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Especialistas recomendam compra de units do Santander

Com uma postura agressiva de investimentos, expectativa é de que o banco espanhol confira bons retornos aos investidores no longo prazo

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

O grande potencial de ampliação do crédito no país, diante de um cenário de queda de juros e aumento de renda e emprego, também chama a atenção dos investidores de outros países. O Brasil ainda é um país com baixo volume de empréstimos, totalizando 45% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto em países da Europa e nos Estados Unidos esse percentual ultrapassa 100%. Para 2010, os estudos da Oren Investimentos apontam uma expansão de 20% no crédito no país.

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"O Santander tem a vantagem de ser forte em dois dos segmentos de maior potencial de crescimento no Brasil: crédito imobiliário e para infra-estrutura", destaca Luis Miguel Santacreu, analista da consultoria Austin Ratings.

Além disso, o desempenho da instituição deve melhorar à medida que forem sendo incorporados os ganhos de sinergia e eficiência resultantes da compra do Banco Real. O grande desafio, segundo os especialistas, fica por conta do aumento da rentabilidade, já que o retorno do banco está aquém do apresentado pelos concorrentes. "A estratégia do Santander é mais agressiva que a de seus pares. Num cenário de bonança, como é esperado para os próximos meses, isso deve gerar resultados superiores aos da concorrência", avalia João Augusto Frota Salles, analista da consultoria Lopes Filho. (continua)


Riscos, dividendos e liquidez

Ao ser mais agressivo que os rivais, o Santander também assume maiores riscos - o que pode ser perigoso em caso de mudança de cenário. Salles, entretanto, ressalta que o Santander foi um dos poucos bancos com atuação global a não ter problemas com o subprime (hipotecas de alto risco). O Índice de Basiléia, indicador de solvência utilizado por bancos de todo o mundo, mostra que o Santander Brasil encontra-se no mesmo patamar de solidez de Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil.

Mas o fato de o banco ter um controlador estrangeiro confere aos investidores um risco adicional. "Os acionistas no Brasil também correrão os riscos da matriz, que atende a uma legislação diferente da brasileira. Mesmo a operação no país sendo gerida por profissionais de primeira linha, sempre haverá a influência da matriz sobre os negócios", afirma Mendonça Neto.

Em compensação, o prospecto preliminar da oferta de units destaca a intenção do banco de elevar sua distribuição obrigatória de dividendos de 25% para 50% do lucro líquido anual. O intuito de tal medida, na avaliação de Salles, é superar os valores oferecidos pelos concorrentes. O Bradesco tem a política de distribuir anualmente 30% de seu lucro líquido, enquanto os estatutos de Itaú Unibanco e Bradesco estabelecem 25%. Em 2008, entretanto, o Bradesco distribuiu 35%, o Itaú Unibanco pagou 32% e o Banco do Brasil, 40%.

A oferta de units tem corpo para colocar os papéis do Santander entre os mais negociados da Bovespa. O banco espanhol já tem ações na bolsa, mas sua liquidez é baixa. Os especialistas acreditam que já no ano que vem os papéis deverão entrar no Ibovespa.

Os grandes do setor bancário
Banco Valor de mercado (R$ bilhões) Patrimônio Líquido (R$ bilhões) Lucro Líquido (R$ bilhões) Rentabilidade Anualizada (%) Índice de Basiléia (%)
Bradesco96,337,34,022,2717,00
Banco do Brasil78,532,44,024,9615,30
Itaú Unibanco142,547,34,618,9916,50
Santander Brasil78,249,41,09,8816,99
* Dados do último balanço divulgado
Fontes: Economática e consultoria Lopes Filho

(continua)


Investidor já pode reservar ações

Os investidores têm até o dia 5 de outubro para solicitar a sua corretora a compra de units do Santander. As reservas podem ser feitas com o valor mínimo de 3.000 reais e máximo de 300.000 reais. A expectativa dos coordenadores da operação é de que o preço dos papéis seja fixado entre 22 reais e 25 reais, mas o valor só será conhecido no dia 6 de outubro.

Serão ofertadas 525.000.000 units, cada uma formada por 55 ações ordinárias e 50 ações preferenciais. Havendo demanda, poderão ser colocados mais dois lotes, um suplementar e um adicional, somando mais 100.000.000 units. Os investidores de varejo ficarão com até 20% da oferta, sendo que funcionários e clientes do Santander Brasil terão prioridade na compra.

O aumento de capital decorrente da oferta de units deverá ser aprovado pelo Banco Central, mas não há um prazo para que isso aconteça. Após a homologação, as units serão convertidas em ações do banco.

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