Brasil é o mais preparado para enfrentar a crise entre países da América Latina

O potencial de recuperação dos mercados em meio a crise econômica é avaliado com freqüência por instituições financeiras – e o Brasil sempre aparece como um dos países mais preparados. Tal percepção foi reafirmada em relatório recente do Bank of America Merrill Lych, que traçou um panorama da América Latina.

Os números impressionam. Segundo a instituição, as ações de empresas latino-americanas terão um retorno de 22% nos próximos 12 meses. A recuperação acontecerá por três motivos principais: queda da taxa de juros nos países, retomada do crescimento do PIB em 2010 e o declínio na aversão global ao risco.

A projeção do relatório por países mostra que o México terá a maior alta: 30% contra 21% da bolsa brasileira e 6% da chilena. A perspectiva positiva de longo prazo para a região é sustentada pela união de consumo doméstico e investimentos no momento da recuperação.

Apesar de apresentar um potencial menor do que o México, o Brasil teve recomendação acima da média (overweight) por parte do banco, considerado o mais preparado para lidar com dificuldades no panorama global. México e Chile tiveram avaliação neutra e abaixo da média, respectivamente.

“Medidas anticíclicas fiscais e monetárias irão turbinar a evolução do PIB latino-americano de -0,1% em 2009 para 3,1% em 2010”, anotou o relatório. A instituição espera um ponto de inflexão no sentimento do mercado ainda neste segundo trimestre do ano, resultando em aumento do apetite por risco dos investidores.

O banco considera que a correlação entre a América Latina e o S&P 500 cresceu fortemente desde a quebra do Lehman Brothers, em setembro de 2008. Além disso, o relatório aponta um desconto das bolsas da região em relação a outros mercados do bloco emergente. No caso, “o principal risco de curto prazo é um movimento de realização de lucros da agência americana de classificação de riscos Standard´s & Poor 500 (S&P), em meio à fraca temporada de resultados corporativos nos EUA”.