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CSN pode fazer IPO de mineradora em 2010, diz Santander

Para a corretora, o cenário positivo do mercado e bom desempenho da companhia favorecem a oferta de ações

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

As siderúrgicas viram suas dívidas aumentarem e suas margens diminuírem com o avanço da crise financeira. A brasileira CSN, no entanto, tem nas mãos a possibilidade de praticamente zerar suas dívidas com uma possível oferta pública de ações da mineradora Casa de Pedra. Segundo a corretora Santander -- que trabalha de forma independente do banco --, o IPO deve acontecer até o fim de 2010.

A mineradora já foi considerada o grande trunfo da empresa, mas o cenário econômico instável tornou incerto o destino da Casa de Pedra. Em maio, a CSN encerrou a disputa pela mineradora com a Vale, que já durava dez anos. Desde então, o grupo liderado pelo empresário Benjamin Steinbruch está livre para decidir o que fazer com a Casa de Pedra - uma das jazidas de ferro mais valiosas do mundo, localizada em Congonhas (MG), com reservas estimadas em 3,5 bilhões de toneladas de minério.

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No auge da crise, analistas afirmavam que o IPO seria arriscado e afirmaram que a Casa de Pedra poderia ter o mesmo destino da mineradora Namisa, também da CSN. Em outubro de 2008, a CSN vendeu 40% da Namisa a um consórcio formado por seis empresas japonesas e uma sul-coreana por 3,12 bilhões de dólares.

Nesta segunda-feira, Benjamin Steinbruch, o controlador da CSN, não descartou nenhuma alternativa para a Casa de Pedra. Afirmou, no entanto, que só venderia uma parcela da mina ao mercado por meio de um IPO se fosse para levantar muito mais do que 2 bilhões de dólares.

Com a recuperação do mercado, como acredita a corretora do Santander, o IPO volta a ganhar força. O dinheiro levantado poderia ser usado praticamente para zerar as dívidas de 4,9 bilhões de reais da CSN - um objetivo almejado por Steinbruch. De acordo com a corretora, a posição da CSN é favorável para a oferta de ações já que a companhia foi uma das menos afetadas pela crise, além de a economia brasileira ser uma das que se recupera mais rápido da recessão. "A queda de 65% do Ebitda [lucro antes de impostos e amortizações] no segundo quadrimestre é menor do que a queda de 83% da Gerdau e de 94% da Usiminas", anotou a corretora em relatório.

O Santander aponta ainda a retomada do mercado de aço no Brasil e o aumento da produção de minério de ferro. "No segmento de aço, acreditamos que os volumes de venda retornem a patamares próximos aos da fase pré-crise", avalia a corretora. "Sobre a mineração, acreditamos na valorização dos preços em 25% para 2010 e 10% para 2011. A CSN deve se beneficiar com isso." O cenário positivo fez a corretora reavaliar o preço-alvo das ações da empresa, que saltou de 42 reais para 63 reais.

Às 11h01, as ações da CSN (CSNA3) caíam 0,29%, negociadas a 54,70 reais. No mesmo instante, o Ibovespa registrava alta de 0,56%, aos 61.278 pontos.

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