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Fundos de recebíveis de bancos médios crescem 7 vezes em um ano

Captações das instituições de porte médio através dos fundos de recebíveis cresceram sete vezes em 2004. Os recursos são usados para atender ao aumento da demanda por empréstimos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Os fundos de recebíveis são uma alternativa de captação cada vez mais usada pelos bancos de menor porte. No ano passado, instituições como BMG e Cruzeiro do Sul arrecadaram 1,2 bilhão de reais por meio desses fundos volume sete vezes superior ao registrado em 2003. Os recursos são usados para atender ao aumento da demanda por empréstimos, principalmente por meio do crédito consignado, com desconto em folha de pagamento. "É uma nova fonte de financiamento que os bancos encontraram para continuar emprestando", diz Chuck Spragins, sócio da consultoria carioca Uqbar, especializada em finanças.

Ao contrário do que acontece com os grandes bancos, como Bradesco e Itaú, que captam boa parte dos recursos que utilizam por meio de depósitos feitos por seus clientes, as instituições de menor porte dependem basicamente da emissão de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) para se financiar. "O fundo de recebíveis permite que esses bancos diversifiquem suas fontes de recursos", diz Francisco Turra, sócio da Integral Trust, empresa paulista que estrutura esses fundos.

Diversificar tornou-se mais importante depois da intervenção do Banco Central no Banco Santos, no ano passado. "A demanda por CDBs de instituições pequenas e médias desabou", diz Spragins. A procura por fundos de recebíveis, porém, não caiu. A razão é simples. Essas carteiras são formadas por títulos de créditos que os bancos têm a receber de seus clientes, como pagamento pelos empréstimos. Como boa parte da carteira de crédito desses bancos é formada por empréstimos com desconto em folha, que têm uma taxa de inadimplência muito baixa, o risco de calote também é pequeno. Por isso, o risco dos fundos de recebíveis passou a ser considerado menor que o dos próprios bancos pelos investidores.

Os recursos conseguidos por meio desses fundos são usados para ampliar a carteira de crédito dos bancos. É o que vem fazendo o Tribanco, instituição financeira ligada ao Grupo Martins, o maior atacadista brasileiro. O principal negócio do Tribanco é financiar os clientes da rede de atacado. "Para financiar mais clientes, precisamos de mais recursos", diz o diretor financeiro José Mário Cury. Por isso, o banco decidiu criar um fundo de recebíveis de 100 milhões de reais, que deve ser lançado nos próximos meses.

Outra carteira que deve ser lançada neste ano é a das operadoras de planos de saúde. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão do governo que regula o setor de saúde, propôs às operadoras no início de abril a criação de um fundo conjunto de recebíveis, lastreado no que as empresas têm a receber de seus clientes. "A idéia não é salvar empresas insolventes, mas dar alternativas de financiamento àquelas que estão em boa situação e podem honrar todos os seus compromissos", diz Alfredo Cardoso, diretor da ANS. Segundo ele, a seleção das operadoras poderia ser feita por meio de uma agência internacional de classificação. Resta saber se o risco do investimento vai compensar.

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