Exame Logo

Converter carro para GNV reduz gastos; veja prós e contras

Pesquisa da Comgás mostra que a economia com o GNV pode compensar o custo de instalação do equipamento de gás em poucos meses

Carro com dinheiro no compartimento do combustível: Para quem percorre quilometragens altas, a economia com o GNV pode compensar o custo do kit gás em poucos meses (Stock.xchng)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 07h49.

São Paulo - Para os motoristas mais antenados, não é novidade que o Gás Natural Veicular (GNV) é um combustível mais barato que a gasolina e o etanol , mas uma pesquisa realizada pela Comgás, divulgada com exclusividade para EXAME.com, mostrou que a economia no abastecimento pode compensar o custo de conversão do carro para o gás em apenas quatro meses.

Esse é o tempo de retorno médio do investimento na instalação do equipamento de gás para motoristas que percorrem 8 mil quilômetros por mês, como taxistas .

Já para quem percorre mil quilômetros por mês, como é o caso de pessoas que usam o carro para uso particular, o prazo de retorno é de 30 meses, ou dois anos e meio.

Para chegar ao resultado da pesquisa, a Comgás utilizou os dados de um rali promovido pela Associação de Rádio Taxis de São Paulo (Artasp). No teste, três carros, modelo Renault Duster, percorreram um trajeto igual, de 102 quilômetros, que incluiu situações reais de trânsito na cidade e na estrada, apenas modificando o tipo de combustível: etanol, gasolina e GNV.

O rali mostrou que ao abastecer o carro com o GNV , a economia é de 61,1% em relação à gasolina, e de 59% em relação ao etanol.

Enquanto o carro movido a GNV apresentou uma média de 22 centavos por quilômetro rodado, o abastecido com etanol registrou média de 53 centavos e o com gasolina, de 56 centavos por quilômetro.

A partir desses resultados, a Comgás chegou ao prazo médio para que a economia com o GNV compense o investimento no kit gás - equipamento que permite que o carro seja abastecido com o GNV - para diferentes quilometragens.

Foi considerado um custo de 4 mil reais do kit gás (custo médio do equipamento de quinta geração, segundo a Comgás) e os seguintes preços médios de combustíveis: 2,89 reais por litro de gasolina, 1,89 real por litro de etanol e 1,72 real por metro cúbico de GNV - preços médios nacionais, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Veja no gráfico a seguir o resultado do levantamento:

Gráfico mostra o tempo de retorno do investimento no equipamento de gás para diferentes quilometragens (Comgás)

Veja também




Mais economia para quem roda mais

Conforme mostra o resultado do estudo, o GNV compensa muito mais para quem costuma percorrer quilometragens altas com o carro.

Apesar de não existir um estudo abrangente sobre a quilometragem média percorrida pelos brasileiros, de acordo com Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de novos negócios da consultoria automotiva Jato Dynamics, em condições de uso normal, os motoristas percorrem cerca de 20 mil quilômetros por ano, ou 1,8 mil por mês.

De acordo com a pesquisa, quem percorre uma distância um pouco maior que essa, de 2 mil quilômetros por mês, obtém o retorno sobre o investimento no kit gás em 15 meses. Já quem percorre mil quilômetros tem o gasto compensado em 30 meses, ou em dois anos e meio.

Ricardo Vallejo, consultor de Marketing Industrial e GNV da Comgás, afirma que o gás natural é uma fonte de combustível interessante, sobretudo para taxistas e frotistas, que utilizam o carro com frequência ao longo do dia.

“Muitos taxistas comentavam que não faziam a conversão para o GNV por causa do custo do kit gás, mas se eles percorrerem 5 mil quilômetros por mês e parcelarem o equipamento, a economia com o combustível paga o kit em cinco meses, sem que eles precisem gastar nenhum centavo a mais do que já gastavam antes”, diz Vallejo.

Ele também afirma que o combustível pode ser interessante para quem mora longe do local de trabalho ou para quem mora em uma cidade e trabalha em outra.

Mesmo quem roda apenas mil quilômetros por mês e tem o retorno apenas em dois anos e meio pode ter vantagem, uma vez que o equipamento pode ser transferido de um carro para outro, segundo Vallejo.

Outra vantagem ainda é que o GNV é um combustível menos poluente. “O GNV ajuda o meio ambiente e contribui para reduzir o trânsito porque o gás é transportado por gasoduto, então reduz a demanda por combustíveis como a gasolina, que é transportada por caminhões”, afirma Ricardo Vallejo.

Segundo ele, o gás natural tem uma emissão de gases poluentes 15% menor que o etanol e 20% menor do que a gasolina.

Isso ocorre porque a queima do GNV é muito mais completa do que a da gasolina e do álcool, uma vez que sua combustão acontece com excesso de ar, liberando mais água do que gás carbônico.

Além disso, o gás natural também é mais seguro. Por ser um combustível mais leve que o ar e possuir uma faixa de inflamabilidade menor, eventuais vazamentos dissipam-se rapidamente, diminuindo o risco de explosões e incêndios.

