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Quando levar o financiamento do imóvel para outro banco

Após regulamentação, a portabilidade do financiamento imobiliário para conseguir juros menores ficou muito mais vantajosa; veja quando ela vale a pena

Casa em miniatura: portabilidade pode gerar economia de mais de R$ 20 mil (Kym Parry/Freeimages)
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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2014 às 17h56.

São Paulo – Nesta semana, foram finalmente estabelecidas as regras para a portabilidade de crédito – a possibilidade de levar seu empréstimo ou financiamento para um banco mais barato sem custos adicionais.

De forma geral, vale a pena fazer a portabilidade de um empréstimo ou financiamento sempre que o Custo Efetivo Total (CET) de um outro banco for menor que o CET que você está pagando no banco atual. O CET inclui, além dos juros , outros custos como seguros e outras taxas .

Porém, no caso do financiamento de imóveis as vantagens muitas vezes eram anuladas pelos custos cartorários da migração. Ou seja, antes da regulamentação, dificilmente era vantajoso trocar de banco para tentar baratear o financiamento habitacional.

Isto porque, para realizar a migração do crédito, o cliente deveria fazer um novo registro de imóvel em cartório.

Contudo, com a regulamentação atual, o novo registro não se faz mais necessário. Basta apenas realizar a averbação para a transferência da dívida , o que é bem mais barato. Assim, agora é mais fácil conseguir uma migração vantajosa para o crédito imobiliário.

Para saber se vale a pena tomar esta medida, o consumidor deve comparar o CET do seu banco atual com o CET de outros bancos, e ainda verificar se o custo cartorário anula a diferença.

A despesa de cartório pode ser consultada nas tabelas de emolumentos das associações de registros de imóveis dos respectivos estados.

Porém, algumas ferramentas podem ajudar bastante o consumidor a fazer as comparações entre os bancos.

Como saber se vale a pena

A Associação de Consumidores Proteste e a empresa de comparação de linhas de crédito Canal do Crédito desenvolveram, em parceria, uma calculadora para o consumidor saber qual é o banco mais vantajoso para fazer a migração do seu financiamento.

Há duas maneiras de usar a ferramenta. O usuário pode preencher com a taxa de juros efetiva que paga atualmente e comparar com a de outros bancos; ou, se já tiver uma proposta de outra instituição financeira, comparar a taxa de juros efetiva que lhe foi oferecida com os custos dos outros bancos.

Primeiro é preciso se cadastrar – o que pode ser feito por e-mail ou com o perfil do Facebook – e, em seguida, preencher uma ficha com os dados do seu financiamento atual: nome, data de nascimento, CEP, tipo de imóvel, valor inicial do imóvel (quando o financiamento começou), valor do imóvel hoje (segundo avaliação de um profissional), banco do financiamento, valor financiado, taxa de juros efetiva (que pode ser a do financiamento original ou a da proposta de portabilidade que você tenha recebido), o número total de parcelas, o tipo de correção monetária, o valor da próxima parcela, o número de parcelas que já foram pagas, o sistema de amortização, a renda familiar bruta e o saldo devedor.

A ferramenta vai entregar o banco que mais geraria economia, já incluídos os gastos cartorários, bem como a relação de todos os bancos pesquisados – tanto os que geram quanto os que não geram economia.

Simulação

EXAME.com simulou um financiamento hipotético e concluiu que, a partir dos bancos da base de dados da ferramenta da Proteste/Canal do Crédito, foi possível reduzir em mais de 20 mil reais o custo total do financiamento.

A reportagem simulou um financiamento de 20 anos contraído há dez anos, portanto, com 120 parcelas quitadas. Em 2004, as taxas de juros eram mais altas do que hoje, então foi simulada uma taxa de juros efetiva de 14% ao ano.

O valor do imóvel na época da contração do financiamento foi de 300 mil reais, e o valor financiado foi de 200 mil reais. Para o valor atual do imóvel, localizado na cidade de São Paulo, a suposição foi de 600 mil reais.

O sistema de amortização escolhido foi a Tabela SAC (Sistema de Amortização Constante), a correção monetária dá-se pela Taxa Referencial (TR) e o valor da próxima parcela é de 1.940,37 reais. O saldo devedor é de 100.833,33 reais.

Em relação ao tomador do empréstimo, a idade escolhida foi de 37 anos, e a renda familiar bruta assumida foi de 15 mil reais.

Para essas condições, a pesquisa retornou sete resultados, com CETs que variam de 10,95% a 14,82% ao ano. O valor da próxima parcela passou de 1.940,37 reais para valores que variaram entre 1.632,02 a 1.900,02 reais, dependendo do banco.

No campo “custos com a portabilidade” são mostrados os custos cartorários da transferência, que também podem ser comparados. Eles variaram de 1.169,21 a 2.518,21 reais, dependendo do banco.

