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Brasileiros trocam previdência oficial por planos privados

Pesquisa mostra que 26% dos que investem em previdência complementar não contribuem para o INSS

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

A falta de confiança na Previdência Social e a preocupação em manter uma renda no futuro têm feito com que os brasileiros invistam nos planos de previdência privada e, muitas vezes, quando possível, deixem de contribuir para o Instituto Nacional de Seguro Nacional (INSS). Isso é o que mostra uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Previdência Privada (Anapp).

De acordo com o levantamento, do total de entrevistados que possuem previdência privada, 26% investem somente nela e 73% contribuem também para o INSS. "Muitos autônomos preferem focar na previdência privada, já que ela oferece uma série de vantagens que a previdência oficial não concede", afirma o diretor da Anapp, Eduardo Freitas.

Dentre os pontos positivos destacados pelos entrevistados nos planos privados está a maior rentabilidade dos recursos. "Além disso, a previdência complementar possibilita sacar os investimentos em caso de necessidade, planejar a data e o valor da aposentadoria e, em se tratando de Planos Geradores de Benefícios Livres (PGBLs), deduzir as aplicações do imposto de renda", diz Freitas.

Substituir um plano por outro, no entanto, não é a atitude recomendada pelos especialistas. "O ideal é contribuir para os dois, mas se não for possível, melhor optar pela previdência oficial", afirma o diretor da Superintendência de Seguros Privados (Susep), René Garcia. O ex-ministro da Previdência Social José Cechin concorda. Para ele, o brasileiro deve analisar não só a aposentadoria, mas os outros benefícios que o INSS oferece, como os auxílios doença e maternidade. "É preciso lembrar que quem não contribui para a Previdência Social não tem direito a esses benefícios. Por isso, para se garantir, terá que pagar um seguro particular", diz.

Mudança

A mudança na percepção do brasileiro quanto à previdência privada começou a ser notada no final da década de 90, quando teve início a reforma da Previdência Social. "Foi aí que a imprensa passou a noticiar mais o déficit da Previdência Social", afirma Freitas. Em 1997, segundo o estudo da Anapp, os consumidores já buscavam a previdência privada como uma forma de manter o padrão de vida na velhice. Devido à quebra de bancos como o Bamerindus e o Nacional, na época, a grande preocupação dos brasileiros era com a segurança do investimento. Hoje, o ponto que mais chama a atenção é a rentabilidade.

Apesar do interesse pelo produto, o estudo mostra que falta informação aos consumidores e que é necessário tornar os contratos mais simples e claros. "As informações estão disponíveis, mas talvez não estejam postas na forma correta. Foi um  choque descobrir que muitos não sabem que as aplicações em PGBL podem ser deduzidas do imposto de renda", diz o diretor da Anapp.

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