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Líbia não deve afetar ações de empresas brasileiras

Efeitos do fim dos conflitos serão diluídos em meio à expectativa de recessão mundial

Retomada da produção líbia deve ser lenta; queda nos preços do petróleo já é esperada (Gianluigi Guercia/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2011 às 11h52.

São Paulo – O eventual fim dos conflitos na Líbia não deve impactar as ações de empresas brasileiras do setor, dizem analistas. Isso porque os efeitos nos preços do petróleo não devem ser bruscos, tornando-se a queda do regime apenas mais um dos motivos que levará a uma queda gradual já prevista nas cotações da commodity.

Num cenário de perspectivas econômicas tão ruins como o atual, a queda do ditador Muamar Kadafi praticamente não será sentida. “No momento atual, a Líbia ficará um pouco para escanteio”, diz o analista Eduardo Oliveira, da Um Investimentos. “Se estivéssemos num cenário melhor, com leve crescimento nos Estados Unidos, China sem perspectivas de desaceleração e inflação controlada, talvez fosse mais fácil sentir os efeitos”, completa.

Embora especialistas acreditem numa queda gradual dos preços do petróleo, a Líbia deve ter pouco papel nesse processo. Após o fim do conflito, a retomada da produção deve demorar a acontecer. As estimativas variam entre seis meses e um ano. Com a expectativa de recessão global, uma retomada abrupta na produção poderia aumentar bruscamente a oferta de petróleo num mundo economicamente enfraquecido, o que certamente derrubaria as cotações. Mas sendo essa retomada tão lenta, não será o caso.

“A produção vai se normalizar aos poucos, o que só poderia ter um efeito nos preços no médio prazo”, diz Erick Scott, analista da SLW. Contudo, a retomada na produção líbia configuraria apenas um motivo a mais para a queda nos preços da commodity, que deve ocorrer de qualquer maneira, frente à perspectiva de recessão global.

Brasil não tem exposição à Líbia

Além disso, o preço do petróleo no Brasil não só é regulado pelo governo como também segue as cotações do petróleo WTI, negociado em Nova York e menos sensível aos acontecimentos na Líbia, ao contrário do Brent, referência na Europa. Tanto que os contratos mais negociados de cada tipo fecharam em tendências opostas nesta segunda-feira.

Em função do conflito líbio, os contratos de petróleo tipo Brent com vencimento em outubro já haviam subido mais de 10% no ano, enquanto que os contratos com mesmo vencimento do barril tipo WTI acumulam queda na mesma proporção.

A queda gradual nos preços do petróleo em função dos acontecimentos globais também não deve impactar fortemente o desempenho das empresas brasileiras do setor. “As petroleiras podem ter reflexo levemente negativo nas ações, mas apenas no curto prazo”, diz Erick Scott, da SLW. Quem depende mais do mercado externo sofrerá um pouco mais do que aquelas mais voltadas para o mercado interno.

“O petróleo a preços mais baixos acaba sendo positivo para a economia por conta da pressão inflacionária”, avalia Eduardo Oliveira, da Um Investimentos. Ele explica que isso contribui para as margens das empresas do setor e também reduz os custos de companhias dependentes de petróleo e derivados, com as empresas de logística.

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São Paulo – O eventual fim dos conflitos na Líbia não deve impactar as ações de empresas brasileiras do setor, dizem analistas. Isso porque os efeitos nos preços do petróleo não devem ser bruscos, tornando-se a queda do regime apenas mais um dos motivos que levará a uma queda gradual já prevista nas cotações da commodity.

Num cenário de perspectivas econômicas tão ruins como o atual, a queda do ditador Muamar Kadafi praticamente não será sentida. “No momento atual, a Líbia ficará um pouco para escanteio”, diz o analista Eduardo Oliveira, da Um Investimentos. “Se estivéssemos num cenário melhor, com leve crescimento nos Estados Unidos, China sem perspectivas de desaceleração e inflação controlada, talvez fosse mais fácil sentir os efeitos”, completa.

Embora especialistas acreditem numa queda gradual dos preços do petróleo, a Líbia deve ter pouco papel nesse processo. Após o fim do conflito, a retomada da produção deve demorar a acontecer. As estimativas variam entre seis meses e um ano. Com a expectativa de recessão global, uma retomada abrupta na produção poderia aumentar bruscamente a oferta de petróleo num mundo economicamente enfraquecido, o que certamente derrubaria as cotações. Mas sendo essa retomada tão lenta, não será o caso.

“A produção vai se normalizar aos poucos, o que só poderia ter um efeito nos preços no médio prazo”, diz Erick Scott, analista da SLW. Contudo, a retomada na produção líbia configuraria apenas um motivo a mais para a queda nos preços da commodity, que deve ocorrer de qualquer maneira, frente à perspectiva de recessão global.

Brasil não tem exposição à Líbia

Além disso, o preço do petróleo no Brasil não só é regulado pelo governo como também segue as cotações do petróleo WTI, negociado em Nova York e menos sensível aos acontecimentos na Líbia, ao contrário do Brent, referência na Europa. Tanto que os contratos mais negociados de cada tipo fecharam em tendências opostas nesta segunda-feira.

Em função do conflito líbio, os contratos de petróleo tipo Brent com vencimento em outubro já haviam subido mais de 10% no ano, enquanto que os contratos com mesmo vencimento do barril tipo WTI acumulam queda na mesma proporção.

A queda gradual nos preços do petróleo em função dos acontecimentos globais também não deve impactar fortemente o desempenho das empresas brasileiras do setor. “As petroleiras podem ter reflexo levemente negativo nas ações, mas apenas no curto prazo”, diz Erick Scott, da SLW. Quem depende mais do mercado externo sofrerá um pouco mais do que aquelas mais voltadas para o mercado interno.

“O petróleo a preços mais baixos acaba sendo positivo para a economia por conta da pressão inflacionária”, avalia Eduardo Oliveira, da Um Investimentos. Ele explica que isso contribui para as margens das empresas do setor e também reduz os custos de companhias dependentes de petróleo e derivados, com as empresas de logística.

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