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Em sua oitava edição, o Guia EXAME de Sustentabilidade apresenta a maior mudança metodológica de sua história em parceria com a FGV-SP

Sede da Bovespa, em São Paulo: a nova metodologia considera as mais atuais referências em todo o mundo, como o índice de sustentabilidade da bolsa (--- [])

Sede da Bovespa, em São Paulo: a nova metodologia considera as mais atuais referências em todo o mundo, como o índice de sustentabilidade da bolsa (--- [])

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h26.

A ameaça do aquecimento global elevou definitivamente a sustentabilidade ao centro do debate público em todo o mundo. Nunca se falou tanto sobre o assunto como neste ano -- seja na esfera política, seja dentro das empresas. O tema entrou também para a agenda do cidadão comum mundo afora. Num misto de atitude ambientalmente correta com jogada publicitária, até mesmo bandas de rock como Coldplay e Pearl Jam anunciaram a neutralização das emissões de carbono de suas turnês mundiais com o plantio de árvores. À parte os modismos, o barulho ajuda a amadurecer uma discussão que começou nos anos 80, com o surgimento do movimento ambientalista. Pouco mais tarde, nos anos 90, a preocupação passou também a abranger aspectos sociais, como a promoção de relações justas de trabalho, sobretudo com o avanço das cadeias globais de produção. Mais recentemente, a discussão convergiu para o conceito de sustentabilidade, criado pelo inglês John Elkington, fundador da consultoria SustainAbility, uma das mais conceituadas do mundo nessa área. Para Elkington -- e para todos os seus seguidores --, nenhuma empresa é capaz de se perpetuar sem levar em consideração três aspectos: ambiental, social e econômico-financeiro, algo que ficou conhecido como triple bottom line.

Para refletir a transformação em curso, o Guia EXAME de Boa Cidadania Corporativa passou por duas mudanças importantes em sua oitava edição. A primeira e mais notória é a de nome. A partir deste ano, o anuário passa a se chamar Guia EXAME de Sustentabilidade. A outra é estrutural -- uma nova metodologia elaborada pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, responsável pelo Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa, que reúne empresas responsáveis listadas na bolsa. A pesquisa deste ano -- na qual se inscreveram 206 companhias de grande e médio porte de todo o país -- passou a considerar as mais atuais referências em levantamentos sobre sustentabilidade empresarial em todo o mundo.

A análise teve duas etapas. Na primeira, as empresas participantes preencheram um questionário, dividido em quatro partes. Uma delas abordava questões introdutórias sobre compromissos, transparência e governança corporativa (elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa -- IBGC). As demais tratavam dos aspectos econômico-financeiro, social e ambiental (neste ano, os critérios da dimensão ambiental receberam ponderações diferentes na avaliação final, dependendo do setor de atuação da empresa e de seu impacto no meio ambiente). As respostas foram analisadas estatisticamente, de modo a excluir empresas que tiveram desempenho abaixo da média em alguma das dimensões do questionário. "O objetivo foi premiar as empresas que têm bom desempenho nos diversos aspectos da sustentabilidade de maneira equilibrada", diz Mario Monzoni, coordenador do GVces e da pesquisa do Guia EXAME de Sustentabilidade.

Com base nessa análise, uma lista de 32 empresas foi submetida a uma aferição jornalística, na qual foram verificadas as respostas ao questionário. A análise estatística e a aferição jornalística foram as bases para a decisão dos oito membros do Conselho Consultivo, que elegeram as 20 empresas-modelo desta edição (veja quadro). Não se trata de uma lista com empresas perfeitas, mas sim dos melhores exemplos de grandes companhias brasileiras que estão conseguindo adaptar seus negócios aos novos tempos. Em todas elas, a sustentabilidade é tratada como algo a ser constantemente aprimorado. A trajetória de cada uma delas é descrita nas reportagens das páginas a seguir.

O conselho consultivo
Especialistas em sustentabilidade responsáveis por apontar as empresas-modelo desta edição
Cláudio Boechat
Professor e pesquisador do Núcleo de Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa da Fundação Dom Cabral
Fernando Almeida
Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e presidente executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)
Helio Mattar
Diretor-presidente do Instituto Akatu, ONG que incentiva o consumo consciente
Heloisa Bedicks
Secretária-geral do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)
Pedro Meloni
Principal advisor do International Finance Corporation (IFC), ramo do setor privado do Banco Mundial, para a América Latina
Ricardo Young
Presidente do Instituto Ethos
Rosa Maria Fischer
Professora da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo e diretora do Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor da Fundação Instituto de Administração
Sidnei Basile
Diretor-secretário editorial e de relações institucionais do Grupo Abril
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