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China não repetirá crise de 1997, dizem BofA e J.P. Morgan

Hoje, os países asiáticos tem déficit em conta corrente, mas balanços fortes, dependendo menos de empréstimos de moedas estrangeiras, segundo o banco


	Diferente de 1997, os países asiáticos tem déficit em conta corrente, mas balanços fortes, dependendo menos de empréstimos de moedas estrangeiras, segundo o banco
 (AFP)

Diferente de 1997, os países asiáticos tem déficit em conta corrente, mas balanços fortes, dependendo menos de empréstimos de moedas estrangeiras, segundo o banco (AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2015 às 10h10.

Londres - A desvalorização do yuan e o recente cenário de queda nos mercados de câmbio e de ações da Ásia não devem levar a outra crise financeira asiática, como acreditam alguns, afirmam analistas do Bank of America Merrill Lynch. O analista Josh Klaczek, do J.P. Morgan, também argumenta que o cenário é diferente.

"Nós acreditamos que a apreensão do mercado é exagerada, já que o câmbio na Ásia está subvalorizado e as opções de política são amplas", afirma o Bank of America Merrill Lynch.

Diferentemente de 1997, a maioria dos países asiáticos tem déficit em conta corrente, mas balanços fortes, dependendo menos de empréstimos de moedas estrangeiras, segundo o banco. Mais importante ainda, os países asiáticos também têm mais espaço político para combater uma crise.

Muitos países, como China, Coreia do Sul e Índia, podem cortar mais os juros neste ano, enquanto durante a crise de 1997 muitas nações asiáticas tiveram de elevar os juros, para defender suas moedas.

Klaczek diz que a região asiática atingiu um "ponto de inflexão negativa, relativo à qualidade e ao crescimento dos ativos". Segundo ele, porém, apesar de semelhanças com o período anterior a 1997, há diferenças de magnitude e composição.

O analista do J.P. Morgan cita, por exemplo, o fato de que a dívida corporativa externa é bem mais baixa hoje, mas com uma alavancagem geral doméstica maior, ainda que a maior parte dessa alavancagem esteja concentrada em China, Hong Kong e Cingapura.

"Essa dinâmica representa uma saída do financiamento estrangeiro na região e o uso do excesso de liquidez para apoiar o consumo e o investimento após a crise financeira global", afirma o economista.

Do lado negativo, Klaczek aponta que a relação entre crédito privado e Produto Interno Bruto (PIB) na Ásia é 29% maior hoje que em 1996.

Além disso, diferentemente do que ocorreu em 1998, o Federal Reserve, o banco central norte-americano, pode estar menos em uma posição de agir como um agente capaz de ajudar a conter o fluxo de saída de capital.

O analista lembra que o Fed em 1998 cortou os juros três vezes, ajudando a conter a crise nos emergentes. "Mas neste caso, a alta de juros do Fed pode apenas ser retardada, o que deve enfraquecer mais os mercados emergentes", diz Klaczek.

O analista diz que, se por um lado a relação entre crédito e PIB continua elevada na região, a diferença principal com 1996 é que uma parte maior do crescimento tem sido financiada com liquidez doméstica.

Nos anos 1990, países como Indonésia, Malásia e Tailândia tinham déficits em conta corrente muito altos, o que resultou em crise quando os fluxos de capital começaram a reverter seu curso e as contas correntes não puderam apoiar as reservas.

Agora, esses déficits são menores, na comparação, o que por sua vez permitiu que a Ásia construa maiores colchões de reserva em moeda estrangeira em geral, de acordo com o analista.

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