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Expansão eleva risco da carteira de crédito do Banco do Brasil

Aumento dos créditos duvidosos no terceiro trimestre já era esperado por analistas, mas tamanho da carteira ficou aquém do projetado

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O Banco do Brasil encerrou o terceiro trimestre com uma carteira de crédito de 94,7 bilhões de reais. O montante é 12,5% maior que o de setembro de 2004 e assegurou a liderança da instituição em relação aos créditos concedidos pelos bancos, mas ficou abaixo da projeção de alguns analistas. O Banif Investment Banking, por exemplo, esperava 97,180 bilhões de reais. Mas isso não impediu que a qualidade da carteira sofresse uma pequena deterioração, também já esperada pelos especialistas.

Como outras instituições, ao elevar suas operações de crédito, o Banco do Brasil aumentou a parcela de contratos duvidosos. As operações consideradas de menor risco (classificação AA, A, B e C) responderam por 89,5% da sua carteira em setembro. No mesmo mês do ano passado, a fatia era de 91,8%. Em decorrência, o banco precisou elevar o provisionamento para créditos duvidosos de 5,2% da carteira (junho de 2004) para 5,5% em setembro.

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De qualquer modo, a expansão do crédito tem sido a principal fonte de receitas do banco neste ano. A receita bruta com intermediações financeiras acumulada em nove meses foi de 25,107 bilhões de reais, contra 22,934 bilhões no mesmo período de 2004. Dentro dessa conta, as receitas geradas pelas operações de crédito (como as taxas de análise de crédito) subiram de 12,645 bilhões para 14,146 bilhões.

Segundo relatório divulgado nesta segunda-feira (14/11) pela administração, a carteira do banco poderia crescer mais 80,1 bilhões de reais. Isto porque seu índice de Basiléia em setembro era de 17,4%, contra 15,7% no mesmo mês de 2004. Para bancos de países emergentes, o índice recomendado é de 11%, ou seja, para cada 100 reais emprestados pela instituições, 11 reais devem vir de capital próprio. O restante poderá ser captado no mercado. Um índice de 17,4% significa que o Banco do Brasil está colocando mais dinheiro próprio do que necessitaria em cada operação. O banco calcula que esse excedente seja de 8,8 bilhões de reais, que poderiam alavancar mais 80,1 bilhões de reais em novos créditos, se observado o índice de 11%.

Despesas

O aumento da carteira de crédito gerou também maiores despesas com a intermediação financeira. Essa rubrica acumula, até setembro, gastos de 16,103 bilhões, contra 15,798 bilhões na comparação com 2004. O item que mais pesou para esse incremento foram as despesas com captação de recursos junto ao mercado, que passaram de 9,499 bilhões para 11,157 bilhões. Apesar disso, o lucro bruto com intermediações financeiras cresceu de 7,136 bilhões para 9,005 bilhões.

As despesas operacionais, que incluem os gastos com administração e pessoal, recuaram de 3,616 bilhões para 3,293 bilhões. Com isso, o lucro operacional somou 5,711 bilhões, contra 3,519 bilhões no acumulado até setembro de 2004.

O lucro líquido consolidado fechou o acumulado até o terceiro trimestre em 3,416 bilhões de reais, contra 2,253 bilhões na mesma comparação. O patrimônio líquido, no final de setembro, estava em 16,8 bilhões de reais e o total de ativos, em 245,5 bilhões. O banco encerrou o trimestre com 22,3 milhões de clientes, um crescimento de 8,4% sobre o mesmo período de 2004. Desse total, 20,9 milhões eram pessoas físicas e 1,4 milhão, empresas.

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