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Considerando dificuldades setoriais, Brascan baixa preço-alvo da Marfrig

Estimativa para o papel em dezembro caiu de 20,15 para 14,50 reais, mas perspectiva ainda é de valorização acima de 100% no ano

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Em resposta à perspectiva de uma maior deterioração no cenário econômico internacional, a corretora Brascan baixou o preço-alvo dos papéis da Marfrig ( MRFG3 ), grande dependente de exportações, de 20,15 reais para 14,50 reais. Nesta sessão, as ações ordinárias da companhia subiam 6,01% às 15h35, negociadas a 7,05 reais.

A recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado), porém, foi reiterada, já que o potencial de valorização dos ativos frente ao último fechamento ultrapassa os 100%. Isso porque os analistas continuam acreditando que a empresa manterá fortes margens de lucro, mesmo com o cenário difícil das exportações de carne bovina.

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"Apesar de esperarmos um cenário mais adverso no curto prazo, acreditamos que a Marfrig continuará apresentando bons resultados amparados pela diversificação geográfica da companhia e pelo seu posicionamento em diversas proteínas animais. Estimamos também grandes ganhos de sinergias com as recentes aquisições realizadas pela companhia", disse a corretora.

Dificuldades no setor

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) que foram destacados pela equipe, a crise financeira afetou fortemente as exportações de carne bovina no último trimestre de 2008, sendo que o volume de carne bovina brasileira in natura destinadas ao exterior caiu 5,3% em relação ao mesmo período de 2007. Tal informação é preocupante para a Marfrig que, no terceiro trimestre, teve 16,7% de sua receita vinda de exportações.

O valor exportado ao Uruguai e Argentina também apresentou retração, decorrente da renegociação de preços, elevados estoques dos importadores, além da crise de crédito mundial.

O período foi marcado, ainda, pela entrada das operações da OSI no resultado consolidado da companhia, uma vez que a aquisição foi concluída em novembro, atenuando fatores negativos. "Esse efeito, aliado à depreciação do real, deverá proporcionar um crescimento trimestral de receita de 57,7%, e anual de 120,5%, atingindo 2.403 milhões de reais", previu a Brascan.

Para 2009, porém, as estimativas referentes à receita não estão tão otimistas e caíram 7,9% devido à deterioração do cenário econômico mundial. "Acreditamos em um menor crescimento em todos os mercados de exportação da Marfrig, além de uma retração nos preços, que deverá ser parcialmente compensada pela depreciação do real", disse.

Estimativas de resultados

Apesar dos desafios no curto prazo, os analistas ressaltaram que a Marfrig conseguirá manter um bom nível de rentabilidade nos três últimos meses de 2008, assim como conseguiu nos demais trimestres, sendo que a queda de margem esperada deve ocorrer devido à entrada das operações da OSI nos resultados.

O impacto da depreciação do real sobre a dívida em dólar da companhia deve afetar o resultado financeiro, previsto para ficar negativo em 492,3 milhões no quarto trimestre. Parcialmente compensando, um exercício de opção de compra de dólares trará um ganho de 91,7 milhões.

Se por um lado, o lucro antes de juros, impostos depreciações e amortizações (Ebitda) deve atingir 243 milhões de reais, equivalente a avanço anual de 96,6%, a empresa deve apresentar um prejuízo líquido de 234,4 milhões de reais devido às perdas financeiras estimadas. Limitando as perdas, os mercados internos do Brasil e da Argentina continuaram aquecidos durante o período, beneficiando os resultados da empresa, na avaliação da Brascan.

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