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Alemanha e França espionavam com a ajuda de britânicos

Segundo The Guardian, serviços de inteligência alemão, francês, espanhol e sueco desenvolveram sistemas de vigilância com a agência britânica

A entrada serviço de inteligência externa da Alemanha (BND), em Pullach, no sul do país, em 12 de agosto de 2013 (Stephan Jansen/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2013 às 12h08.

Londres - Os serviços de inteligência alemão, francês, espanhol e sueco desenvolveram sistemas de vigilância em massa em "colaboração estreita" com a agência britânica de espionagem e segurança GCHQ, revelou neste sábado o jornal The Guardian.

O desenvolvimento desses sistemas remonta aos últimos cinco anos, de acordo com o jornal britânico, que se baseia em documentos obtidos pelo ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden, procurado por Washignton e atualmente asilado na Rússia.

Estas novas revelações surgem no momento em que Europa e a Ásia se veem envolvidas na polêmica da espionagem internacional

Em um relatório da agência britânica de monitoramento eletrônico (GCHQ) sobre os seus parceiros europeus datado de 2008 e citado neste sábado pelo The Guardian, a agência britânica expressa "admiração pelas capacidades técnicas" do serviço de inteligência externa da Alemanha (BND).

O BND possui "um enorme potencial tecnológico e um bom acesso ao coração da internet - eles já monitoram cabos de fibra óptica de 40 gigabit e 100 gigabit" por segundo, afirma o relatório.

Até 2012, a GCHQ só era capaz de monitorar cabos de 10 gigabits por segundo, segundo o jornal.

The Guardian afirma ainda que a agência britânica "tem desempenhado um papel fundamental no aconselhamento dos seus homólogos europeus sobre a forma de contornar as leis nacionais para limitar o poder de fiscalização das agências de inteligência".

"Nós ajudamos o BND a aprovar uma reforma (...) da legislação muito restritiva em matéria de intercepção (das comunicações) na Alemanha", explica o relatório da GCHQ citado pelo jornal.


No caso da França, também elogiada no documento, a Direção Geral da Segurança Externa (q) dispõe "de uma estreita relação com uma grande empresa de telecomunicações, que não é nomeada", de acordo com The Guardian.

A GCHQ "espera tirar proveito dessa relação para suas próprias operações", acrescenta o jornal, que afirma que a agência britânica treinou membros da DGSE para "operações na internet multidisciplinares".

Quanto à Espanha, o CNI realizava, pelo menos em 2008, uma vigilância em massa das comunicações na internet através de uma empresa britânica.

A GCHQ também elogia a aprovação em 2008 de uma lei na Suécia para coletar dados na internet e telefônicos transmitidos por cabos de fibra óptica.

Nos últimos meses, uma série de revelações do ex-consultor Edward Snowden sobre a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, para a qual prestava serviços, provocou fortes reações em todo o mundo.

Na sexta-feira, Brasil e Alemanha apresentaram na ONU um projeto de resolução sobre o direito à privacidade na era digital, em resposta às revelações sobre o programa de espionagem internacional dos Estados Unidos que afetou líderes de ambos os países.

O projeto de declaração não menciona os Estados Unidos, mas pede "medidas para pôr fim às violações" do direito à privacidade, "incluindo o contexto da comunicação digital", e que novas atividades desse tipo sejam "evitadas", obrigando os países a cumprir suas obrigações no âmbito da legislação internacional de direitos humanos.

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Londres - Os serviços de inteligência alemão, francês, espanhol e sueco desenvolveram sistemas de vigilância em massa em "colaboração estreita" com a agência britânica de espionagem e segurança GCHQ, revelou neste sábado o jornal The Guardian.

O desenvolvimento desses sistemas remonta aos últimos cinco anos, de acordo com o jornal britânico, que se baseia em documentos obtidos pelo ex-consultor de inteligência americano Edward Snowden, procurado por Washignton e atualmente asilado na Rússia.

Estas novas revelações surgem no momento em que Europa e a Ásia se veem envolvidas na polêmica da espionagem internacional

Em um relatório da agência britânica de monitoramento eletrônico (GCHQ) sobre os seus parceiros europeus datado de 2008 e citado neste sábado pelo The Guardian, a agência britânica expressa "admiração pelas capacidades técnicas" do serviço de inteligência externa da Alemanha (BND).

O BND possui "um enorme potencial tecnológico e um bom acesso ao coração da internet - eles já monitoram cabos de fibra óptica de 40 gigabit e 100 gigabit" por segundo, afirma o relatório.

Até 2012, a GCHQ só era capaz de monitorar cabos de 10 gigabits por segundo, segundo o jornal.

The Guardian afirma ainda que a agência britânica "tem desempenhado um papel fundamental no aconselhamento dos seus homólogos europeus sobre a forma de contornar as leis nacionais para limitar o poder de fiscalização das agências de inteligência".

"Nós ajudamos o BND a aprovar uma reforma (...) da legislação muito restritiva em matéria de intercepção (das comunicações) na Alemanha", explica o relatório da GCHQ citado pelo jornal.


No caso da França, também elogiada no documento, a Direção Geral da Segurança Externa (q) dispõe "de uma estreita relação com uma grande empresa de telecomunicações, que não é nomeada", de acordo com The Guardian.

A GCHQ "espera tirar proveito dessa relação para suas próprias operações", acrescenta o jornal, que afirma que a agência britânica treinou membros da DGSE para "operações na internet multidisciplinares".

Quanto à Espanha, o CNI realizava, pelo menos em 2008, uma vigilância em massa das comunicações na internet através de uma empresa britânica.

A GCHQ também elogia a aprovação em 2008 de uma lei na Suécia para coletar dados na internet e telefônicos transmitidos por cabos de fibra óptica.

Nos últimos meses, uma série de revelações do ex-consultor Edward Snowden sobre a Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, para a qual prestava serviços, provocou fortes reações em todo o mundo.

Na sexta-feira, Brasil e Alemanha apresentaram na ONU um projeto de resolução sobre o direito à privacidade na era digital, em resposta às revelações sobre o programa de espionagem internacional dos Estados Unidos que afetou líderes de ambos os países.

O projeto de declaração não menciona os Estados Unidos, mas pede "medidas para pôr fim às violações" do direito à privacidade, "incluindo o contexto da comunicação digital", e que novas atividades desse tipo sejam "evitadas", obrigando os países a cumprir suas obrigações no âmbito da legislação internacional de direitos humanos.

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