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A nova Eurocâmara: 751 eurodeputados e sete grupos políticos

O crescimento dos Verdes e dos Ultradireitistas marcaram as eleições europeias de 2019

União Europeia: apesar de ter o maior número de deputados, a Direita pró-europeia perdeu a maioria (Vincent Kessler/Reuters)
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AFP

Publicado em 2 de julho de 2019 às 11h58.

Da extrema direita à esquerda radical, a nova legislatura da Eurocâmara foi inaugurada nesta terça-feira em Estrasburgo com 751 deputados, sete grupos políticos e uma maioria de forças pró-europeias.

Segue abaixo um resumo dos diferentes grupos parlamentares que formam a Eurocâmara.

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Direita pró-europeia: 182 deputados

O Partido Popular Europeu (PPE, direita), a família política mais votada nas eleições de maio, revalidou o alemão Manfred Weber (CDU / CSU) como seu líder no início de junho.

Weber, que pode se tornar o próximo presidente do Parlamento Europeu, lidera um grupo que, apesar da vitória, perdeu 34 deputados e não consegue mais a maioria com seus tradicionais aliados social-democratas, que agora precisam adicionar os liberais e os verdes.

Entre os partidos que convivem no PPE, o principal é o CDU/CSU alemão. O grupo tem um parceiro desconfortável, o Fidesz do húngaro Viktor Orban, que pediu ao Parlamento Europeu pediu em 2018 queaplique sanções por violação do Estado de direito.

Social-democratas: 154 deputados

A espanhola Iratxe García encabeçará o grupo social-democrata, a segunda força política do Parlamento Europeu com 154 deputados. A delegação espanhola ganha poder na família social-democrata europeia, tornando-se a maior com 20 eurodeputados seguidos por italianos (19) e alemães (16).

No entanto, com 31 deputados a menos, os progressistas começam a legislatura enfraquecidos pelo fracasso dos alemães, italianos e franceses nas eleições de maio.

Liberais: 108 deputados

O ex-primeiro-ministro romeno Dacian Ciolos liderará o grupo liberal, que muda de nome (Renova Europa) e se torna peça-chave no revezamento institucional da União Europeia (UE), passando de 69 para 108 deputados.

A candidatura do ex-comissário da Agricultura foi imposta de surpresa após a renúncia do candidato favorito, a francesa Nathalie Loiseau, devido à controvérsia causada por declarações à imprensa.

A lista do presidente francês, Emmanuel Macron, é precisamente a que traz mais reforços para a aliança (21 deputados), seguida pelos liberais-democratas britânicos (16).

Verdes e regionalistas: 75 deputados

A quarta força política do Parlamento Europeu terá dois copresidentes, a alemã Ska Keller e o belga Philip Lamberts, ambos ecologistas e deputados na legislatura anterior.

A ascensão brilhante dos partidos verdes na Alemanha e na França, no calor da crescente preocupação com o clima, dá uma força sem precedentes a um grupo que reúne duas tradições políticas: ecologistas e regionalistas.

Esta última, a Aliança Livre Europeia (ALE), terá um assento vago, já que a justiça espanhola impediu o separatista catalão Oriol Junqueras, em prisão preventiva, de concluir os procedimentos para assumir o cargo.

O outro líder separatista da Catalunha, Carles Puigdemont, que vive na Bélgica e tem mandado de prisão na Espanha, quer se juntar ao grupo, embora o comitê eleitoral espanhol também tenha declarado seu lugar vago.

Ultradireitistas: 73 deputados

Grupo herdeiro da Europa das Nações e das Liberdades, sede da antiga Frente Nacional no Parlamento Europeu, a Identidade e Democracia (DI) será presidida pelo italiano Marco Zanni, político da Liga.

Seus 73 deputados, 37 a mais do que no final do último mandato, são oriundos de partidos nacionalistas de extrema direita.

A Liga de Matteo Salvini (28) e a Associação Nacional de Marine Le Pen (22) fornecem a maior parte dos deputados.

Nesta nova etapa, se incorpora a formação Alternativapara a Alemanha, que abandona seu antigo grupo, a Europa das Liberdades e da Democracia Direta (EFDD), e sustenta a aliança europeia de ultradireitistas.

Conservadores eurocéticos: 62 deputados

O eurodeputado polonês de Lei e Justiça (PiS) Ryszard Legutko continuará a presidir o grupo de Conservadores e Reformistas (ECR), mas desta vez junto com o italiano Raffaele Fitto.

Uma das novidades do grupo, que retrocede de 77 a 62 integrantes pela queda de alguns "tories" ingleses ainda no parlamentoenquanto aguarda o Brexit, é a entrada dos três deputados de direita espanhóis do Vox.

A ultradireita espanhola terá de coexistir com os nacionalistas do N-VA, os aliados flamencos dos separatistas catalães, a quem se opõem frontalmente.

Esquerda radical: 41 deputados

A esquerda radical, o menor grupo do Parlamento Europeu com 41 deputados, inicia uma nova etapa em Estrasburgo com a presidência de transição do alemão Martin Schirdewan, na esperança de chegar a um consenso nas próximas semanas.

A aliança, também enfraquecida após a perda de 11 eurodeputados nas eleições de maio, inclui partidos de esquerda marxistas, anticapitalistas e radicais, como Syriza, França Insubmissa, Die Linke ou Podemos.

Sem grupo

Dos grupos da legislatura 2014-2019, o EFDD, uma aliança entre o britânico eurofóbicos de Nigel Farage e o Movimento 5-Estrelas antissistema, é o único que não conseguiu renovar o seu grupo no novo Parlamento Europeu e vai juntar-se aos poucos deputados do Parlamento Europeu não inscritos.

Com os resultados em mãos, a formação não consegue reunir deputados de pelo menos 7 países, o mínimo necessário para criar um grupo político, apesar de ter 43 deputados, 25acima do exigido.

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