Preço-justo da Visanet cai 36% no pior cenário para regulação do BC
Mudanças nas regras do setor pode reduzir de R$ 20,26 para R$ 12,88 o preço-justo dos papéis
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
A nova regulação para o setor de cartões deve mexer fortemente com as projeções para os papéis da Visanet. Como ainda não é possível prever quais propostas serão aprovadas, já que Banco Central, Ministério da Fazenda e instâncias políticas divergem em muitos pontos, a corretora Ativa desenvolveu um estudo considerando quatro cenários distintos. No mais pessimista deles, o preço-justo das ações da Visanet, hoje estimado em 20,26 reais, cairia para 12,88 reais - uma redução de 36%.
Este cenário contemplaria quatro mudanças:
1 - Fim da exclusividade: cada máquina para pagamento com cartão aceitaria diversas bandeiras.
2 - Cisão das atividades: as administradoras de cartões, como Visanet e Redecard, responsáveis pelo credenciamento dos estabelecimentos, processamento, e liquidação financeira das transações, seriam obrigadas a se desfazerem de duas dessas atividades.
3 - Menor prazo para liquidação: as transações teriam seu prazo de liquidação reduzidos de 30 dias para 2 dias.
4 - Instituições financeiras: as empresas participantes da indústria de cartões de crédito e débito passariam a ser consideradas intituições financeiras.
Nos outros três cenários, foram combinados o fim da exclusividade e mais um item, como é possível notar na tabela abaixo.
O impacto da nova regulação nas ações da Visanet | |||
Propostas | Preço-justo (R$) | Redução em relação ao cenário base (%) | Potencial de alta / baixa (%) |
Cenário base: fim da exclusividade | 20,26 | 0 | 15,24 |
Cenário 1: cisão de atividades | 17,11 | 16 | -2,67 |
Cenário 2: menor prazo para liquidação | 18,08 | 11 | 2,84 |
Cenário 3: instituições financeiras | 17,81 | 12 | 1,31 |
Cenário 4: soma de todas as propostas | 12,88 | 36 | -26,73 |
Fonte: Ativa Corretora |
No pregão desta quarta-feira (30/9), as ações da Visanet (VNET3) fecharam cotadas a 17,58 reais, em alta de 0,68%. No mês, os papéis acumularam 6,93% de valorização, abaixo dos 8,91% do Ibovespa.