O que considerar antes de converter seu carro para o gás

Apesar da economia, a instalação do kit gás pode ter alguns efeitos colaterais no carro. Leandro Vanni, engenheiro de serviços da DPaschoal, diz que uma das principais desvantagens é a perda de potência.

“É comum que o veículo perca potência. A capacidade de arranque é perdida. Antigamente também se falava muito que o gás gerava problemas de motor, mas os equipamentos de quinta geração usam combustíveis líquidos, como a gasolina, para dar a partida e depois automaticamente passam para o gás, o que gera menos desgaste no motor”, afirma Vanni.

De acordo com Ricardo Vallejo, os carros perdem em média 4% da potência com o equipamento de gás. “Ele adiciona cerca de 60 quilos ao carro, o que corresponde ao peso de uma pessoa. É um peso que não interfere muito na carga do veículo”, diz.

O carro também perde espaço no porta-malas. No caso de modelos compactos, como o Ford Ka ou o Volkswagen Gol , o kit gás costuma ocupar um terço do porta-malas, já em um carro SUV, como o Renault Duster , ou Hyundai Tucson , o equipamento bloqueia um quinto do espaço.

Os carros movidos a gás também precisam passar por uma vistoria anual de segurança e de emissões, que custa 120 reais. A inspeção ocorre exatamente como ocorria a extinta inspeção veicular de São Paulo e como a inspeção dos carros no Rio de Janeiro.

Milad Kalume Neto, da Jato Dynamics, também lembra que nem todos os postos oferecem o combustível GNV. “Há uma restrição na quantidade de postos, então o proprietário pode ter dificuldades para abastecer o carro com GNV em cidades menores”, diz.

De qualquer forma, mesmo instalando o kit gás, o carro ainda pode ser abastecido com gasolina e etanol na ausência de postos com GNV.

Vallejo também lembra que em algumas regiões do país o GNV pode compensar mais do que em outras. “Tudo depende do preço do combustível concorrente. No Nordeste, por exemplo, o gás é mais caro. Já no Rio de Janeiro, um caso típico de sucesso do GNV, o gás é mais barato e o governo ainda dá desconto de 75% no IPVA para carros movidos a gás”, diz.

No site da ANP é possível consultar os valores médios de cada tipo de combustível por região. Antes de investir no equipamento a gás, portanto, é recomendável pesquisar a economia que o gás geraria por mês na sua região para verificar com mais precisão em quanto tempo o custo de 4 mil reais do equipamento seria compensado.

Outra desvantagem ainda é que os veículos zero-quilômetro perdem a garantia de fábrica depois que o equipamento de gás é instalado. “Essa questão de garantia, no entanto, é discutível porque apenas com a troca de óleo o proprietário já pode perder a garantia”, afirma o consultor da Comgás.

Uma alternativa para contornar o problema seria comprar um carro tetrafuel, que já vem de fábrica com as opções de abastecimento a gasolina, etanol ou gás. No entanto, o único carro tetrafuel do Brasil, o Fiat Siena Tetrafuel, deixou de ser fabricado e só pode ser encontrado no mercado de modelos usados .

Para o motorista que quiser utilizar o GNV, portanto, a principal recomendação é buscar oficinas que façam a instalação do kit gás. A conversão deve ser realizada apenas em empresas homologadas pelo Inmetro. No site da entidade é possível consultar a lista de instaladores registrados.

Vale citar também que, assim como a gasolina e o etanol, as vantagens e desvantagens do GNV podem variar de acordo com fatores políticos e econômicos.

Um estado pode incentivar o uso do GNV por meio da redução de IPVA, por exemplo, mas por outro lado o governo federal pode ampliar a vantagem da gasolina ao interromper os reajustes do combustível na Petrobras, como fez recentemente para conter o avanço da inflação.

Portanto, é sempre importante se atentar a fatores macroeconômicos que possam afetar as condições de mercado de cada combustível.

São Paulo - O Hyundai Azera é o carro que mais se desvaloriza depois de um ano de uso, de acordo com o ranking do Prêmio Maior Valor de Revenda de 2014, da Agência AutoInforme. O levantamento mostra a depreciação média dos 100 veículos mais vendidos do Brasil entre os meses de novembro de 2013 e de 2014. O resultado é obtido a partir das comparações entre o preço pelo qual a versão do carro zero-quilômetro foi vendida em dezembro de 2013 e o valor pelo qual o mesmo modelo seminovo foi comprado em novembro de 2014. Os preços são retirados da Tabela Molicar, que mostra os valores efetivamente praticados no mercado. Os carros que registraram grande variação de preço no período, seja pela falta de disponibilidade do modelo ou por causa de eventuais descontos repassados ao consumidor no início da pesquisa, foram desconsiderados para evitar distorções nos resultados do ranking. Quanto menos procurado é um carro, mais valor ele perde. Portanto, os carros que mais se depreciam costumam ser os mais luxuosos, já que sua demanda é escassa, ou ainda modelos que não são bem aceitos por consumidores.Alguns carros mais populares também podem ser incluídos na lista, caso as vendas não sejam suficientes para absorver a grande oferta do veículo na revenda. Um cenário econômico mais fraco do que o esperado e mudanças nas condições de financiamentos também podem contribuir para elevar o estoque da versão.A desvalorização é um bom critério para avaliar qual carro comprar pois permite avaliar o grau de dificuldade que o proprietário terá ao revender o veículo e quanto ele pode perder desde o momento da compra até a venda.  Veja nas imagens acima quais são os 30 carros de passeio que mais se desvalorizaram após um ano de uso.
  • 2. 1º lugar: Hyundai Azera

