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Os seguros mais exóticos do mundo

Atletas, celebridades e até empresários contratam apólices milionárias contra riscos para sua carreira e suas preciosidades

Fernando Alonso tem seguro de 10 mi de euros para seus polegares
DR

Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2012 às 12h02.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h39.

São Paulo – Considerados cruciais para a pilotagem, os polegares do espanhol Fernando Alonso foram segurados em 10 milhões de euros pelo Santander, patrocinador da Ferrari, no início de 2010. A apólice era parte de uma campanha publicitária da divisão de seguros do banco. Esse tipo de permuta é comum entre atletas e artistas que funcionam como garotos-propaganda de seguradoras.

São famosas as apólices milionárias para as partes do corpo consideradas o ganha-pão dessas personalidades. Em geral, são seguros de acidentes pessoais, com uma cláusula especial para a parte do corpo que se deseja cobrir, a chamada "invalidez majorada". Essas apólices cobrem os casos de invalidez funcional, em que o segurado precisa parar de exercer a profissão por conta de perda ou dano permanente da parte do corpo em questão, mesmo que isso não signifique uma invalidez total.

"Normalmente o corretor desenha esse produto especialmente para o cliente junto à seguradora. Como é um produto muito específico, o prêmio é bem alto", diz Leôncio de Arruda, vice-presidente da Federação Nacional de Corretores de Seguros e do sindicato da categoria em São Paulo.
  • 2. Corinthians fez seguro contra eventual lesão de Ronaldo

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  • Seguros para partes do corpo são relativamente comuns no futebol, contratados por grandes clubes que querem se proteger de danos a seus valiosos jogadores. Em 2009, o Real Madrid contratou uma cobertura de 100 milhões de euros (na época, cerca de 260 milhões de reais) para as pernas do português Cristiano Ronaldo, quase a mesma quantia desembolsada para a sua contratação.

    A apólice do jogador foi emitida pelo Lloyd’s de Londres, mas várias seguradoras e resseguradoras dividiram o risco das apólices. Por isso, a empresa se tornou conhecida por seus seguros curiosos ou de grande porte. O Lloyd’s foi nada menos que a principal seguradora do World Trade Center, com 11 bilhões de dólares de valor segurado.

    No Brasil, seguro para pernas de jogador de futebol é coisa bem menos corriqueira. Mais comuns são as apólices de garantias contratuais, que resguardam o clube em caso de lesão em um jogador caro e importante. O Corinthians, por exemplo, fez um seguro de 6 milhões de reais, em 2009, para cobrir o salário de Ronaldo Fenômeno até o fim daquele ano caso uma lesão séria o afastasse dos gramados por mais de quatro meses.
  • 3. Dançarinas e cantoras contratam seguro para partes belas do corpo

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  • No show biz não faltam histórias de lindas mulheres que fizeram seguro para pernas, seios e até bumbum. Sem dúvida a imagem sempre foi essencial para o desempenho de suas atividades profissionais.

    Seguro de pernas já virou lugar comum. A moda foi inaugurada pela atriz Betty "Pernas de Dinamite" Grable na década de 40. Depois disso, a estrela ganhou outro apelido, "pernas de um milhão de dólares". Um milhão de dólares também foi o valor da apólice da jovem Rihanna, contratada logo depois de a cantora receber um prêmio da Gilette por suas lindas pernas em 2007.

    No Brasil, esses seguros ficaram conhecidos graças à ex-dançarina do grupo É o Tchan Carla Perez, que contratou uma apólice de 2 milhões de reais para o bumbum em 1998, suspensa por falta de pagamento. Já Susana Alves, a Tiazinha, ganhou um seguro do mesmo valor para bumbum, joelhos e tornozelos, em troca do uso de sua imagem em uma campanha publicitária.

    A onda também pegou entre as "mulheres fruta". Renata Frisson, a Mulher Melão, fez um seguro de um milhão de reais para seus seios, com 500 ml de silicone cada. Gracy Kelly, a Mulher Maçã contratou uma apólice do mesmo valor para o bumbum.
  • 4. Profissionais reconhecidos fazem seguro até para os sentidos

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    Quem pensa que seguro para partes do corpo - ou de "invalidez majorada" - é coisa de celebridade se engana. Assim como os atletas e artistas, outros profissionais também se resguardam com esse tipo de apólice.

