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Aumento nos preços dos combustíveis pressiona a economia dos EUA

Custos de energia geram efeitos mistos na economia dos Estados Unidos

fila em posto de gasolina no Brooklyn (Reuters/Divulgação)

fila em posto de gasolina no Brooklyn (Reuters/Divulgação)

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AFP

Publicado em 13 de junho de 2022 às 10h46.

Os altos custos de energia geram efeitos mistos na economia dos Estados Unidos. Alguns consumidores assumem os preços altos, enquanto outros precisaram mudar de hábitos ou apertar o cinto. 

A seguir, alguns exemplos de como está o panorama para diferentes setores:

Caminhoneiros veem austeridade

Enquanto precisa lidar com o aumento dos preços do combustível, o caminhoneiro Lamar Buckwalter vê sinais ao seu redor de que os consumidores estão cortando gastos.

"As pessoas estão começando a cortar os gastos extras", diz Buckwalter, filho e neto de caminhoneiros, que vive na Pensilvânia.

Na última vez que abasteceu, Buckwalter gastou 5,79 dólares por galão em diesel, mais que o dobro do preço de um ano atrás, uma mudança acentuada pelas baixas taxas de emprego à medida que a demanda por serviços de transporte de caminhões diminui.

Tempos difíceis para taxistas

O impacto também é sentido por Rutz Alliance, taxista de Nova York cujo bolso fica mais vazio a cada dia.

"Costumava colocar 25 dólares em gasolina todos os dias", diz Alliance à AFP. "Agora são mais de 45".

"Estamos tentando viver. Não tenho opção. A inflação está por todos os lados. No aluguel, na comida, em tudo, mas é 'pegar ou largar'", afirma.

Em março, a Aliança de Taxistas de Nova York classificou o aumento dos preços como uma "emergência" e pediu uma sobretaxa temporária de 75 centavos. No entanto, as autoridades não chegaram a tomar providências.

 Companhias aéreas pouco afetadas

As companhias aéreas estão entre os setores mais diretamente afetados pelos aumentos nos preços da energia, com o combustível de aviação subindo quase 50% desde meados de março, segundo a Argus.

Tal cenário normalmente levaria a uma enorme queda para a indústria, uma vez que combustível e mão de obra são duas grandes fontes de custos.

"A regra geral neste setor é que você pode passar por um aumento de dois terços nos preços dos combustíveis em 3-6 meses e um aumento total em 6-12 meses", diz Savanthi Syth, especialista do setor na Raymond James.

Mas as companhias aéreas se beneficiam da "demanda reprimida" dos clientes que querem viajar depois de mais de dois anos confinados pela pandemia de covid-19.

As passagens aéreas aumentaram 38% em relação ao ano anterior. Executivos do setor dizem que estão tendo poucos problemas para evitar o impacto do combustível mais caro.

Demanda reprimida salva o turismo

Chayzz Devyant precisou abrir mão de sua habitual visita de verão a Atlantic City, devido aos preços da gasolina.

"A culpa é das grandes empresas de petróleo", afirma Devyant, que espera trabalhar de casa para economizar dinheiro do combustível.

No entanto, os especialistas em viagens ainda esperam um verão movimentado, mesmo que clientes omo Devyant reduzam o deslocamento.

"Estamos vendo mensagens contraditórias. Os preços do petróleo obviamente estão tendo um efeito", afirma Aaron SzyF, economista da American Travel Association.

"No entanto, a demanda reprimida é tão alta que hotéis, atrações, parques nacionais e voos devem estar em plena capacidade neste verão".

Veículos elétricos, mais atrativos

Os preços mais altos da gasolina aumentaram o interesse do consumidor em veículos elétricos. Desde janeiro, as visitas a sites sobre esses carros aumentaram 73%, segundo a Cox Automotive.

De qualquer forma, as visitas por veículos elétricos representam uma porcentagem relativamente pequena do total (5,7%), segundo a Cox. Além disso, a escassez de semicondutores e outros componentes-chave deixam os revendedores de automóveis com estoques limitados, estrangulando as vendas.

Em maio, a Toyota e a Lexus venderam 46.000 veículos híbridos, uma queda de 17% em relação ao mesmo período do ano passado, em meio à escassez da oferta.

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