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O fôlego da Comgás

A ação

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A Comgás faz parte de um grupo de empresas que pouco aparecem nos pregões, mas podem dar muitas alegrias aos investidores. Neste ano suas ações subiram 159% até o início deste mês, mais que o dobro da já extraordinária alta de 64% do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo. Os analistas atribuem a alta a resultados operacionais consistentes aliados a notícias favoráveis. "As perspectivas são muito positivas", diz Natalia Kerkis, analista de investimento do Unibanco.

Os números de seus balanços têm sido progressivamente melhores. A receita líquida com a distribuição de gás natural passou de 869 milhões de reais em 2001 para 1,2 bilhão em 2002. Para este ano, a previsão é de 1,9 bilhão de reais. Na capacidade de geração de caixa (Ebitda), a progressão é equivalente. Enquanto em 2001 o Ebitda foi de 177 milhões, em 2002 alcançou 347 milhões de reais. Para este ano, os analistas esperam 450 milhões de reais. A margem Ebitda passou de 20,4% em 2001 para 27,4% em 2002, e espera-se que chegue a 30% neste ano.

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Boa parte dos resultados deve-se à demanda crescente. "O consumo de gás tem aumentado 20% ao ano", diz Denilson Duarte, analista de investimento da Máxima Asset Management, do Rio de Janeiro. Em suas projeções, a ação, que se encontra por volta de 130 reais o lote de 1 000, pode chegar ao fim do ano em 150 reais, e atingir 170 reais em 2004. Ele recomenda comprar a ação.

Uma das melhores notícias que correram paralelamente a seus anúncios de resultado foi a descoberta de uma enorme reserva de gás na bacia de Santos. Em abril, a Petrobras divulgou a capacidade de 70 bilhões de metros cúbicos. Em agosto, a reserva pularia para 419 bilhões de metros cúbicos. Para entender a dimensão da descoberta, até então, as reservas brasileiras eram de 213 bilhões de metros cúbicos. A descoberta melhorou as perspectivas da Comgás porque proporcionará a redução de sua dependência do gás da Bolívia -- pago em dólares. "Seu custo diminuirá em médio e longo prazos", diz Marcos Pereira, analista de investimento da corretora paulista Socopa. Sua recomendação de manter as ações -- a valorização recente levou o papel para perto de seu último preço-alvo -- está em revisão, à espera dos resultados do terceiro trimestre.

Duas fontes de incerteza também poderão modificar a recomendação dos analistas, segundo Natalia, do Unibanco. A primeira diz respeito ao futuro do mercado de gás no país. A expectativa é que o gás natural ocupe maior participação na matriz energética. A segunda refere-se ao preço. Está em curso a discussão da revisão tarifária qüinqüenal, a ser definida em abril de 2004. Nos primeiros cinco anos da concessão (válida por 30 anos), o preço do gás foi reajustado pelo IGP-M pleno. No ano que vem, no entanto, será introduzido um fator de redução, que vai depender, entre outras coisas, de um plano de negócios a ser divulgado pela empresa até o próximo dia 11. Ninguém espera grandes traumas. "O processo tem sido muito transparente", diz Natalia. Por enquanto, seu preço-alvo é de 148 reais, e a recomendação, manter.

COMGÁS PNA (CGAS5)
FATOS
Variação em 2003* 159,1%
Variação Ibovespa* 64,3%
Lucro em 2003** 18,6
Cotação/VPA*** 189%
OPINIÕES
Analista Corretora Recomendação
Denilson Duarte Máxima Comprar (novembro/03)
Marcos Pereira Socopa Manter (novembro/03)
Natalia Kerkis Unibanco Manter (novembro/03)
*Até 3/novembro
**No primeiro semestre, em milhões de reais
***Indica o preço de mercado da empresa em relação a seu valor patrimonial
Fontes: Economática, analistas
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