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Ao menos 65 pessoas são executadas em cidade síria

Com idade por volta de 20 anos, os jovens foram executados com tiros na cabeça e a maioria tinha as mãos atadas às costas

Sírios carregam corpos de homens mortos na cidade de Alepo: voluntários carregaram os corpos que ainda não foram identificados (Jm Lopez/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2013 às 12h33.

Alepo - Os corpos de pelo menos 65 jovens mortos com tiros na cabeça foram encontrados nesta terça-feira na cidade síria de Alepo, horas antes da prestação de contas do mediador internacional Lakhdar Brahimi na ONU.

Brahimi, emissário da ONU e da Liga árabe na Síria , deverá explicar às 18h00 de Brasília ao Conselho de segurança os esforços feitos até agora para tentar colocar fim ao conflito que já deixou mais de 60.000 mortos em cerca de dois anos no país.

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que possui uma ampla rede de fontes militares e médicas, "pelo menos 65 cadáveres não identificados foram encontrados em Bustane al-Kasr", bairro controlado pelos rebeldes em Aleppo, cidade do norte da Síria que vive combates constantes entre soldados do regime e insurgentes.

"Com cerca de vinte anos de idade, eles foram executados com um tiro na cabeça. Vestindo roupas civis, a maioria foi encontrada com as mãos amarradas atrás das costas", informou o Observatório. Eles foram retirados do rio Quweiq que separa Bustane al-Kasr e Ansari, bairro também em mãos rebeldes.

No local, um capitão rebelde, Abu Saada, informou à AFP que "até o momento, 68 corpos foram encontrados, inclusive de crianças, mas é provável que existam mais de 100 ainda debaixo d'água", avisou.

"Não sabemos quem são porque eles não possuem identidade", declarou um voluntário que ajudava a colocar um corpo num caminhão.

No veículo, um correspondente da AFP pôde contar quinze cadáveres.

Abu Saada acusou o regime dessas execuções.


Porém, um membro dos serviços de segurança do regime afirmou à AFP que se tratavam de "cidadãos de Bustane al-Kasr, que foram levados por grupos terroristas após serem acusados de favorecer o regime".

"Eles foram executados na madrugada de terça-feira e seus corpos foram jogados no rio", afirmou. O regime acusa os rebeldes de serem "terroristas".

Rebeldes e regime têm o hábito de se acusarem de massacres, mas não foi possível confirmar as informações das fontes independentes.

Trata-se da última descoberta macabra na Síria, onde uma revolta popular iniciada em 15 de março de 2011 e reprimida com violência pelo regime se transformou em uma guerra civil entre tropas governamentais e desertores ajudados por civis armados e jihadistas vindos de outros países.

O último massacre descoberto foi em 15 de janeiro. O OSDH acusou o exército de ter matado 106 civis, entre mulheres e crianças, perto de Homs (centro), em plantações onde desalojados haviam se refugiado para escapar de saques. A organização afirmou que as vítimas morreram em incêndios nas suas casas ou devido a ferimentos causados por armas brancas.

Por todo o país, os combates prosseguiam entre rebeldes e soldados, ambos os lados buscando expandir suas presenças no leste e na periferia de Damasco.

Os insurgentes conseguiram uma importante vitória em Deir Ezzor (leste), tomando um posto de informações políticas e duas pontes sobre o rio Eufrates, na estrada utilizada pelo exército para abastecer a cidade de Hassaké, mais ao norte, informou a OSDH.

A ofensiva, chamada de "Madrugada da libertação", foi conduzida em conjunto pelo Exército sírio livre (ASL) e pelos jihadistas da Frente Al-Nusra, ainda segundo a ONG.

"Se os rebeldes continuarem avançando, eles terão uma vitória estratégica, já que a cidade é a chave de toda a província por conter os principais campos de exploração de petróleo e gás do país", afirmou à AFP o diretor da OSDH, Rami Abdel Rahmane.

Os rebeldes também controlam a prisão central de Idleb (noroeste), informou a ONG.

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Alepo - Os corpos de pelo menos 65 jovens mortos com tiros na cabeça foram encontrados nesta terça-feira na cidade síria de Alepo, horas antes da prestação de contas do mediador internacional Lakhdar Brahimi na ONU.

Brahimi, emissário da ONU e da Liga árabe na Síria , deverá explicar às 18h00 de Brasília ao Conselho de segurança os esforços feitos até agora para tentar colocar fim ao conflito que já deixou mais de 60.000 mortos em cerca de dois anos no país.

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que possui uma ampla rede de fontes militares e médicas, "pelo menos 65 cadáveres não identificados foram encontrados em Bustane al-Kasr", bairro controlado pelos rebeldes em Aleppo, cidade do norte da Síria que vive combates constantes entre soldados do regime e insurgentes.

"Com cerca de vinte anos de idade, eles foram executados com um tiro na cabeça. Vestindo roupas civis, a maioria foi encontrada com as mãos amarradas atrás das costas", informou o Observatório. Eles foram retirados do rio Quweiq que separa Bustane al-Kasr e Ansari, bairro também em mãos rebeldes.

No local, um capitão rebelde, Abu Saada, informou à AFP que "até o momento, 68 corpos foram encontrados, inclusive de crianças, mas é provável que existam mais de 100 ainda debaixo d'água", avisou.

"Não sabemos quem são porque eles não possuem identidade", declarou um voluntário que ajudava a colocar um corpo num caminhão.

No veículo, um correspondente da AFP pôde contar quinze cadáveres.

Abu Saada acusou o regime dessas execuções.


Porém, um membro dos serviços de segurança do regime afirmou à AFP que se tratavam de "cidadãos de Bustane al-Kasr, que foram levados por grupos terroristas após serem acusados de favorecer o regime".

"Eles foram executados na madrugada de terça-feira e seus corpos foram jogados no rio", afirmou. O regime acusa os rebeldes de serem "terroristas".

Rebeldes e regime têm o hábito de se acusarem de massacres, mas não foi possível confirmar as informações das fontes independentes.

Trata-se da última descoberta macabra na Síria, onde uma revolta popular iniciada em 15 de março de 2011 e reprimida com violência pelo regime se transformou em uma guerra civil entre tropas governamentais e desertores ajudados por civis armados e jihadistas vindos de outros países.

O último massacre descoberto foi em 15 de janeiro. O OSDH acusou o exército de ter matado 106 civis, entre mulheres e crianças, perto de Homs (centro), em plantações onde desalojados haviam se refugiado para escapar de saques. A organização afirmou que as vítimas morreram em incêndios nas suas casas ou devido a ferimentos causados por armas brancas.

Por todo o país, os combates prosseguiam entre rebeldes e soldados, ambos os lados buscando expandir suas presenças no leste e na periferia de Damasco.

Os insurgentes conseguiram uma importante vitória em Deir Ezzor (leste), tomando um posto de informações políticas e duas pontes sobre o rio Eufrates, na estrada utilizada pelo exército para abastecer a cidade de Hassaké, mais ao norte, informou a OSDH.

A ofensiva, chamada de "Madrugada da libertação", foi conduzida em conjunto pelo Exército sírio livre (ASL) e pelos jihadistas da Frente Al-Nusra, ainda segundo a ONG.

"Se os rebeldes continuarem avançando, eles terão uma vitória estratégica, já que a cidade é a chave de toda a província por conter os principais campos de exploração de petróleo e gás do país", afirmou à AFP o diretor da OSDH, Rami Abdel Rahmane.

Os rebeldes também controlam a prisão central de Idleb (noroeste), informou a ONG.

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