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Chanceler venezuelano rejeita mediação internacional no país

Chanceler venezuelano, Elías Jaua, disse que o país não necessita de mediação internacional. "Problemas podem ser resolvidos entre venezuelanos", declarou


	Manifestação em Caracas contra o presidente Nicolás Maduro
 (Leo Ramirez/AFP)

Manifestação em Caracas contra o presidente Nicolás Maduro (Leo Ramirez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2014 às 10h22.

Genebra - A Venezuela não necessita de uma mediação internacional para resolver seus problemas internos, afirmou nesta terça-feira o chanceler venezuelano, Elías Jaua, após ser consultado sobre a visita do assessor especial para assuntos internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.

'Não há nenhuma proposta formal de mediação de nenhum país.... De todas as maneiras, a Venezuela não necessita de nenhuma mediação internacional. Os problemas que temos podem ser resolvidos entre os venezuelanos', afirmou Jaua em entrevista coletiva.

'A Conferência Nacional de Paz convocada pelo presidente Maduro serviu para buscar esse diálogo. Podemos solucionar nossos problemas e recuperar o espaço do discurso democrático', assegurou o chanceler venezuelano.

As declarações de Jaua vêm à tona depois de a imprensa brasileira ter informado que García viajaria para Caracas para participar 'oficialmente' dos atos em homenagem ao comandante Hugo Chávez, mas também para 'aproveitar' e se reunir com 'altos cargos do governo' para conversar sobre a crise que o país atravessa.

O governo não emitiu nenhum comunicado específico sobre a crise venezuelana, apesar de, com base nos acordos do Mercosul, apoiar o governo de Nicolás Maduro, eleito democraticamente.

De fato, ontem, o chanceler argentino, Jorge Timerman, apoiou a Venezuela no Conselho de Direitos Humanos, ao criticar aos movimentos que desejam derrubar executivos eleitos democraticamente a partir de manifestações.

García, que já era assessor especial em assuntos internacionais no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e continua no cargo na gestão da presidente Dilma Roussef, é conhecido por ser um especialista em assuntos latino-americanos e um fino negociador.

Jaua, no entanto, insistiu em lembrar que o governo venezuelano conta com o apoio explícito não só do Mercosul, cuja Presidência pró-tempore é exercida neste semestre pela Venezuela, mas também de outros blocos da região, como o Caricom e a Unasul.

Questionado sobre o anúncio do líder opositor Henrique Capriles de 'ir à ONU explicar o que realmente ocorre na Venezuela', Jaua respondeu: 'Todo mundo sabe que nos fóruns internacionais quem discursam são os Estados-membros'.

O chanceler passou um dia e meio em Genebra, onde participou do segmento de alto nível da 25ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, onde discursou ontem.

Além disso, o chanceler venezuelano aproveitou a ocasião para manter distintas reuniões bilaterais, entre elas com o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Seguei Lavrov, a quem Jaua agradeceu pessoalmente 'o apoio sem ambiguidades que o presidente Putin expressou à democracia e a estabilidade na Venezuela'.

O chefe da diplomacia venezuelana também se reuniu com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Consultado sobre o comentário de Ban que o Governo de Maduro deve escutar as 'legítimas reivindicações' do povo, Jaua respondeu que 'uma coisa são as legítimas reivindicações de uma sociedade democrática, mas que estas não podem ser confundidas com a ação de grupos treinados para realizar uma violência planejada'. EFE

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