A Nai, consultoria imobiliária internacional com sede nos Estados Unidos e representada no Brasil pela Commercial Properties, começou a investir no Brasil. A empresa organizou um fundo imobiliário, com 80 milhões de dólares, voltado para a aquisição de imóveis no país. Os recursos foram reunidos entre investidores da Alemanha e Espanha. A Nai está de olho em prédios de escritório com locação assegurada em São Paulo e Rio de Janeiro, de preferência ocupados por grandes multinacionais, centros de distribuição e fazendas produtivas.

A Nai tem 300 escritórios em 39 países da América, Europa e Ásia. No ano passado, movimentou 28 bilhões de dólares em transações imobiliárias. A empresa também administra uma carteira com 1 bilhão de dólares para investimentos no setor. A formação de um fundo voltado ao Brasil representa uma ofensiva para ampliar a participação em toda a América Latina. A Nai espera repetir no Brasil o desempenho alcançado no México. Em 12 anos de atividades por lá, a empresa instalou uma rede de 10 escritórios nas principais cidades mexicanas e intermediou o ingresso de cerca de 300 empresas no mercado imobiliário local.

A escolha do Brasil como trampolim para os negócios na região levou em conta o porte do mercado interno e as perspectivas de crescimento da economia no longo prazo. As turbulências serão transitórias porque o Brasil já mostrou que tem uma economia sólida , diz Jeffrey Ludwig, presidente do Nai. Entramos no país agora para garantir espaço no futuro.

Pesou também na decisão final a taxa de retorno que pode ser obtida no mercado brasileiro. Levantamento realizado pela consultoria indica que, enquanto um escritório alugado numa grande cidade americana oferece rentabilidade média de 8% ao ano, no Brasil o retorno pode chegar a 15%. No cálculo dessa diferença, pesam o câmbio e também o custo de aquisição dos imóveis. Comprar um edifício inteiro em São Paulo, em alguns casos, equivale a arrematar uns poucos andares de um prédio em Nova York.

A Nai ingressa no mercado de escritórios paulistano no momento em que o mercado imobiliário local vive um boom de lançamentos de edifícios comerciais com alto padrão. A super-oferta cria boas oportunidades, mas Ludwig garante que para a Nai só interessa a compra casada: os prédios precisam ter inquilinos garantidos, de preferência multinacionais e grandes companhias brasileiras. Para assegurar uma ocupação rentável, os representantes da consultoria estão agendando encontros com clientes da Commercial Properties no Brasil. Grandes marcas internacionais como Mastercard, Gilette e Telefonica fazem parte da relação.