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Fusão entre japoneses MTFG e UFJ pode criar maior banco do mundo

União esbarra, porém, em diferenças de cultura administrativa e na difícil situação financeira do UFJ, que detém a quarta maior carteira de crédito do Japão

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Os bancos japoneses MTFG, terceira maior instituição financeira do país, e o UFJ, que possui a quarta maior carteira de créditos do Japão, iniciaram negociações que visam a uma fusão total de seus ativos. Se concretizado, o acordo criará o maior banco do mundo, com ativos de aproximadamente 190 trilhões de ienes (1,746 trilhão de dólares).

Segundo o jornal britânico Financial Times, este é o mais importante movimento do setor financeiro japonês, desde a reestruturação que resultou na criação de seus quatro maiores bancos: Mizuho, SMFG, MTFG e UFJ. Os analistas acreditam, porém, que a fusão entre as duas instituições enfrenta sérios obstáculos.

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O primeiro problema é diferença de culturas administrativas. O UFJ surgiu também da fusão de dois bancos, Sanwa Bank e Tokai Bank, e sua diretoria ainda não conseguiu concluir, com êxito, a unificação das culturas de negócio das companhias que a originaram. Já o MTFG pertence ao grupo Mitsubishi, que não aceita, tradicionalmente, executivos e negócios de outros grupos sob sua direção.

O segundo desafio é a situação financeira do UFJ. A não-unificação de sua cultura de negócios está atrapalhando seu desempenho no mercado. Em junho, o banco foi autuado pela Agência de Serviços Financeiros, órgão do governo japonês que fiscaliza o sistema bancário, por não possuir controles internos rígidos de seus processos.

Além disso, o UFJ apresentou números preocupantes no balanço do ano fiscal encerrado em março passado. Seu lucro líquido foi de 402 bilhões de ienes, mas suas provisões para créditos duvidosos (reserva de recursos para empréstimos que o banco não sabe se receberá) foi de 1,3 trilhão de ienes, contra estimativas de mercado de 500 bilhões. Em contrapartida, o MTFG registrou lucro líquido de 561 bilhões no mesmo exercício, o maior entre os bancos japoneses.

Para o mercado, o fato de que o UFJ aceitou discutir sua absorção pelo MTFG é o último sinal de que sua diretoria reconhece que o banco não conseguirá sobreviver sozinho, dado o rigoroso ambiente regulatório do Japão.

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