatal, "terá características chinesas", explicou.

A enciclopédia "será um símbolo do desenvolvimento cultural e tecnológico do país", que aumenta sua influência internacional.

Embora a Wikipedia esteja autorizada na China, o regime comunista bloqueia outras fontes de informação, como Google, assim como redes sociais, entre elas Facebook e Twitter. Além disso, a internet chinesa está limpa de qualquer conteúdo politicamente sensível.

A China conta com mais de 700 milhões de internautas, mas segundo o centro de reflexão americano Freedom House, em 2015 a política de Pequim era a mais restritiva sobre os conteúdos on-line dos 65 países estudados, entre eles Irã e Síria.

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