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Alta de 1 metro do nível do mar pode apagar história nos EUA

Mudanças climáticas podem deixar mais de 13.000 lugares de interesse histórico e arqueológico debaixo d´água nos EUA

(Joe Raedle/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 12h06.

Última atualização em 30 de novembro de 2017 às 12h08.

São Paulo - Quando se fala em mudanças climáticas , em geral, vêm à mente cenas da natureza em fúria, com tempestades e enchentes que destroem cidades, secas severas que devastam plantações e inflamam conflitos, entre outras situações que ameaçam cidades e pessoas. Mas há uma vítima nem sempre óbvia: a história de um povo.

Quando uma região é destruída, ela leva consigo toda a história escrita ao longo de anos em suas construções, marcos culturais, religiosos e sociais.
Para uma das nações mais proeminentes nos livros de história mundial, as mudanças climáticas reservam danos sem precedentes.

O aumento do nível do mar pode afetar um grande número de sítios arqueológicos, cemitérios e paisagens na costa do Atlântico e do Golfo dos
Estados Unidos , de acordo com estudo publicado nesta semana no periódico científico Plos.

Até 2100, se as tendências projetadas no aumento do nível do mar continuarem, os pesquisadores prevêem que mais de 13.000 lugares de interesse histórico e arqueológico podem ficar debaixo d´água com um aumento de apenas 1 metro no nível do mar -- um número alto mas não impossível dada a velocidade das mudanças climáticas.

História em risco: mais de 13.000 lugares de interesse histórico e arqueológico
podem ficar debaixo d´água nos EUA. (Anderson et al., 2017 CC-BY/Divulgação)

Para estimar o impacto do aumento do nível do mar nos sítios arqueológicos, os autores analisaram dados do Índice Digital de Arqueologia Norte-Americana (DINAA), um grande banco de dados regionais e continentais considerado essencial para o planejamento e mitigação de perdas de informações históricas.

"Muitos lugares serão perdidos e o registro da história da humanidade será posto em risco", disse ao jornal britânico The Guardian David Anderson,  antropólogo da Universidade do Tennessee que liderou a pesquisa publicada.

Com o estudo, os pesquisadores esperam contribuir para previsões precisas e decisões de políticas públicas sobre as conseqüências de mudanças climáticas, que podem mudar profundamente nossa civilização nos próximos anos.

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