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Dólares, só para viagem

Mesmo com a recuperação registrada em agosto, a compra da moeda americana só faz sentido para quem pretende viajar para o exterior

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2010 às 21h09.

Circula no mercado financeiro uma piada sobre quais seriam as duas melhores alternativas para quem tem dinheiro investido em dólar. São elas: mudar de aplicação o quanto antes, para parar de perder dinheiro, ou gastar tudo numa viagem internacional. No período de 12 meses até julho, o dólar acumulou queda de 15,9%. Isso significa que alguém que tenha investido 20 000 reais em dólar em agosto de 2006 teria 16 800 reais no final de julho. Nem mesmo a alta de 4,2% do dólar em agosto, em conseqüência da turbulência no mercado internacional, alterou a recomendação dos especialistas. Os analistas consultados pelo Guia EXAME de Investimentos Pessoais foram unânimes em descartar as aplicações indexadas ao dólar. "Com a forte entrada de dinheiro estrangeiro, tanto para a bolsa como na forma de investimento direto, não há perspectiva de ganho", afirma Eduardo Jurcevic, superintendente de investimentos do banco Real. "Dólar só faz sentido hoje para quem planeja uma viagem para o exterior ou tem de pagar contas na moeda estrangeira."

Essa parece ser também a opinião dos investidores brasileiros, que andam mantendo distância das aplicações indexadas à moeda americana. Nem mesmo os antes elogiados fundos cambiais escapam. Segundo cálculos do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, o patrimônio líquido dessa classe de fundos, que em 2002 alcançou 4,2 bilhões de reais, hoje não soma mais do que 890 milhões. Eleito o melhor especialista em fundos cambiais pelo segundo ano consecutivo, Edson Takakura, do banco Sumitomo, tem sentido bem de perto os efeitos desse desinteresse dos investidores. Um dos fundos mais premiados da casa, o cambial, que já teve patrimônio de 100 milhões de reais em 2002, não passa hoje de 8 milhões de reais. O Sumitomo mantém o fundo apenas para atender à demanda de clientes japoneses que precisam de hedge (proteção). O interesse por esse tipo de fundo tem sido tão limitado e específico que até administrá-lo está se tornando um problema. "Não indicaria um fundo cambial a ninguém. Acredito que a tendência é que ele acabe ou, no mínimo, reduza muito sua presença no mercado", diz Takakura.

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Essa parece ser também a opinião dos investidores brasileiros, que andam mantendo distância das aplicações indexadas à moeda americana. Nem mesmo os antes elogiados fundos cambiais escapam. Segundo cálculos do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, o patrimônio líquido dessa classe de fundos, que em 2002 alcançou 4,2 bilhões de reais, hoje não soma mais do que 890 milhões. Eleito o melhor especialista em fundos cambiais pelo segundo ano consecutivo, Edson Takakura, do banco Sumitomo, tem sentido bem de perto os efeitos desse desinteresse dos investidores. Um dos fundos mais premiados da casa, o cambial, que já teve patrimônio de 100 milhões de reais em 2002, não passa hoje de 8 milhões de reais. O Sumitomo mantém o fundo apenas para atender à demanda de clientes japoneses que precisam de hedge (proteção). O interesse por esse tipo de fundo tem sido tão limitado e específico que até administrá-lo está se tornando um problema. "Não indicaria um fundo cambial a ninguém. Acredito que a tendência é que ele acabe ou, no mínimo, reduza muito sua presença no mercado", diz Takakura.

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Fonte: CEF-Eaesp/FGV
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