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Bovespa cria produto de baixo risco para investir em ações

Ao reunir em um único produto ações, opções de compra e de venda, Bovespa e CBLC reduzem o risco de perdas dos investidores

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) vão lançar na próxima sexta-feira (2/2) um produto de renda variável que possibilitará aos investidores aplicar em ações e, ao mesmo tempo, se proteger contra eventuais perdas decorrentes da desvalorização dos papéis. Batizado de Proteção do Investimento com Participação (POP), o produto agrupa ações de uma empresa, e opções de compra e de venda dos papéis, de forma a garantir aos investidores o recebimento de um valor mínimo pré-acordado ao final de um período.

Ao comprar um POP, o investidor determina o nível de proteção que deseja ter, podendo chegar a 100% do capital investido. O produto terá duas datas de vencimento: 20 de agosto de 2007 e 18 de fevereiro de 2008. No término do prazo, se as ações da empresa tiverem registrado desvalorização, o investidor receberá de volta o montante combinado na compra (que poderá ser igual ou inferior ao valor pago pelo produto). Já se os papéis tiverem subido, o investidor abrirá mão de 20% ou 30% do lucro, a título de remuneração pela proteção oferecida.

"Imagine que você queira abrir um negócio, mas não possa correr o risco de perder o dinheiro investido. Nesse caso, você provavelmente deixaria de investir na abertura da própria empresa. Agora imagine que você encontra um sócio que aceite lhe devolver 90% do valor que você colocou na empresa caso o negócio dê errado e, se der certo, ele fica com 20% do lucro. É essa a lógica do POP", afirma o diretor de Controle da CBLC, Francisco Carlos Gomes.

Inicialmente, serão ofertados POPs das sete ações mais negociadas na Bovespa (Petrobras PN, Vale do Rio Doce PNA, Bradesco PN, Usiminas PNA, Telemar PN, Itaubanco PN e Siderúrgica Nacional ON) e do certificado de Papéis Índice Brasil Bovespa (PIBB). O valor de cada POP será definido com base no fechamento das ações no pregão desta quarta-feira (31/1) e não há prazo para compra. "Não se trata de um produto promocional. Estamos criando um novo mercado, que terá negociação constante", diz Ricardo Nogueira, superintendente de Operações da Bovespa.

Quem precisar dos recursos antes do final do prazo poderá vender o produto no mercado secundário. Caso contrário, na data do vencimento, o investidor deverá entrar em contato com sua corretora e orientá-la quanto ao que fazer com o dinheiro: em caso de perda, o investidor receberá em sua conta o valor garantido pré-acordado. Já se houver ganhos, o investidor receberá o valor garantido em dinheiro e o restante em ações, podendo permanecer com elas (mas, neste caso, sem a garantia) ou vendê-las e realizar o lucro do investimento.

Custos

Para investir no POP, além da taxa de corretagem, que varia de acordo com a corretora, o investidor deverá arcar com uma taxa de 0,035% cobrada pela Bovespa. No resgate, estarão isentas de Imposto de Renda as aplicações com ganhos inferiores a 20.000 reais. Nos demais casos, será cobrado 15% sobre o rendimento obtido.

Novos lançamentos

A cada dois meses, a Bovespa reavaliará quais as ações mais negociadas e seus valores, lançando novos POPs no mercado. " Queremos popularizar a Bolsa e acreditamos que o POP vai ajudar bastante os pequenos investidores a lidar com a aversão a risco", afirma o superintendente-geral da Bovespa, Gilberto Mifano.

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