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Depósitos na poupança superam saques em R$ 30,4 bi em abril, valor recorde

Em meio à crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, as famílias brasileiras fizeram mais depósitos do que saques no investimento

Dinheiro: com medo da pandemia do novo coronavírus, pessoas depositam dinheiro na poupança (Shutterstock/Internet)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de maio de 2020 às 16h38.

Em meio à crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus , as famílias brasileiras fizeram mais depósitos do que saques na caderneta de poupança no mês passado.

Dados do Banco Central mostram que, em abril, os depósitos líquidos somaram R$ 30,459 bilhões. Este é o maior volume de depósitos líquidos em um único mês em toda a série histórica do BC, iniciada em janeiro de 1995.

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O mês de abril também foi o segundo consecutivo em que houve registro de depósitos líquidos. Em março, quando a pandemia do novo coronavírus fez com que o isolamento social se intensificasse, com reflexos sobre a atividade econômica, as famílias já haviam depositado R$ 12,169 bilhões líquidos na poupança.

Esta corrida para a caderneta é justificada pela postura das famílias em relação à crise e pelas ações do governo para manter a renda da população.

Na noite de ontem, o Banco Central já havia citado, por meio do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que existe o risco de que a pandemia aumente a "poupança precacional" no Brasil.

Em outras palavras, o BC vê o risco de que as famílias, com medo do desemprego e da redução da renda, aumentem depósitos em aplicações como a caderneta de poupança, para formar um "colchão" em caso de emergências.

Isso é visto com ressalvas, porque mais dinheiro na poupança significa menos consumo - e ainda mais dificuldades para as empresas brasileiras.

Outro fator que contribuiu para o aumento dos depósitos na poupança foi o início do pagamento do auxílio emergencial à população de baixa renda, no valor de R$ 600. É de se esperar que parte dos depósitos, que começaram a ser feitos em 9 de abril, siga depositado na caderneta de poupança.

Os dados de abril mostram que os depósitos brutos na caderneta foram de R$ 215,364 bilhões, enquanto os saques atingiram R$ 184 905 bilhões. Com isso, chegou-se à captação líquida de R$ 30,459 bilhões. Considerando o rendimento de

R$ 2,284 bilhões de abril, o saldo total da poupança atingiu R$ 881,662 bilhões no mês passado. Em 2020 até abril, a poupança acumula depósitos líquidos de R$ 26,700 bilhões.

Atualmente, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic. A Selic, por sua vez, está em 3,00% ao ano, no menor patamar da história.

Esta regra de remuneração vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano. Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).

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