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Conheça a 'Berrini da zona leste' de São Paulo, um projeto de R$ 3 bilhões

Projeto da incorporadora Porte Engenharia prevê 11 empreendimentos na região, que ainda não tinha prédio de lajes corporativas, dos quais seis até 2025

Vista aérea de parte do futuro Eixo Platina, que pretende ser a 'Berrini' da zona leste de São Paulo | Imagem: Porte/Divulgação (Porte Engenharia/Divulgação)

Vista aérea de parte do futuro Eixo Platina, que pretende ser a 'Berrini' da zona leste de São Paulo | Imagem: Porte/Divulgação (Porte Engenharia/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 28 de janeiro de 2022 às 06h20.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2022 às 16h08.

Um ambicioso projeto pretende criar um novo eixo urbano em São Paulo. Será o Eixo Platina, paralelo à Radial Leste, principal avenida da região, do bairro do Carrão, passando pelo Tatuapé, até o Belém: será a "Berrini" da zona leste.

A Berrini é um dos principais eixos corporativos de São Paulo, na zona sul.

O novo eixo urbano incluirá 11 empreendimentos, que juntos somam 390 mil metros quadrados de área construída.

O corredor corporativo e uso misto será composto por:

  • Lajes corporativas: 89.200 metros quadrados de área total
  • Apartamentos residenciais: 36.100 metros quadrados
  • Salas comerciais: 25.800 metros quadrados
  • Lojas nos térreos dos empreendimentos: 23 mil metros quadrados
  • Hotel: 10.600 metros quadrados
  • Hospital: 12 mil metros quadrados
  • Centro de convenções: 8.700 metros quadrados
  • Cinemas: 6.700 metros quadrados
  • Coworking: 4.500 metros quadrados
  • Teatro: 4.400 metros quadrados
  • Instituição de ensino: 1.700 metros quadrados.

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Os empreendimentos serão entregues pela incorporadora Porte Engenharia e Urbanismo em duas fases: a primeira terá investimento de 2 bilhões de reais, enquanto para segunda será necessário investir 1 bilhão de reais.

Marco Melro, fundador da Porte, afirma que todo o investimento vem do caixa da companhia e de parceiros de investimento. São majoritariamente family offices. Veja os detalhes do projeto abaixo:

Eixo Platina, projeto da Porte Engenharia

A primeira fase consiste na entrega de seis empreendimentos até 2025. O Geon 252, de salas comerciais, já foi entregue.

Neste ano, no primeiro semestre, será entregue o primeiro prédio de lajes corporativas da região: o Crona 665, cujo valor geral de vendas (VGV) é de 177 milhões de reais. As unidades terão 800 metros quadrados -- para dar uma dimensão de tamanho, na região da Faria Lima há unidades com mais de 2.000 metros quadrados.

Alguns contratos já foram firmados. Além da futura sede da própria Porte, que vai ocupar uma laje corporativa do Crona 665, o atendimento a empresas do Itaú Unibanco (ITUB4), o coworking Livance e a empresa Perfect Automotive, que atua no setor de reposição de peças para veículos, serão ocupantes do novo prédio comercial.

O Itaú irá ocupar 2.400 metros quadrados em três andares, a Livance, uma laje de 800 metros quadrados e, a Perfect, meia laje (400 metros quadrados). Outros contratos estão em fase de assinatura e não podem ser divulgados.

Em junho, será entregue o Platina 220, o novo prédio mais alto da cidade que inclui hotel, apartamentos residenciais, lajes corporativas e salas comerciais. Seu valor geral de vendas é de 400 milhões de reais.

Depois, em 2024, serão entregues o Almagah e o Metria 624, ambos com apartamentos residenciais do tipo studio, lajes corporativas e lojas no térreo.

Por fim, em 2025, será entregue o Radial 3, um centro de convenções que ficará em frente ao Sesc Belenzinho e terá também hospital, torre de restaurantes, cinema e teatro, que promete ser o maior da cidade.

Os usos dos empreendimentos da segunda fase do projeto ainda não foi definido. A Porte pretende avaliar o que terá maior demanda na primeira fase do projeto para depois complementá-lo de acordo com a necessidade.

A incorporadora informou que não contou com nenhum incentivo tributário por investir na região: apenas aproveitou benefícios concedidos pelo atual Plano Diretor da cidade, que oferece maior potencial construtivo para empreendimentos localizados em eixos de transporte público e que contam com lojas no térreo.

Objetivo: conter êxodo da região

O principal objetivo do projeto, segundo Melro, fundador da Porte, é conter o êxodo econômico, familiar e profissional da região.

"Criando um eixo de escritórios, mantemos as famílias de maior poder aquisitivo, seus filhos e também profissionais qualificados, que acabam deixando a região por causa da distância para outros centros empresariais da cidade."

Segundo mapeamento da própria incorporadora, existem hoje cerca de mil empresas de médio e grande porte espalhadas pela zona leste com potencial para ocupar lajes corporativas. Ou seja, que poderiam se concentrar no Eixo Platina. "Acreditamos que atrairiam muito mais profissionais, por causa da estrutura de transporte público, alimentação e moradia que a região oferece", diz Melro.

O empresário também afirma que o aumento do número de grandes e médias empresas deve ampliar as condições da sociedade para reivindicar melhorias para a região. "A população da zona leste é maltratada. Em média, os moradores da região demoram quatro horas para ir e voltar do trabalho. Há quem leve seis horas. Isso precisa ser mudado."

Na zona leste vivem 4,3 milhões de pessoas, o equivalente a 34% da população total da cidade. É um contingente maior do que a população do Uruguai.

Urbanismo para a população

Melro nasceu na região e sua incorporadora de pequeno porte atua somente na zona leste. Em 35 anos, a Porte já entregou 50 empreendimentos.

Foi a Porte que construiu o prédio do hospital da Rede D´Or (RDOR3) na região, o São Luiz Anália Franco. Foi também a empresa de Melro que retirou o muro ao redor do Parque Ceret e colocou no lugar uma grade -- em linha com as práticas mais consagradas de urbanismo no mundo, que estimula o convívio das pessoas nas ruas e nos parques com o consequente aumento da segurança para todos, como acontece em cidades europeias e americanas, em vez de segregá-las atrás de muros altos com cercas elétricas de prédios residenciais.

"Muitas pessoas acabavam não usando o parque porque pensavam que ele era privado. Agora, aumentou a segurança no entorno e 20.000 pessoas são atraídas para ele aos finais de semana. Antes, eram 2.000 pessoas", diz Melro.

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