    2 /31(Divulgação / Assessoria de imprensa Caoa)

    Desvalorização em um ano: -23,8%
  • 3. 2º lugar: JAC J3

    3 /31(Divulgação)

    Desvalorização em um ano: -22,7%
  • 4. 3º lugar: JAC J3 Turin

    4 /31(Divulgação/Sala de imprensa JAC)

    Desvalorização em um ano: -22,3%
  • 5. 4º lugar: Chery Tiggo

    5 /31(Divulgação/Chery)

    Desvalorização em um ano: -21,5%
  • 6. 5º lugar: Lifan X60

    6 /31(Divulgação)

    Desvalorização em um ano: -19,0%
  • 7. 6º lugar: Kia Soul

    7 /31(Divulgação/Kia Motors)

    Desvalorização em um ano: -18,6%
  • 8. 7º lugar: Fiat Linea

    8 /31(Divulgação/Sala de imprensa Fiat)

    Desvalorização em um ano: -18,4%
  • 9. 8º lugar: Chery QQ

    9 /31(Divulgação/Chery)

    Desvalorização em um ano: -18,1%
  • 10. 9º lugar: Citroën C3 Picasso

    10 /31(Wikimedia Commons)

    Desvalorização em um ano: -18,0%
  • 11. 10º lugar: Jeep Grand Cherokee

    11 /31(Divulgação/Jeep)

    Desvalorização em um ano: -18,0%
  • 12. 11º lugar: Suzuki Grand Vitara

    12 /31(Divulgação)

    Desvalorização em um ano: -17,8%
  • 13. 12º lugar: Citroën Aircross

    13 /31(Divulgação)

    Desvalorização em um ano: -17,7%
  • 14. 13º lugar: Volkswagen Polo Sedã

    14 /31(Divulgação/Volkswagen)

    Desvalorização em um ano: -17,7%
  • 15. 14º lugar: Fiat Bravo

    15 /31(Divulgação)

    Desvalorização em um ano: -17,5%
  • 16. 15º lugar: Peugeot 408

    16 /31(Divulgação/Sala de imprensa Peugeot)

    Desvalorização em um ano: -17,5%
  • 17. 16º lugar: Hyundai Tucson

    17 /31(Divulgação / Assessoria de imprensa Caoa)

    Desvalorização em um ano: -17,5%
  • 18. 17º lugar: Hyundai Santa Fe

    18 /31(Divulgação/worldwide.hyundai.com)

    Desvalorização em um ano: -17,5%
  • 19. 18º lugar: Renault Logan

    19 /31(Divulgação / Sala de imprensa Renault)

    Desvalorização em um ano: -17,2%
  • 20. 19º lugar: Mitsubish Lancer

    20 /31(Divulgação/Sala de imprensa Mitsubish)

    Desvalorização em um ano: -17,1%
  • 21. 20º lugar: Land Rover Discovery

    21 /31(Divulgação/Land Rover)

    Desvalorização em um ano: -17,1%
  • 22. 21º lugar: Chery Celer

    22 /31(Divulgação/Sala de imprensa Chery)

    Desvalorização em um ano: -17,0%
  • 23. 22º lugar: Mitsubish Pajero

    23 /31(Divulgação/Assessoria de Imprensa Mitsubishi)

    Desvalorização em um ano: -17,0%
  • 24. 23º lugar: Mercedes-Benz Classe E

    24 /31(Divulgação/Sala de imprensa Merce)

    Desvalorização em um ano: -16,7%
  • 25. 24º lugar: MINI Cooper

    25 /31(Divulgação)

    Desvalorização em um ano: -16,6%
  • 26. 26º lugar: Volkswagen Polo

    26 /31(Divulgação)

    Desvalorização em um ano: -16,5%
  • 27. 27º lugar: Kia Sportage

    27 /31(Divulgação/Assessoria de imprensa Kia)

    Desvalorização em um ano: -16,5%
  • 28. 28º lugar: Hyundai ix35

    28 /31(Divulgação)

    Desvalorização em um ano: -16,4%
  • 29. 29º lugar: Mercedes-Benz Classe C

    29 /31(Divulgação/Mercedes-Benz)

    Desvalorização em um ano: -16,4%
  • 30. 30º lugar: Chevrolet Sonic

    30 /31(Divulgação/@ GM Corp)

    Desvalorização em um ano: -16,3%
  • 31. Agora veja a outra ponta da lista

    31 /31(Stock.xchng)

  • Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosCombustíveisVeículos

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Minhas Finanças

    Mais na Exame