Os 10 quadros mais caros já vendidos no mundo
Conheça as obras que renderam negociações e arremates milionários, com preços de venda ajustados à inflação norte-americana de dezembro de 2010
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2011 às 18h52.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h36.
A obra do artista americano Jackson Pollock ganha o primeiro lugar do ranking com um preço de venda de 140 milhões de dólares, negociado em 2006. Quando ajustado à inflação de hoje, esse valor sobre para 151,4 milhões. O comprador não foi identificado, mas quem se desfez do bem e levou a bolada para casa foi Devid Geffen, co-fundador da Dreamworks SKG e da Geffen Records. Símbolo do expressionismo abstrato, a profusão de redes intercontectadas foi pintada sobre uma placa de fibra em 1984.
O segundo lugar no pódio no ranking das obras mais caras também é ocupado por uma tela expressionista. Da autoria de Willem de Kooning, nascido na Holanda, "Woman III" faz parte de uma série de seis quadros pintados entre 1951 e 1953. Até 1994, a obra ficou exposta no Museu de Arte Contemporânea de Teerã, no Irã. Depois da revolução de 1979 que transformou o país em uma república islâmica, a exibição da pintura foi proibida pelo governo do aiatolá Khomeini. Debaixo dos panos, o quadro foi paulatinamente passado para frente no mercado das artes. Sua última parada foi na coleção privada de Steven A. Cohen, bilionário americano do mundo das finanças. Feita em 2006, a aquisição custou 137,5 milhões de dólares (148,7 milhões em valores correntes).
Adele era a mulher de Ferdinand Bloch-Bauer, um rico empresário que patrocinava a carreira do pintor austríaco Gustav Klimt. Por isso, foi a única pessoa a ser retratada duas vezes pelo artista. O primeiro dos quadros, "Portrait of Adele Bloch-Bauer I", foi vendido pela última vez por 135 milhões de dólares. Atualizado para 146 milhões em valores de hoje, o montante foi desembolsado pelo executivo e filantropo Ronald Lauder em 2006. Desde então, a tela pode ser conferida na galeria Neue, na cidade de Nova York.
Responsável por tomar conta de Vincent van Gough em seus últimos dias de vida, o doutor Gachet foi a inspiração para um quadro pintado pelo artista impressionista em 1890. A obra foi vendida pela primeira vez em 1897 por meros 300 francos. De lá para cá, passou de mãos em mãos e chegou inclusive a ser confiscada como parte de uma campanha nazista para livrar a Alemanha da chamada arte degenerativa. Em 1990, o “Retrato do Dr. Gachet” foi arrematado em Nova York por 82,5 milhões de dólares. Corrigido pela inflação, o montante vai a 137,6 milhões, fazendo deste o quadro mais caro já vendido em leilão. Com a morte do novo dono, o bilionário japonês Ryoei Saito, o paradeiro de uma das obras mais conhecidas de Van Gough permanece uma incógnita no mercado da arte.
Retratando a vida parisiense do século XIX, o quadro "Le bal du moulin de la galette", de Renoir, também foi vendido ao japonês Ryoei Saito em 1990. O preço da transação atingiu 78,1 milhões de dólares, equivalentes a 130,3 milhões nos dias de hoje. São duas as versões da tela, ambas com o mesmo nome. A maior encontra-se pendurada nas paredes do Musée d'Orsay, em Paris. Especula-se que a menor, vendida a Saito há mais de duas décadas, foi negociada em um acordo confidencial depois do empresário japonês amargar dificuldades financeiras com suas companhias. Os rumores dão conta que a obra, frequentemente apontada como uma das mais representativas pinturas do Impressionismo, está hoje na Suíça.
Pintado em 1905 durante a fase rosa do espanhol Pablo Picasso, "Garçon à la pipe" foi vendido em 2004 por 104,2 milhões de dólares. Corrigido pela inflação, o valor da transação bate em 120,2 milhões de dólares. A obra deixa transparecer o estilo adotado por Picasso nos seus primeiros anos como artista e é considerada por muitos a principal tela deste período que ainda permanece sob domínio privado. Se o nome do afortunado que arrematou o quadro permaneceu em segredo, o valor desembolsado por ele despertou polêmica por parte dos críticos de arte, que consideraram o montante demasiado alto para uma tela que não figura entre as obras primas de Picasso.
Em sétimo lugar no ranking dos quadros mais caros vendidos em leilão está a tela "Nu au Plateau de Sculpteur", negociada em 2010 por 106,5 milhões de dólares. Se descontada a inflação que atualiza o valor das quadros que a precedem na lista, esta é a obra com maio preço de venda pública na história da arte. Quem a levou para casa fez o lance por telefone e preferiu não ser identificado. Terminada em 1932, a pintura retrata Marie-Thérèse Walter, musa e amante de Picasso. Por quase 60 anos, o quadro figurou na coleção do casal Sidney e Frances Brody, de Los Angeles. Durante todo esse tempo ele só veio a público uma única vez, por ocasião do aniversário de 80 anos do artista, celebrados em 1961.
A negociação do quadro "Portrait of Joseph Roulin" em 1989 envolveu dinheiro e a troca de outras obras de arte. De um colecionador privado em Zurique, a tela de Van Gough foi parar no Museu de Arte Moderna, em Nova York. Além dos 58 milhões de dólares despendidos na época (101,9 milhões nos dias de hoje), o Museu também abdicou de quatro obras de arte dos artistas Monet, Renoir, Kankinsky e Picasso. Entregues aos intermediadores suíços, o destino final destas telas permanece desconhecido.
Influenciado pelos trabalhos de estampa japonesa e pelos jardins do hospital onde estava internado, Van Gough pintou "Irises" em 1889, apenas um ano antes de morrer. Quase um século depois, o quadro foi vendido por 53,9 milhões de dólares à Alan Bond, um executivo australiano do setor de imóveis e mídia. Considerando o efeito da inflação, a transação envolveria o pagamento de 103,4 milhões de dólares se fosse feita em 2010. A investida de Bond aconteceu em 1987 e foi bancada, em boa parte, por um empréstimo que ele se recusou a pagar mais tarde. Por isso, a obra foi revendida em 1990 para o museu J. Paul Getty, em Los Angeles.
Outra obra inspirada nas mulheres da vida de Picasso, "Dora Maar au Chat" foi pintada em 1941, retrato da mulher que viveria com o artista por quase uma década na França. Levado para Chicago alguns anos depois, o quadro permaneceu com famílias norte-americanas até ser leiloado em Nova York, em 2006. O lance mais alto ficou por conta de um participante russo anônimo, que ofereceu 95,2 milhões de dólares pela obra (102,9 milhões nos dias de hoje). Na mesma tacada, o sujeito levou mais duas obras de respeito: um quadro de Monet e outro de Chagall.