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O que esperar no futuro? O processo de consolidação do setor não acabou, embora os banqueiros não esperem grandes mudanças no ranking nos próximos anos. Bradesco e Itaú deverão continuar como os maiores privados, sem ameaçar o estatal Banco do Brasil, que permanece como líder absoluto do setor. O pelotão intermediário terá Unibanco, ABN Amro […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O que esperar no futuro? O processo de consolidação do setor não acabou, embora os banqueiros não esperem grandes mudanças no ranking nos próximos anos. Bradesco e Itaú deverão continuar como os maiores privados, sem ameaçar o estatal Banco do Brasil, que permanece como líder absoluto do setor. O pelotão intermediário terá Unibanco, ABN Amro (com o recém-comprado Sudameris) e Santander. Mais abaixo estarão HSBC (sem o Lloyds) e estrangeiros dedicados a nichos específicos, como o BankBoston e o Citibank. Todos esses bancos têm operações sustentáveis de atacado e varejo, embora suas rentabilidades variem muito. As transações entre brasileiros ainda por sair não são capazes de alterar posições. Permanecem em aberto as privatizações de bancos estaduais, como o catarinense Besc, considerado uma das jóias do sistema estatal, além de pequenas instituições privadas regionais. Novidades só deverão vir do exterior. "O quadro só mudará se ocorrerem fusões e aquisições nas matrizes", diz Setubal, sem citar nomes. Reservadamente, os banqueiros aventam as hipóteses de uma eventual compra do Santander ou do ABN por um gigante global como o HSBC ou o americano Citigroup. Outra possibilidade é uma operação entre o Citigroup e o Fleet, controlador do BankBoston no Brasil e na Argentina.

O que certamente deverá disparar uma nova rodada de consolidação bancária no Brasil será uma queda consistente dos juros. Um texto para discussão do Fundo Monetário Internacional (FMI) intitulado Do Brazilian Banks Compete?, publicado em maio deste ano, comprovou estatisticamente uma percepção arraigada em muitos setores do empresariado e da sociedade: os bancos são um oligopólio no Brasil. Segundo o texto, além de permitir que eles permaneçam rentáveis apesar de serem menos eficientes que seus concorrentes de outros países europeus e latino-americanos, essa estrutura faz com que sua rentabilidade aumente quando eles se fundem. Como boa parte do ganho dos bancos brasileiros vem do spread bancário (que é a diferença entre o que pagam ao aplicador de recursos e as taxas elevadíssimas que cobram dos tomadores de empréstimos), uma queda dos juros vai reduzir drasticamente sua rentabilidade e forçar os grandes do setor a buscar novas formas de trabalhar. Caso isso se confirme, não necessariamente deverá levar a fusões entre os três grandes. "As organizações são muito diferentes", diz Setubal. "Temos pouco em comum", diz Cypriano. "Difícil", diz Moreira Salles. O mais provável é a consolidação entre bancos do pelotão intermediário na hipótese de mais algum dos estrangeiros resolver sair do Brasil. Nesse caso, Bradesco, Itaú e Unibanco são os candidatos naturais à compra. "Participamos de todos os negócios que saíram no Brasil nos últimos anos", diz Cypriano, do Bradesco. "E estamos prontos a analisar todas as oportunidades que aparecerem." Troque-se Cypriano por Setubal ou Moreira Salles na sentença e o resultado será o mesmo.

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O que esperar no futuro? O processo de consolidação do setor não acabou, embora os banqueiros não esperem grandes mudanças no ranking nos próximos anos. Bradesco e Itaú deverão continuar como os maiores privados, sem ameaçar o estatal Banco do Brasil, que permanece como líder absoluto do setor. O pelotão intermediário terá Unibanco, ABN Amro (com o recém-comprado Sudameris) e Santander. Mais abaixo estarão HSBC (sem o Lloyds) e estrangeiros dedicados a nichos específicos, como o BankBoston e o Citibank. Todos esses bancos têm operações sustentáveis de atacado e varejo, embora suas rentabilidades variem muito. As transações entre brasileiros ainda por sair não são capazes de alterar posições. Permanecem em aberto as privatizações de bancos estaduais, como o catarinense Besc, considerado uma das jóias do sistema estatal, além de pequenas instituições privadas regionais. Novidades só deverão vir do exterior. "O quadro só mudará se ocorrerem fusões e aquisições nas matrizes", diz Setubal, sem citar nomes. Reservadamente, os banqueiros aventam as hipóteses de uma eventual compra do Santander ou do ABN por um gigante global como o HSBC ou o americano Citigroup. Outra possibilidade é uma operação entre o Citigroup e o Fleet, controlador do BankBoston no Brasil e na Argentina.

O que certamente deverá disparar uma nova rodada de consolidação bancária no Brasil será uma queda consistente dos juros. Um texto para discussão do Fundo Monetário Internacional (FMI) intitulado Do Brazilian Banks Compete?, publicado em maio deste ano, comprovou estatisticamente uma percepção arraigada em muitos setores do empresariado e da sociedade: os bancos são um oligopólio no Brasil. Segundo o texto, além de permitir que eles permaneçam rentáveis apesar de serem menos eficientes que seus concorrentes de outros países europeus e latino-americanos, essa estrutura faz com que sua rentabilidade aumente quando eles se fundem. Como boa parte do ganho dos bancos brasileiros vem do spread bancário (que é a diferença entre o que pagam ao aplicador de recursos e as taxas elevadíssimas que cobram dos tomadores de empréstimos), uma queda dos juros vai reduzir drasticamente sua rentabilidade e forçar os grandes do setor a buscar novas formas de trabalhar. Caso isso se confirme, não necessariamente deverá levar a fusões entre os três grandes. "As organizações são muito diferentes", diz Setubal. "Temos pouco em comum", diz Cypriano. "Difícil", diz Moreira Salles. O mais provável é a consolidação entre bancos do pelotão intermediário na hipótese de mais algum dos estrangeiros resolver sair do Brasil. Nesse caso, Bradesco, Itaú e Unibanco são os candidatos naturais à compra. "Participamos de todos os negócios que saíram no Brasil nos últimos anos", diz Cypriano, do Bradesco. "E estamos prontos a analisar todas as oportunidades que aparecerem." Troque-se Cypriano por Setubal ou Moreira Salles na sentença e o resultado será o mesmo.

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