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21 prefeitos da oposição foram processados durante governo Maduro

Informação foi dada neste domingo pelo advogado Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal Venezuelano (FPV)

Nicolás Maduro está no poder desde abril de 2013. (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Nicolás Maduro está no poder desde abril de 2013. (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de agosto de 2017 às 16h56.

Caracas - Pelo menos 21 prefeitos da oposição foram processados pela Justiça desde que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chegou ao poder em abril de 2013, informou neste domingo o advogado Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal Venezuelano (FPV).

Em entrevista à Agência Efe, Romero explicou que os tribunais do país decretaram ordem de prisão para seis deles, que atualmente estão foragidos. Outros quatro foram punidos com medidas de privação de liberdade e engrossam a lista de presos políticos do país.

Os prefeitos de Chacao, Ramón Muchacho, e de El Hatillo, David Smolansky, ambas cidades nos arredores de Caracas, estão foragidos após terem sido recentemente condenados a 15 meses de prisão por permitirem a instalação de barricadas nas ruas durante a atual onda de protestos no país, que já deixou mais de 120 mortos.

Além disso, Antonio Ledezma e Alfredo Ramos, prefeitos de Caracas e de Barquisimeto, respectivamente, estão sob medidas privativas de liberdade.

O advogado explicou também que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) determinou medidas cautelares contra outros cinco prefeitos. Outros quatro já foram cassados através de diferentes mecanismos e dois respondem a processos, um deles por relação com um homicídio.

O Foro Penal Venezuelano tem informações de vários deputados, vereadores e líderes políticos sem cargos públicos, todos opositores de Maduro, que estão presos ou foram "perseguidos, intimidados ou cassados", indicou o diretor da organização.

Romero acredita que, com todos esses casos, o governo busca intimidar os adversários políticos, mostrando também uma propaganda de sua força para desmoralizar a militância antichavista.

Nos últimos meses, mais de dez opositores, alguns deles potenciais candidatos a governador nas eleições regionais de outubro, foram acusados, presos ou considerados inelegíveis. Outros, para fugir da perseguição, se exilaram ou estão na clandestinidade.

O TSJ e a Controladoria-Geral da Venezuela são para o antichavismo um escritório de advocacia e um carrasco à serviço da revolução bolivariana, respectivamente. Agora, os chavistas ainda contam com a toda poderosa Assembleia Constituinte.

Enquanto o TSJ cassou e ordenou a prisão de vários prefeitos, a Controladoria eliminou com sanções administrativas fortes adversários dos chavistas para as eleições regionais, como os ex-candidatos à presidência Henrique Capriles e Manuel Rosales.

Os dois foram proibidos de disputar as eleições por terem cometido supostas irregularidades na gestão de recursos públicos durante os mandatos nos estados de Miranda e Zulia. EFE

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