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Dez opiniões sobre o Ibovespa

Apenas uma das dez corretoras consultadas por EXAME acredita que ainda há espaço para uma forte valorização da bolsa paulista neste ano

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A Bovespa se recuperou neste ano com uma velocidade muito superior à prevista pelos analistas. Até a última sexta-feira, a bolsa paulista acumulava uma valorização de 60,85% neste ano, a terceira maior do mundo, atrás apenas dos mercados peruano e indonésio. A má notícia para os investidores é que talvez o melhor já tenha ficado para trás. Dentre as dez corretoras consultadas pelo Portal EXAME, apenas uma considera que ainda existe espaço para uma forte valorização da Bovespa neste ano.

Veja também

Corretora/Banco
Previsão para o Ibovespa
Ativa
de 55 a 61 mil pontos
XP Investimentos
de 60 a 70 mil pontos
SLW
61 mil pontos
Planner
63.922 pontos
Fator
51 mil pontos
Socopa
62 mil pontos
Spinelli
60 a 62 mil pontos
Link Trade
73.920 pontos
Santander
em revisão
Banif
em revisão
Fonte: Corretoras e bancos

O Ibovespa fechou a última sexta-feira em 60.703 pontos. Para seis das dez corretoras, o índice deve avançar no máximo 5% até o final do ano -- uma remuneração que não seria muito superior à das aplicações de renda fixa, que oferecem um risco bem mais baixo. A maioria dos analistas também diz que a bolsa brasileira só deverá retomar ao patamar recorde de 73.920 pontos, alcançado em 2008, a partir do ano que vem.

Apesar da melhora dos indicadores econômicos tanto no ambiente doméstico como externo, os especialistas lembram que as empresas ainda operam com uma capacidade ociosa maior do que a dos níveis anteriores à crise. Além disso, muitos planos de investimento continuam em compasso de espera.

"Algumas premissas como a demanda e o nível de atividade ainda não estão completamente consolidadas tanto nos mercados emergentes quanto nos desenvolvidos", afirma a estrategista da Ativa Corretora, Mônica Araújo.

Em geral, os analistas consideram que as ações já estão caras se forem considerados os resultados apresentados nos últimos meses. A maior parte do efeito do fim da recessão no Brasil e da gradual retomada da economia mundial já está "precificada" no valor das ações. Da mesma forma, a concessão do "grau de investimento" ao Brasil pela agência de classificação de risco Moody's também parece ter sido antecipada pelos investidores, uma vez que o ministro Guido Mantega (Fazenda) já sinalizou que a melhoria da nota do país é iminente.

Além disso, os preços das commodities, que exercem forte influência sobre as cotações das empresas da Bovespa, continuam deprimidos se comparados aos níveis pré-crise. Por último, embora o ingresso de capital estrangeiro seja contínuo, ele ainda é inferior aos volumes que deixaram o país no ano passado. "Até agora, entraram 15 bilhões de reais na bolsa, enquanto no auge da crise saíram 25 bilhões de reais", afirma o analista-chefe da XP Investimentos, Rossano Oltramari.

Para o analista de investimentos da Spinelli, Jayme Alves, faltará à Bovespa um bom motivo para a quebra de recordes neste ano. "Quando a bolsa atingiu 74.000 pontos foi um momento particularmente muito favorável que ainda não se repetiu. Embora os balanços das companhias tenham mostrado performances melhores, elas ainda não conseguiram atingir grande parte do que haviam planejado e isso não será feito até o fim do ano. Ou seja, não há motivo para revisão de preços-alvo".

Hora de realizar?
Segundo o gerente de pesquisa da Planner, Ricardo Tadeu Martins, chegou a hora de o mercado realizar os lucros obtidos nas últimas semanas. Ele acredita que o Ibovespa poderia cair para 58.000 pontos. "A bolsa subiu muito rapidamente em poucos dias, o que mantém o mercado à espera de oportunidade de venda a qualquer momento. Baixas corretivas são sempre saudáveis. Se isso não ocorrer, há ainda há possibilidade de movimentações laterais, ou seja, do mercado não andar mais do que já andou."

O diretor e analista-técnico da Link Trade, Márcio Noronha, discorda. Ele diz que uma realização de lucros mais intensa só deve ocorrer quando o mercado retomar o patamar entre 67.774 e 74.000 pontos -- ou seja, bem próximo ao recorde do Ibovespa. "Não há razões para querer realizar lucros agora, mas só quando esses níveis forem retomados. É uma questão de simetria", diz.

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