    O Lloyd’s de Londres fez, em 2008, um seguro para o nariz e o olfato do provador de vinhos holandês Ilja Gort, que atua na França, no valor de 5 milhões de euros. Em 2009, foi a vez do provador de café da cadeia de lojas Costa Coffee, Gennaro Pelliccia, que contratou uma cobertura de 13 milhões de dólares para o apurado paladar.

    Entre os artistas essa prática também é comum. A atriz e bailarina Claudia Raia teve um seguro para as pernas no valor de um milhão de reais por três anos, contratado pela seguradora que patrocinou seu musical "Não fuja da raia", em 1993.

    No exterior, o Lloyd’s chegou a fazer seguro para as pernas do ator e dançarino Fred Astaire, para a voz do cantor Bruce Springsteen, para as mãos do rolling stone Keith Richards e para a voz da cantora Celine Dion.
  • 5. Protagonista de "Ugly Betty" tem apólice de US$ 10 mi para os dentes

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    Fazer um seguro para cobrir a perda da capacidade de exercer a profissão é até compreensível, mas algumas apólices famosas podem soar um tanto esquisitas. O Lloyd’s de Londres segurou em 10 milhões de dólares os dentes da protagonista da série americana "Ugly Betty", adaptação da novela "Bete, a Feia". Ironicamente, no seriado, os dentes de America Ferrera são escondidos por um aparelho fixo. O seguro foi contratado pela Aquafresh depois que a nada feia atriz participou de uma campanha filantrópica liderada pela empresa em 2007.

    Permuta semelhante foi feita entre a marca de shampoos Head & Shoulders e o jogador de futebol americano Trow Polamalu, que teve suas longas madeixas, cultivadas durante sete anos, seguradas por um milhão de dólares. O seguro será acionado se o atleta perder mais de 60% de seus cabelos em um acidente, incluindo aqueles que possam ocorrer em campo. Mas há algumas condições: Polamalu deve ficar longe de velas, não poderá se tornar cuspidor de fogo nem tentar escalar o Everest.

    Outra do Lloyd’s é da série “excentricidades de Rock Star”. Na década de 80, o ex-vocalista do Van Halen, David Lee Roth, fez um seguro de um milhão de dólares para cobrir responsabilidades legais de paternidade caso engravidasse uma fã.
  • 6. Ator contrata plano de saúde para suas cinco cadelas

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    Animais de estimação não ficam de fora das coberturas diferenciadas existentes por aí. Planos de saúde para cães e gatos, por exemplo, já são bastante comercializados no Brasil. Eles funcionam como os planos para seres humanos – possuem rede credenciada, planos desenvolvidos de acordo com a idade do animal e carência. Na Mister Dog & Cats Saúde Animal, de São Paulo, as mensalidades variam de 33 a 92 reais por mês e os planos podem cobrir odontologia, cirurgia e obstetrícia.

    Apaixonado por animais, o ator Cacau Hygino foi apresentador de um programa inspirado em seu livro "Nós e nossos cães" no canal a cabo GNT. Durante um bom tempo, Hygino pagou um plano de saúde para suas cinco cadelas no Instituto Nacional de Proteção Animal (INPA). Agora, pretende voltar a contratar o serviço. "O custo benefício vale a pena. O valor ficava entre 120 e 150 reais por mês. Mas no bairro onde moro, só uma consulta custa 180 reais", conta.
  • 7. Médicos e engenheiros fazem seguro contra processos

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    O seguro de Responsabilidade Civil (RC) é bem conhecido de quem faz seguro de carro e residência. Mas existe uma modalidade voltada exclusivamente para profissionais liberais, que cobre despesas advocatícias, judiciais e indenizatórias em eventuais processos, desde que constatado que o réu não teve a intenção de causar o dano ou está sendo processado injustamente.

    Engenheiros, arquitetos e agrônomos, por exemplo, podem fazer um seguro RC por meio dos conselhos regionais da categoria. O seguro ProfissionalCREA pode ser contratado por autônomos ou por empresas, para seus empregados. Uma apólice de 100.000 reais custa, para um autônomo, 630 reais por ano. Esse seguro é exigido, por exemplo, para os terceirizados de empresas como Walmart, Shell e Petrobras, e para os vencedores de licitações de obras públicas no estado do Rio Grande do Sul.

