Exame Logo

Rali dos mercados deve ter uma pausa, diz Barclays

Momento exige seletividade dos investidores; melhora na economia é sentida, guiada pela China

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O bom desempenho dos principais mercados globais das últimas semanas instaurou uma ponta de otimismo em investidores pelo mundo. No Brasil, o Ibovespa, principal indicador do pregão, acumulou alta de 9,06% entre os dias 1º e 17 de abril, passando de 41.976 para 45.778 pontos. Para o banco britânico Barclays, porém, o rali recentemente observado deve desacelerar e a tendência de alta nos mercados deve sofrer uma pausa, pedindo certa seletividade por parte dos investidores.

"O que vem agora? Para reiterar o óbvio, a recuperação está destinada a ser lenta e irregular. Acreditamos nisso, enquanto técnicos continuam a apoiar amplamente", afirma relatório do banco.

Veja também

Apesar de ser uma visão pouco positiva sobre os índices, uma boa perspectiva sobre a economia mundial continua inspirando aumentos nas projeções dos analistas.

China guia recuperação

A nova aposta do Barclays é que a economia americana encolha 2,6% em 2009, um número não tão otimista, mas mais saudável que os 2,9% antes esperados, após estatísticas sobre o consumo e evidências de desaceleração no declínio.

As estimativas para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) da China neste ano também foram revisadas para cima, após serem rebaixadas ao longo dos seis últimos meses. Os números atuais apontam para um avanço de 7,2% para o valor, um ritmo mais acelerado que os 6,7% antes previstos.

A mudança veio em resposta à notícia de que a economia do país cresceu 6,1% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior, ficando acima das expectativas de 5,8%. Para os analistas, os dados mostram que os mercados emergentes asiáticos reencontraram um chão.

"A recuperação foi impulsionada por gastos em investimentos, que por sua vez estão baseados no aumento de gastos do governo e no facilitamento das condições de crédito", explica. Com isso, a China parece estar guiando o caminho da volta ao crescimento.

Melhora chega ao Brasil

Assim como o Brasil se viu contaminado pela crise internacional, notícias positivas sobre sua economia voltam a surgir, conforme a tendência mundial. "As últimas estatísticas fazem crescer esperanças de estabilidade, ao menos no Brasil", afirma o Barclays.

Segundo seus analistas, o início do ano ainda apresenta sinais de ser mais enfraquecido do que suas perspectivas já pessimistas, mas o segundo trimestre deve ser melhor. Até mesmo o governo já anunciou mudanças em seu alvo fiscal, de acordo com o atual cenário.

Por aqui, os números positivos ficam por conta da indústria manufatureira e das vendas no varejo, que estão apresentando sucessivas melhoras. Além disso, houve criação de aproximadamente 35 000 empregos formais em março, encerrando a série de perda de postos de trabalho.

"Parte da melhora brasileira é estabilização natural após a queda livre do quarto trimestre de 2008, mas também resultado de políticas de apoio à indústria automobilística e a política monetária em geral", explica.

Contudo, o Barclays chama a atenção para o fato de que a incipiente estabilização coloca em risco a atual política monetária brasileira. Com isso, crescem as expectativas em relação à próxima reunião do Copom, marcada para 28 e 29 de abril, que define a taxa básica de juros.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Minhas Finanças

Mais na Exame