Foram esses os custos que serviram para desempatar as duas instituições mais baratas. Portanto, é fundamental ficar de olho neles. No fim das contas, a economia total que esse consumidor hipotético teria com a portabilidade variaria de 6.599,92 reais a 20.454,58 reais.

Confira na tabela:

BancoCETPróxima parcela (R$)Custos com a portabilidade (R$)Economia total (R$)
Banco do Brasil10,97%1.664,131.169,2120.454,58
Banco Pan13,10%1.810,371.299,2112.665,90
Bradesco11,48%1.683,611.169,2118.502,97
Caixa11,35%1.661,441.919,2119.064,02
Citibank14,82%1.900,022.419,216.599,92
HSBC10,95%1.632,021.419,2120.449,63
Santander12,28%1.709,232.518,2115.721,42

Fonte: Calculadora da portabilidade Proteste/Canal do Crédito

É importante frisar que essas condições oferecidas pelos bancos variam de acordo com o financiamento, isto é, a renda e a idade do devedor, o valor financiado e o prazo que ainda falta, por exemplo.

Não quer dizer, portanto, que o BB será sempre mais barato e o Citi será sempre mais caro, ou que as taxas cobradas serão sempre aquelas. Para saber exatamente quanto você poderia obter de desconto ao fazer a portabilidade do financiamento do seu imóvel, você deve simulá-lo com os seus próprios dados.

Ferramenta ajuda a cotar com mais de 100 instituições

Outra ferramenta que pode ajudar é o Portaki, da C&M Software, empresa homologada pelo Banco Central que desenvolve de softwares para instituições financeiras.

O Portaki conecta bancos, cooperativas de crédito e correspondentes bancários a pessoas que desejam fazer a portabilidade de crédito, seja ele habitacional ou de qualquer outro tipo, como consignado ou financiamento de carro.

Em vez de preencher uma ficha cadastral em cada instituição financeira para receber uma proposta, o usuário pode preencher uma única ficha no Portaki que será enviada a todas as instituições financeiras da base de dados.

Dentro de alguns dias, o usuário recebe as propostas de juros mais baratos para a migração e poderá comparar os custos.

Segundo Orli Machado, presidente executivo da C&M Software, pesquisar instituições financeiras para fazer a portabilidade pode ser um processo cansativo. “É preciso preencher fichas cadastrais como se fosse um pedido novo de crédito, porque o banco faz uma análise de crédito”, diz.

Com a ficha única no Portaki, o usuário tem acesso às 23 instituições financeiras cadastradas e a mais de 150 outras instituições financeiras por meio de seus correspondentes bancários cadastrados.

A ferramenta é gratuita para o usuário. “Quem remunera o Portaki são os correspondentes bancários, bancos e cooperativas de crédito. São as instituições que querem captar o cliente”, explica Machado.

De acordo com ele, o prazo para começar a conseguir respostas pode variar de 5 a 10 dias, para quem mora nas áreas mais centrais das capitais, a 20 ou 25 dias, para quem mora em cidades do interior.

Antes de finalizar o cadastro no Portaki é recomendável que o usuário leia os Termos de Uso. Atualmente há mais de 10 mil contratos cadastrados no site.

“Quanto mais antigo o financiamento, maior a chance de o consumidor conseguir um juro menor, porque os juros, antes, eram maiores”, lembra Orli Machado.

São Paulo – De acordo com a pesquisa Think Real Estate with Google 2013, 60% do processo de compra de imóveis é realizado online e são acessados em média 5,6 sites imobiliários durante o processo. O estudo mostra o que os compradores de imóveis já sabem: antes de sair de casa em busca do imóvel perfeito, vale a pena dar uma boa navegada pela internet .E para facilitar a vida de quem está apenas começando sua pesquisa, EXAME.com selecionou nesta galeria alguns sites imobiliários e aplicativos que vão desde classificados online até armazenadores de informação para quem quer ir direto ao ponto.Confira a lista e deixe o seu comentário caso o seu site preferido tenha ficado de fora.
  • 2. Sites de imóveis com desconto

    2 /8(Reprodução)

  • Veja também

    Os sites de imóveis com desconto, ou outlets de imóveis, mostram lançamentos que entraram em estoque e que pela urgência da construtura em vendê-los possuem descontos que podem superar centenas de milhares de reais.Além da falta de demanda no mercado, os imóveis podem entrar no estoque por serem apartamentos localizados em andares baixos, por terem sido colocados à venda por um valor muito alto, pela desistência de um comprador, ou então porque o imóvel foi lançado em um bairro onde posteriormente houve uma superoferta. Por isso, é muito importante checar o que motivou o desconto para avaliar se a economia realmente compensa.Entre as opções de outlets está o ImovelBid (foto), que mostra cerca de 70 ofertas na cidade de São Paulo e região,o Promoimóveis, que é o pioneiro e tem foco em Minas Gerais, eo Home4Less e o RealtOn, ambos com atuação em São Paulo.
  • 3. Simulador de financiamento

