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Agente do FBI que disse que evitaria que Trump fosse presidente é demitido

Strzok deixou de fazer parte da equipe do FBI meses depois de ter sido publicada conversa particular com sua amante durante a campanha de 2016

Peter Strzok: figura de agente foi usada em múltiplas ocasiões por Trump para atacar o trabalho de Mueller, que investiga os supostos vínculos entre sua campanha e o Kremlin (Joshua Roberts/Reuters)
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EFE

Publicado em 13 de agosto de 2018 às 16h31.

Washington - O agente do FBI Peter Strzok, que afirmou em uma mensagem que evitaria que o agora presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegasse à Casa Branca, foi demitido da agência, informaram nesta segunda-feira veículos de imprensa locais.

Segundo um comunicado do advogado do agente, o FBI decidiu que Strzok deixasse de fazer parte de sua equipe de investigadores na última sexta-feira, meses depois de ter sido publicada uma conversa particular com sua amante durante a campanha eleitoral de 2016.

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Nesse diálogo, uma advogada do FBI com a qual Strzok mantinha uma relação perguntava ao então agente se Trump chegaria a ser presidente e ele respondeu: "Não, não conseguirá. Nós o pararemos".

O advogado de Strzok considerou a demissão como "uma saída das práticas típicas do FBI", que "contradiz" as afirmações da sua chefia, que afirmou no passado que seguiria os procedimentos normais no caso do seu cliente.

Strzok participou das investigações sobre o uso do e-mail da adversária de Trump nas eleições presidenciais, Hillary Clinton, e no início da investigação sobre a trama russa, liderada pelo procurador especial Robert Mueller, até que a conversa com sua amante se tornou pública e o agente foi afastado do caso.

A figura de Strzok, que ficou desprestigiada em um relatório interno do FBI divulgado em junho, foi usada em múltiplas ocasiões por Trump para atacar o trabalho de Mueller, que investiga os supostos vínculos entre a campanha de Trump e o Kremlin.

"O agente Peter Strzok acaba de ser demitido do FBI, finalmente. Baseado no fato de que Strzok estava no comando da Caça às Bruxas (em referência à trama russa), ela terminará?", perguntou no Twitter o presidente, que pediu que a investigação sobre os e-mails de Hillary seja refeita "corretamente".

No início de julho, Strzok explicou diante de dois comitês do Congresso que tinha informações que teriam acabado com a candidatura de Trump em 2016, mas que nunca passou pela sua cabeça torná-las públicas, e enfatizou que o FBI não está contaminado por motivações partidárias.

"Deixem-me esclarecer, inequivocamente e sob juramento: nem uma vez nos meus 26 anos de defesa do meu país as minhas opiniões pessoais impactaram nas ações oficiais que executei", enfatizou o agente ao ser questionado pelos congressistas da Câmara dos Representantes.

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