Quase 90% dos brasileiros têm dificuldades de quitar dívidas
Segundo estudo divulgado pela CNI, isso é explicado pela percepção de queda da renda com perda do poder de compra
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2015 às 18h16.
Brasília - Pelo menos 89% dos brasileiros dizem estar em dificuldade para quitar suas dívidas . Para solucionar seus problemas de endividamento, 20% dos entrevistados disseram ter vendido algum bem nos últimos 12 meses.
Em parte, isso é explicado pela percepção de queda da renda com perda do poder de compra, apontados pelo estudo Retratos da Sociedade Brasileira – Renda e Endividamento, divulgado hoje (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Segundo o levantamento, 42% dos brasileiros consideram que sua renda diminuiu nos últimos 12 meses. Deste total, 22% avaliam que a renda caiu muito e 20% dizem acreditar que a renda diminuiu pouco. No mesmo período, 59% perceberam piora no poder de compra.
Quanto menor a renda familiar, maior a percepção de que sua renda foi reduzida ao longo do tempo – no caso, essa é a situação em que se encontram 35% das pessoas com renda familiar superior a cinco salários-mínimos, e 46% dos com renda familiar inferior a um salário-mínimo.
No que se refere ao poder de compra, 59% dos entrevistados disseram ter percebido piora ao longo dos últimos 12 meses – para 34% a sensação é de muita perda, enquanto para 25% a sensação é de pouca perda.
Os moradores do Sudeste e do Sul do país são os que mais sentiram o problema - 65% dos entrevistados em cada região. Os do Nordeste foram os que menos perceberam a queda do poder de compra (51%). Nas regiões Norte e Centro-Oeste, o índice está em 56%.
Com a perda do poder aquisitivo, 29% disseram ter sentido dificuldade para pagar aluguel ou prestação da casa própria. Em setembro de 2012, o índice correspondia a 19% e, no mesmo mês de 2013, a 16%.
Entre os entrevistados na atual pesquisa, 57% disseram não ter dificuldades com esse tipo de dívida – percentual inferior aos registrados em 2012 (67%) e 2013 (76%).
De acordo com a pesquisa, esse tipo de dificuldade atinge mais intensamente aqueles que vivem em cidades com mais de 100 mil habitantes (31%), do que os que moram em municípios com até 20 mil habitantes (23%).
Mas 60% das pessoas dizem ter passado por dificuldade para pagar as contas ou compras a crédito. Em 2012 o percentual estava em 45% e, em 2013, 47%.
A expectativa para 45% dos entrevistados é que, nos próximos seis meses, a renda não sofrerá alterações. No entanto, 37% acreditam que ela diminuirá e 14% que a renda aumentará.
De acordo com a CNI, a preocupação em perder o atual padrão de vida atinge 83% dos entrevistados em 2015. Em 2009 o índice estava em 90% e, em 2012, 76%.
A pesquisa identificou que 37% dos entrevistados se endividaram nos últimos 12 meses com o objetivo de cobrir despesas ou as de sua família. Em 2012, 30% deles se encontravam nessa situação, passando a 34% no ano seguinte.
Segundo o levantamento, 34% dos brasileiros ficaram mais endividados nos últimos 12 meses, sendo 11% muito mais endividados e 23% mais endividados. Ao longo do período, o problema atingiu mais mulheres (37%) do que homens (32%).
Entre os entrevistados que disseram ter aumentado suas dívidas, 53% avaliam que isso aconteceu sem planejamento, em função de alguma dificuldade ou necessidade não prevista.
A maior parte das dívidas foi em decorrência do aumento das despesas (82%), e 43% dizem foi devido à redução da renda.
O pagamento de dívidas anteriores foi o fator que mais contribuiu para o aprofundamento das dívidas dos brasileiros nos últimos 12 meses, correspondendo a 30% das citações.
Em segundo lugar estão os pagamentos de gastos correntes da casa, como aluguel, água, luz, telefone e compras do mês, com 28% de registros.
A pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Renda e Endividamento entrevistou, entre os dias 18 e 21 de julho, 2002 pessoas em 141 municípios. A CNI divulgou também uma outra frente da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira, na qual aborda questões relativas ao mercado de trabalho.
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | 86% | 180% | 246% |
Dívida líquida | 18% | 82% | 127% |
Resultado primário | -2,8% | -5,5% | -7,0% |
1994 | 2004 | 2014 | |
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Dívida bruta | 92% | 94% | 177% |
Dívida líquida | não disponível | 135% | 174% |
Resultado primário | 2% | -2,4% | 1,5% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | 112% | 100% | 132% |
Dívida líquida | 104% | 85% | 110% |
Resultado primário | 2,0% | 0,9% | 1,4% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | não disponível | 119% | 140% |
Dívida líquida | não disponível | não disponível | não disponível |
Resultado primário | 10,1% | 10,2% | 7,7% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | não disponível | 171% | 134% |
Dívida líquida | não disponível | 165% | 125% |
Resultado primário | não disponível | 2,4% | 1,3% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | não disponível | 65% | 107% |
Dívida líquida | não disponível | não disponível | não disponível |
Resultado primário | 7% | -13,0% | -8,6% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | 56% | 56% | 130% |
Dívida líquida | não disponível | 52% | 120% |
Resultado primário | -1,3% | -4,4% | 0,4% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | não disponível | 83% | 112% |
Dívida líquida | não disponível | 81% | 107% |
Resultado primário | não disponível | -1,7% | -5,9% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | 55% | 78% | 107% |
Dívida líquida | não disponível | não disponível | não disponível |
Resultado primário | 1,7% | 2,5% | -1,3% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | 88% | 28% | 109% |
Dívida líquida | 83% | 18% | 85% |
Resultado primário | 4,1% | 2,3% | -0,3% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | 46% | 94% | 107% |
Dívida líquida | não disponível | 94% | 107% |
Resultado primário | -0,9% | 2,6% | -2,3% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | 89% | 122% | 98% |
Dívida líquida | 89% | 122% | 98% |
Resultado primário | -1,7% | -7,8% | -0,2% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | 136% | 96% | 105% |
Dívida líquida | não disponível | 65% | 65% |
Resultado primário | 3,5% | 4,2% | -0,3% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | não disponível | 65% | 107% |
Dívida líquida | não disponível | não disponível | não disponível |
Resultado primário | não disponível | -1,3% | 2,9% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | não disponível | 65% | 104% |
Dívida líquida | não disponível | 46% | 79% |
Resultado primário | não disponível | -2,6% | -3,2% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | 44% | 47% | 100% |
Dívida líquida | não disponível | não disponível | não disponível |
Resultado primário | 3,5% | 2,3% | -3,5% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | não disponível | 135% | 100% |
Dívida líquida | não disponível | 135% | 100% |
Resultado primário | não disponível | 0,9% | -3,4% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | 57% | 45% | 97% |
Dívida líquida | 44% | 37% | 64% |
Resultado primário | -1,8% | 1,7% | -2,9% |
1994 | 2004 | 2014 | |
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Dívida bruta | 68% | 94% | 98% |
Dívida líquida | não disponível | não disponível | não disponível |
Resultado primário | 13,7% | 4,6% | 2,7% |
1994 | 2004 | 2014 | |
---|---|---|---|
Dívida bruta | 49% | 65% | 95% |
Dívida líquida | 41% | 56% | 87% |
Resultado primário | -3% | -0,9% | -2% |