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Incerteza sobre cenário político deixa mercado cauteloso

Os investidores adotaram uma posição mais cautelosa, à espera do depoimento de Rogério Buratti, ex-assessor de Antonio Palocci, na época em que o ministro da Fazenda era prefeito de Ribeirão Preto (SP). A cautela já foi sentida ontem (23/8), quando o mercado inverteu os resultados do fechamento de segunda-feira. O dólar fechou com alta de […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Os investidores adotaram uma posição mais cautelosa, à espera do depoimento de Rogério Buratti, ex-assessor de Antonio Palocci, na época em que o ministro da Fazenda era prefeito de Ribeirão Preto (SP). A cautela já foi sentida ontem (23/8), quando o mercado inverteu os resultados do fechamento de segunda-feira. O dólar fechou com alta de 1,09%, cotado a 2,411 reais. A Bolsa de Valores de São Paulo recuou 1,8%, para 26 769 pontos; e o risco-país subiu 0,93%, encerrando o dia em413 pontos.

"A volatilidade reflete a incerteza sobre os acontecimentos políticos", afirma Paulo de Sá Pereira, estrategista da Sul América Investimentos. Nesta semana, o fato político mais aguardado pelos investidores é o depoimento de Buratti à CPI dos Bingos. Prevista inicialmente para hoje, a sessão foi adiada a pedido de seu advogado, Roberto Telhada. O advogado alegou que seu cliente está desgastado pela situação e, por isso, apresenta problemas de saúde. Telhada solicitou que o depoimento fosse postergado por uma semana.

O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), não aceitou o pedido e determinou que Buratti deponha até, no máximo, esta quinta-feira (25/8). Caso contrário, ele seria submetido à avaliação de uma junta médica designada pela Comissão. A protelação deve alimentar ainda mais a insegurança do mercado, que tende a se manter na defensiva até que o ex-assessor se apresente à Comissão.

Surpresas

A entrevista coletiva de Palocci, na qual negou qualquer envolvimento com esquemas de corrupção, agradou ao mercado. O reflexo foram os bons números do fechamento de segunda-feira. Mas, apesar de acreditarem que o ministro foi convincente, os investidores temem eventuais surpresas de Buratti na CPI, como provas documentais que possam comprometer efetivamente Palocci.

"O sumiço de Buratti gerou expectativas negativas, porque voltou o temor de que possa existir algo que coloque Palocci em uma situação delicada", afirma Ricardo Martins, analista de investimentos da corretora Souza Barros. Para a analista Ana Clara Monteiro Rodrigues, da área de gestão de fundos da corretora Geração Futuro, não há fundamentos econômicos que justifiquem a apreensão do mercado. Os resultados das empresas e do país continuam positivos. Mas a crise política contaminou o cenário. "Os investidores ficaram pessimistas com o Buratti", diz.

Para o analista político Rogério Schmitt, da consultoria Tendências, o potencial explosivo do depoimento de Buratti é menor do que parece. "Acho pouco provável que o ex-assessor possa trazer algo de novo para envolver Palocci", diz. Segundo Schmitt, é mais provável que eventuais revelações se refiram ao financiamento de campanhas com dinheiro de bingos. "Se isso fosse um jogo de pôquer, meu palpite é que Palocci pagou para ver e Buratti não tem mais cartas na manga", afirma.

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