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Selic alta sustenta valorização do real

Para analistas, taxa básica de juros mantém o real em alta

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Quem lida com o mercado financeiro sabe que prever a cotação das moedas é um exercício de futurologia arriscado e frustrante. As chances de errar são enormes porque vários fatores podem mexer com as cotações. Entre as mais conhecidas estão as desconfianças em relação aos governos, como as que ocorreram na véspera das últimas eleições presidenciais no Brasil, e o estouro de bolhas especulativas, caso da crise cambial que assolou os países asiáticos em 1997. Há momentos em que o valor da moeda sinaliza que os mercados perdem a confiança numa economia e buscam outras, caso bem exemplificado pela valorização do Euro, da União Européia, frente ao dólar americano nos últimos quatro anos.

"Existem algumas regrinhas de bolso que nos ajudam a entender o movimento do câmbio", diz Gustavo Loyola, sócio-diretor da Tendências Consultorias e ex-presidente do Banco Central. "As oscilações por alguns dias ou semanas normalmente são provocadas por movimentos bruscos dos operadores e as valorizações que duram uma década inteira refletem o aumento de produtividade de um país em relação a outro. Loyola explica que a situação do Brasil neste momento é totalmente diferente. "A valorização do real é provocada por outro fator o aumento da taxa básica de juros, a Selic."

Segundo Emilio Garofalo Filho, ex-diretor da área internacional do Banco Central, enquanto a Selic estiver elevada é muito difícil que o dólar volte a se valorizar frente ao real. Desde setembro do ano passado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a Selic de 16% para 19,75% com a determinação de conter o aumento da inflação. Mas a manobra também fez com que o Brasil se posicionasse como um dos mais atrativos países do mundo para quem aplica no mercado financeiro.

Os investidores internacionais estão trazendo dólares para país, elevando a oferta da moeda americana bem acima da demanda. Moedas são como qualquer produto quanto maior a oferta, menos elas custam. "O aumento dos saldos da balança comercial brasileira e o juros nos Estados Unidos, ainda baixos, também contribuem para valorizar o Real neste momento", explica Garofalo. "O fato de o Banco Central interromper as altas da Selic sinaliza que o dólar pode se recuperar no médio prazo mas não dá para prever a quanto ele vai."

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