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Friboi vai financiar compra da Swift com oferta de ações ou debêntures

Esta é a primeira vez que a empresa cogita lançar ações para custear a aquisição; papéis registram primeira queda na Bovespa desde a abertura de capital

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A compra da americana Swift, antecipada por EXAME , será financiada pela Friboi por meio da oferta de ações ou de debêntures. Essas foram as opções recomendadas pelo conselho de administração da empresa, que agora aguarda estudos mais detalhados para concluir o perfil da operação e submetê-la à aprovação dos acionistas. Também não está descartada uma combinação das duas opções: lançamento de ações e de debêntures.

A aquisição da Swift, que transformou a Friboi na maior companhia do mundo de processamento de proteína animal, foi fechada por 1,4 bilhão de dólares. Esta é a primeira vez que a empresa cogita uma emissão de ações para financiar a operação. No plano anterior, dos 1,4 bilhão de dólares, 400 milhões viriam da holding J&F, controlada pela família Batista. Um bilhão de dólares refere-se ao refinanciamento da dívida da Swift. Desse total, 600 milhões viriam da emissão de dois bonds no mercado internacional. Os demais 400 milhões sairiam de empréstimos bancários.

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Durante a coletiva de imprensa em que anunciou o acordo, a Friboi afirmava contar com o apoio financeiro de grandes instituições. "Dinheiro não foi problema. Três grandes bancos - UBS, JP Morgan e Credit Suisse - ofereceram, cada qual, 1 bilhão de dólares. Acabamos tendo à disposição o triplo do que precisávamos", afirmou, na ocasião, Joesley Mendonça Batista, presidente da JBS, empresa que controla a Friboi.

Segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira (4/6), a Friboi pode emitir até 200 milhões de ações ordinárias para financiar parte da operação. O preço seria determinado com base na média da cotação dos últimos 30 pregões da Bolsa de Valores de São Paulo, no período de 20 de abril a 1º de junho. Sobre a cotação, seria acrescido um prêmio de 50 centavos de real por papel. Nesse intervalo, o preço de fechamento dos papéis oscilou entre 6,96 reais e 8,40 reais, com um preço médio de 7,69 reais, o que faria a emissão alcançar cerca de 1,5 bilhão de reais. Atualmente, a Friboi possui cerca de 850 milhões de ações emitidas. A emissão de novos papéis diluiria a participação dos atuais acionistas. O mercado reagiu à possibilidade e os papéis da companhia derretaram nesta segunda. As ações fecharam em queda de 8,93%, cotadas a 7,65 reais. É a primeira queda da Friboi, desde a abertura de capital, em março. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal indicador do pregão, recuou 0,34%.

Debêntures

Em paralelo, a companhia também avalia a emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, no valor de até 1 bilhão de reais. O prazo de vencimento seria de cinco a dez anos. Uma possibilidade seria a emissão de notas perpétuas, ou seja, sem prazo de vencimento, mas passíveis de resgate pela empresa sob certas condições.

No final de março, a Friboi registrava endividamento total consolidado de 2,942 bilhões de reais. A maior parcela, 2,685 bilhões, refere-se a capital de giro, como Adiantamentos de Contratos de Câmbio. A fatia menor, 256,960 milhões, é composta por linhas de financiamento da Finame e Finimp (para importações), com o objetivo de adquirir ativos. A dívida total de longo prazo alcança 1,869 bilhão de reais e se estende até 2016.

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