Minhas Finanças

Troca de C-Bonds vai indicar nível real de confiança dos investidores

Adesão maciça de investidores e alongamento do prazo dos papéis são os resultados mais esperados pelos analistas

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O Tesouro Nacional iniciou, nesta segunda-feira (18/7), a operação de troca dos Capitalization Bonds (C-Bonds) por novos papéis. O objetivo do governo é melhorar o perfil da dívida pública, por meio do alongamento dos prazos de pagamento. Para os analistas, o sucesso da operação é fundamental para medir a real confiança dos investidores estrangeiros na economia brasileira.

A operação consiste em um leilão que deve ser encerrado nos próximos dois ou três dias. Nele, os investidores comunicarão ao Tesouro as condições pelas quais estão dispostos a trocar seus títulos, como prazo de vencimento e remuneração. Após o leilão, o governo estabelecerá as condições em que efetuará a troca, ponderando as propostas dos investidores.

Os C-Bonds foram emitidos em abril de 1994, dentro do Plano Brady de reestruturação da dívida externa brasileira, cujo pagamento havia sido suspenso em 1987 pelo então presidente José Sarney. À época, foram lançados 7,4 bilhões de dólares em C-Bonds, dos quais 5,6 bilhões ainda estão em circulação. Os papéis vencem em 2014.

Para a economista Rachel Fleury, da consultoria Tendências, para ser considerada bem-sucedida, será necessário que os investidores participem maciçamente da troca. Além disso, a operação precisa gerar um alongamento significativo dos prazos. "Um bom resultado seria conseguir mais cinco ou seis anos para o pagamento", diz Rachel. Caso não haja adesão total dos investidores, os C-Bonds remanescentes poderiam ser comprados em outubro, mês em que o governo deve pagar os juros semestrais dos papéis.

No cenário pessimista, os investidores só aceitariam a troca por papéis de mesmo prazo, ou por igual remuneração. Neste caso, o resultado positivo para o governo seria mais psicológico do que prático, segundo Jankiel Santos, economista do ABN Amro Real. "De qualquer modo, a troca seria positiva, porque retiraria do mercado um título com uma carga negativa grande, porque é vinculado à renegociação da dívida", diz.

Em qualquer cenário, porém, o saldo positivo da troca é justamente eliminar um papel vinculado à moratória de 1987, segundo Santos. O efeito prático da medida será aumentar a liquidez dos papéis brasileiros. Isto porque muitos fundos de investimento são impedidos, por suas regras, de investir em papéis de renegociação de dívidas. "Retirar esse carimbo de renegociação dos títulos já ajuda bastante", diz Santos.

Para Rachel, da Tendências, o potencial aumento de liquidez para os papéis brasileiros deve ser visto com cuidado. A economista admite que a liquidez aumentará, mas adverte que o mercado de títulos de países emergentes está bastante concorrido. "A Rússia e a Argentina são dois países que despertam também interesse dos investidores", diz.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Minhas Finanças

Veja o resultado da Mega-Sena concurso 2756; prêmio acumulado é de R$ 2,8 milhões

Endividamento das famílias brasileiras cai para 78,5% em julho

Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira prêmio estimado em R$ 3,5 milhões

Veja quem deve pagar o licenciamento obrigatório no mês de agosto em SP

Mais na Exame