Correção: JPMorgan diz que perdas da CSN com derivativos são só contábeis
Operação com derivativos não terá efeito no caixa e gerou lucro no longo prazo
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
O JPMorgan informou nesta segunda-feira que as perdas da CSN no mercado não vão gerar impacto no caixa da empresa. Em relatório, o banco havia estimado que a siderúrgica poderia ter uma perda de até 600 milhões de dólares com derivativos ligados à cotação de suas ADRs (papéis da empresa negociados nos Estados Unidos). Só que, ao contrário do que aconteceu com a Sadia, esse prejuízo será apenas contábil.
O banco explicou que, mesmo que a CSN decidisse desmontar as operações neste momento, ainda assim teria um ganho de 845 milhões de dólares entre 2 de abril de 2003 e 26 de setembro de 2008 com os contratos. Para o banco, a operação tornou-se menos lucrativa com o atual movimento de mercado, mas continua a gerar um ganho enorme para a siderúrgica.
O JPMorgan também afirmou que fez a análise dos balanços de todas as siderúrgicas e mineradoras que acompanha no Brasil para avaliar quem tem ou poderia ter exposição às flutuações do câmbio. A conclusão do banco foi positiva porque nenhuma das empresas analisadas se encontra em situação semelhante à da Sadia ou Aracruz.
Até o momento, a Sadia foi a única empresa com ações em bolsa a divulgar em detalhes suas perdas com a alta do dólar. Investimentos equivocados em opções e contratos futuros, além de uma aplicação no falido banco Lehman Brothers, geraram perdas de 760 milhões de reais para a empresa. No mesmo dia, a empresa anunciou a saída de seu diretor financeiro. Já a Aracruz confirmou prejuízos com esse tipo de operação, mas ainda não sabe avaliar o tamanho das perdas. Como se diretor financeiro também se licenciou o cargo, o mercado acredita que a empresa também fez operações alavancadas com derivativos e perdeu dinheiro.