Fique de olho em seus investimentos
Questões importantes que podem afetar a vida do pequeno acionista
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 11h26.
1. De que forma as empresas pagam dividendos aos seus acionistas?
Algumas empresas são obrigadas a pagar dividendos, mas o investidor precisa ficar de olho nas datas para não deixar o dinheiro parado na conta investimento. Cada empresa estabelece a data e o volume de dividendos, que podem variar de acordo com o percentual do lucro líquido repassado e a periodicidade do pagamento. A lei societária estabelece que essas empresas devem repassar no mínimo 25% de seus lucros em forma de dividendos. Algumas, porém, distribuem percentuais bem mais elevados, fazendo os pagamentos trimestralmente. Portanto, você deve ficar atento, buscando sempre informações na sua corretora e nos extratos enviados pela CBLC (Câmara de Custódia), da Bovespa.
2. O que devo fazer se a empresa em que estou investindo colocar mais ações no mercado?
Lucy Sousa, presidente da Apimec-SP (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), explica que o lançamento de novo lote de ações da empresa no mercado deve ser avaliado a partir das causas que o estimularam. Cada caso é um caso. "Existem empresas que fazem novos lançamentos para capturar recursos para novos investimentos, o que é positivo para o atual acionista, mas a empresa passará a ter mais acionistas. É necessário ver também se as ações novas são ordinárias (com direito a voto) ou preferenciais."
André Ng, economista-chefe da Infinity Asset, tem visão semelhante e explica que, se o maior número de ações colocadas no mercado foi feito com para financiar algum investimento novo que aumente a capacidade de geração de caixa da empresa (e, conseqüentemente, o lucro), comprá-las pode ser um bom negócio. Porém, se a intenção da empresa é financiar a saída de algum sócio, essa decisão não traz recursos novos -- pode ser um sinal de fraqueza e um mau negócio para o investidor.
3. A empresa onde estou investindo anuncia uma fusão com uma concorrente. Isso é bom ou ruim para um pequeno acionista?
André Ng, da Infinity Asset, diz que, em geral, as fusões geralmente são positivas, porque reduzem custos fixos, aumentam a margem de lucro e o poder de barganha com os fornecedores e clientes. O economista também considera positiva a compra de uma empresa rival, que pode proporcionar bons resultados para os investidores em ações quando essa empresa for menor e estiver ganhando clientes através de guerra de preços (melhor comprá-la que entrar na guerra e sofrer com margens de lucro reduzidas). Além disso, a compra pode gerar ganhos logísticos e sinergias existentes entre os dois negócios. "A fusão entre Lojas Americanas e Submarino, por exemplo, foi boa para os acionistas da Submarino, que tiveram compensação financeira da Lojas Americanas para criar a B2W", exemplifica André. O economista Pedro Paulo Silveira, da Corretora Grau Gestão, por sua vez, alerta que nem toda fusão pode gerar um aumento do preço das ações. "Tudo depende de como o mercado avaliará o resultado da empresa após esses fatos. Uma fusão pode colocar uma empresa na liderança de seu mercado e, ao mesmo tempo, reduzir seus custos e aumentar seu lucro. Mas há fusões que não resultam em ganhos", acrescenta. Nem sempre uma empresa altamente lucrativa que compra outra empresa significa um bom negócio para seus acionistas. Existem muitos pontos a ser analisados. A compra de ações dessas empresas pode se transformar em mau negócio se, por exemplo, o nível de endividamento delas aumentar perigosamente. Os especialistas do mercado aconselham o investidor a consultar profissionais da área para ter uma análise com mais segurança, pois cada operação de compra de empresa tem sua especificidade.