    3 /8(Reprodução)

  • O Canal do Crédito permite ao usuário simular os custos de financiamentos de imóveis em diferentes bancos. Além de comparar quais instituições oferecem as melhores condições de financiamento do mercado, de acordo com o perfil do comprador e imóvel pretendido, é possível também contratar as linhas de crédito diretamente no site, com a consultoria de uma equipe especializada.
  • 4. Classificados online

    4 /8(Reprodução)

    Além de reunir milhares de ofertas, os classificados de imóveis online permitem que o comprador filtre apenas os imóveis que lhe interessam, de acordo com o preço, região e metragem e ainda apresentam fotos e vídeos das unidades pesquisadas, enriquecendo a busca.Alguns dos classificados de destaque são: o Imovelweb, que conta com mais de 500 mil ofertas de casas, apartamentos, chácaras, sítios, fazendas, terrenos e conjuntos comerciais em São Paulo;O Zap Imóveis reúne mais de 370 mil imóveis de todo o país, sendo que em sua base predominam anúncios do Estado de São Paulo; a Rede Secovi de Imóveis, que congrega imobiliárias associadas ao Secovi (Sindicato da Habitação) de São Paulo; o MercadoLivre (foto), que tem mais de 800 mil anúncios de imóveis de todo o país; a OLX, que é um dos maiores sites de classificados do mundo, presente em 96 países; o Viva Real, com 807 mil imóveis à venda em todo o país; e o Tique Imóveis, que também tem atuação nacional.
  • 5. Sites de registro de imóveis

    5 /8(Reprodução)

    Para que ocorra a liberação de um financiamento, o comprador precisa apresentar a certidão de matrícula do imóvel ao banco e registrar em cartório o contrato de compra e venda do imóvel assinado pelo comprador e pelo vendedor. Antes, esses processos eram realizados apenas pessoalmente nos cartórios e nos bancos, o que acontecia em um prazo que poderia ser superior a um mês. Agora, alguns sites realizam esse tipo de processo digitalmente e permitem que o financiamento seja aprovado em menos de uma semana.Realizam a emissão dos documentos a plataforma Registradores (foto), da Associação dos Registradores Imobiliários de São Paulo (Arisp); o Portal de Documentos; e a Central do Crédito Imobiliário, site da Serasa em parceria com a Arisp, que une em uma mesma plataforma informações do comprador, do construtor e do imóvel, por meio da integração dos servidores da Serasa e dos Cartórios de Registros de Imóveis do Estado de São Paulo. O site permite que qualquer matrícula de registro de imóvel seja visualizada online e fornece certidão digital e outros documentos de Cartórios de Registro de Imóveis em cerca de 15 minutos.
  • 6. Reprodutor de plantas de imóveis

    6 /8(EXAME.com)

    O aplicativo MagicPlan permite ao usuário reproduzir em seu smartphone a planta de um imóvel em poucos cliques. Ao posicionar-se no centro de um cômodo e apontar o smartphone para cada um de seus cantos, o app registra suas medidas, reproduzindo inclusive portas e janelas. Ele preenche automaticamente informações do imóvel, como endereço, cidade, estado e CEP por meio do sistema de geolocalização. E ainda tem uma função que permite incluir móveis ou reformas nas plantas para que o usuário visualize como o imóvel ficaria com algumas mudanças. O único porém é que na versão gratuita só é possível salvar um projeto.
  • 7. Armazenadores de informação

    7 /8(Reprodução)

    Por se tratar de um bem de alto valor, a compra de um imóvel exige uma pesquisa aprofundada. Alguns aplicativos clássicos de armazenamento de dados podem ajudar o comprador que faz a lição de casa a organizar o vasto material levantado, facilitando sua escolha.O Dropbox (foto) é um dos mais populares serviços de armazenamento de dados em nuvem. Ele permite que o usuário consulte a qualquer hora fotos, documentos e vídeos por meio de diferentes dispositivos, como PC e iPhone. Com a possibilidade de armazenar tudo em um único lugar, você não precisará se preocupar em ficar caçando as anotações sobre um imóvel ou outro. Outra boa opção é o Evernote, o mais famoso app de anotações e gerenciamento de informações. Ele também armazena dados em nuvem e permite ao usuário criar notas, digitalizar anotações feitas em papel e tirar fotos, sendo que a visualização das notas pode ser feita de várias formas, inclusive em mapas.
  • 8. Agora veja imóveis à venda por uma mesma faixa de valor

    8 /8(Stock.xchng / mwookie)

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