    Há também seguradoras especializadas em RC Profissional. A Segpro trabalha com seguros voltados para a área médica, com apólices que variam de 100.000 a 500.000 reais. O prêmio para profissionais "de baixo risco", como farmacêuticos e biólogos, varia de 305 a 810 reais por ano. Para os de maior risco, como cirurgiões, o valor fica entre 2550 e 6500 reais.
  • 8. Seguros para executivos se popularizam entre empresas da bolsa

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    Um tipo específico de seguro de Responsabilidade Civil Profissional é o D&O – Directors and Officers, contratado por empresas em favor de seus executivos. Além das despesas judiciais, advocatícias e indenizatórias, a cobertura inclui a penhora de bens. Ou seja, se um juiz ordenar o bloqueio da conta do segurado, a seguradora paga os gastos do dia a dia que dependem daquela conta, da escola dos filhos às despesas da casa. Indenizações decorrentes de atos ilícitos e multas não são cobertas. "Nenhum seguro pode cobrir atos dolosos", afirma Leandro Martinez, da Chubb, especializada em seguros especiais.

    O valor segurado varia de acordo com o tamanho da empresa. Na Chubb, vai de 500.000 reais a 6 milhões de dólares. Segundo Martinez, as campeãs de contratação são as companhias de capital aberto, principalmente as que negociam ações no exterior, e as instituições financeiras, por conta da regulação e de questões de governança corporativa. "Há executivos que, ao serem contratados, exigem que a nova empresa tenha esse tipo de seguro entre seus benefícios", diz Martinez.
  • 9. Atletas de esportes radicais também podem ficar seguros

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    Já existem no mercado produtos desenvolvidos especialmente para atletas de esportes radicais amadores. "Nosso público é composto por executivos, profissionais liberais e empresários que se dedicam muito a seu hobby", diz Paulo Kalassa, diretor da Kalassa Corretora, especializada nesse tipo de seguro. Entre os esportes preferidos desses atletas estão o paraquedismo, a maratona e o triatlo.

    Na Kalassa, por um prêmio de 10% a 15% maior que o dos seguros tradicionais, é possível contratar um seguro de vida que também cubra morte e invalidez decorrentes da prática de esportes radicais, eventos muitas vezes excluídos das apólices comuns, embora essa cobertura seja obrigatória por lei. Quem compete no exterior - ou simplesmente quer aprender a esquiar em Aspen - pode incluir a prática esportiva na cobertura médica de seu seguro viagem, cujo valor chega a 50.000 reais.

    A corretora também faz seguro de roubo e responsabilidade civil para bicicletas esportivas que custem entre 5.000 e 50.000 reais. Para bikes até 10.000 reais, o prêmio custa cerca de 350 reais por ano.  O empresário e recordista mundial de triatlo na modalidade IronMan Marcello Butenas é um dos clientes que sempre faz seguro viagem na Kalassa e tem um seguro de 20.000 reais para a bicicleta que usa para treinar.
  • 10. Seguros de luxo cobrem de carros importados a coleções de bonecas

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    Bens de alto valor requerem seguros especiais. E não é qualquer seguradora que assume esse tipo de risco. Conhecida pelos seguros de obras de arte, a Chubb também faz seguros para carros milionários, barcos de luxo, joias e qualquer tipo de coleção, de vinhos a bonecas.

    O seguro auto cobre danos até mesmo a carros importados de mais de 1 milhão de reais, como de Mercedes, Ferrari ou Porche, e custam entre 4% e 7% do valor do carro. Já os seguros de embarcações costumam ser contratados para iates, lanchas e catamarãs de passeio avaliados em cerca de 10 ou 15 milhões de reais. O custo para o segurado chega a 1% do valor do barco.

    Os seguros de obras de arte e joias podem ser incluídos no seguro residencial e cobrem roubo, furto e, no caso das obras, incêndio. As peças são seguradas pelo seu valor de avaliação, determinado por um especialista, e devem ser armazenadas em condições seguras. Para joias, é possível ainda contratar a cobertura "all risks", que cobre roubo e furto fora de casa para joias e relógios em uso.
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