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Candidato da direita promete "ruptura radical" para França

François Fillon, 62 anos, venceu Juppé no primeiro turno das primárias e é o grande favorito para o segundo turno do próximo domingo

François Fillon: "meu diagnóstico é que nosso país está à beira da revolta" (Andreas Rentz)
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AFP

Publicado em 25 de novembro de 2016 às 08h54.

O favorito das primárias da direita francesa, François Fillon, prometeu nesta quinta-feira uma ruptura mais "radical" do que seu rival, o moderado Alain Juppé, se chegar à presidência da França no próximo ano, ao advertir que o país está "à beira da revolta".

"Meu projeto é mais radical, talvez mais difícil", afirmou o ex-primeiro-ministro de Nicolas Sarkozy (2007-2012) durante o último debate organizado pelos conservadores franceses a três dias do segundo turno das primárias.

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"Meu diagnóstico é que nosso país está à beira da revolta", disse Fillon, que descreveu um país com "impostos cada vez mais altos, uma dívida abismal e um desemprego em massa".

François Fillon, 62 anos, venceu com 44% dos votos - contra 28% para Juppé - o primeiro turno das primárias e é o grande favorito para o segundo turno do próximo domingo.

A votação é crucial porque, diante de uma esquerda fragmentada, o vencedor das primárias terá praticamente assegurada a passagem ao segundo turno das presidenciais de 2017.

Para sair da situação, Fillon, um admirador de Margaret Thatcher, promete reduzir e 100 bilhões de euros os gastos públicos, eliminar 500.000 postos de trabalho, acabar com a semana de trabalho de 35 horas e aumentar para 65 anos a idade da aposentadoria (atualmente em 62 anos).

O seu rival Juppé, 71 anos, ex-primeiro-ministro (1995-1997) e atual prefeito de Bordeaux, se declarou disposto a executar "reformas profundas, mas sem brutalidade".

Fillon quer flexibilizar o mercado de trabalho. Juppé admite que os franceses devem trabalhar mais, porém om um limite de 39 horas por semana no funcionalismo público.

Ele disse que as promessas de Fillon são irreais e propôs uma reforma "mais gradual".

"Não digo que é fácil, mas é possível", afirmou Fillon, que acusou Juppé de "propor modificações que não mudarão de forma profunda o país.

Os dois também estabeleceram diferenças na área social.

O extremamente conservador Fillon, um católico devoto pai de cinco filhos, reiterou a oposição à adoção plena para casais de pessoas do mesmo sexo.

Mas ele disse que não modificará a lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aprovada em 2013 pelo governo do socialista François Hollande.

Juppé, com posições mais moderadas, faz campanha como uma figura unificadora.

"Quero ser o presidente de todos os franceses", declarou.

De acordo com uma pesquisa Ifop-Fiducial, Fillon deve ser o vencedor das primárias com 65% dos votos.

O vencedor da disputa interna da direita enfrentará na eleição presidencial, entre outros, um candidato socialista que ainda será designado e a líder da Frente Nacional (FN), Marine Le Pen.

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