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VBGL e PGBL dominarão a carteira de previdência em cinco anos

Participação das duas modalidades de planos sobre as reservas do setor subirá dos atuais 56% para quase 90%, segundo a Anapp

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Até 2010, os planos de previdência privada tradicionais terão perdido praticamente todo o seu espaço diante da concorrência do VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). Desde que surgiram no Brasil, há cinco anos, o VGBL e o PGBL têm crescido rapidamente, a ponto de já responderem por 56% das reservas do setor (soma dos depósitos feitos nos planos), que somaram 58,7 bilhões de reais até novembro de 2004 (últimos dados disponíveis). Nesse ritmo, esses planos demorarão apenas mais cinco anos para representar cerca de 90% das reservas.

A estimativa é de Osvaldo do Nascimento, presidente da Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp). "Esses produtos apresentam um dos mais destacados níveis de crescimento do mercado", diz. Em novembro do ano passado, por exemplo, os 58,7 bilhões de reais em reservas representavam um crescimento de 39,4% sobre igual período de 2003. O VGBL, porém, apresentou uma taxa de expansão bem maior: 106,3%, saltando de 8,2 bilhões de reais para 16,9 bilhões na mesma comparação, em decorrência das ações de vendas dos administradores dos planos.

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Isoladamente, os planos tradicionais de previdência privada ainda respondem por 43% do total de reservas até novembro. Mas, somando-se os 29% de participação do VGBL com os 27% do PGBL, constata-se que esse tipo de produto já lidera o mercado. O resultado reflete o esforço de vendas e a prioridade dada pelas companhias e bancos na promoção dos geradores de benefícios livres.

Para o aplicador, a possibilidade de postergar o pagamento do Imposto de Renda (IR), em razão das deduções anuais de até 12% do imposto devido, é um dos grandes atrativos do PGBL, plano indicado para quem faz a declaração completa. Num fundo de investimento tradicional, o IR incide semestralmente sobre os rendimentos da aplicação, e não há deduções. Já no VGBL e no PGBL, a cobrança incide apenas no resgate da aplicação. Com a Lei 11.053, que mudou o regime tributário da previdência privada, háalíquotas de IR proporcionais ao tempo de aplicação, que vão de 35% (para quem deixa o valor depositado por até dois anos) a 10% (para quem deixa por 10 anos ou mais).

Menos risco

Se há vantagens para os investidores, há também para as empresas de previdência privada. A grande sacada do PGBL e do VGBL para os administradores dos planos é o fim da correção por um índice fixo. Assim como ocorre com fundos de investimento, a rentabilidade não é garantida. É dada uma referência ao aplicador mas sem o compromisso formal de aquele investimento render um determinado percentual no final do período. Já na previdência privada tradicional, os planos são corrigidos por um índice fixo, como o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). O risco para o administrador é ter de arcar, por exemplo, com estouros da inflação como em 2002. "Os produtos de investimento, como o VGBL e o PGBL, serão a grande força de vendas dos bancos nos próximos anos", afirma Luiz Roberto Latini, sócio da G-5 Solutions, consultoria especializada em seguros e previdência.

Desempenho

Conforme a Anapp, o volume total de captação da previdência privada (novos recursos depositados), até novembro, foi de 15,9 bilhões de reais, um incremento de 12,4 bilhões sobre o mesmo período de 2003. O VGBL liderou as captações, com 8,7 bilhões, o equivalente a um aumento de 57,4% no valor.

A carteira do setor (que inclui as reservas captadas, o capital das seguradoras e outros valores) atingiu 63,2 bilhões de reais em novembro, um avanço de 38,33%. Em conjunto, o VGBL e o PGBL já representam 52% desse volume. Os planos tradicionais acumulam 30,1 bilhões de reais em carteira, seguidos pelos PGBL (15,8 bilhões), VGBL (16,8 bilhões) e outros (448,9 milhões).

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