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Bolsa lidera com folga ranking dos investimentos em outubro

Esboço de solução para a Europa e preços atrativos levam a corrida por ações e fazem a bolsa anular metade da baixa do ano

Bolsa: especialistas recomendam cautela ao adicionar ativos de risco ao portfólio

Bolsa: especialistas recomendam cautela ao adicionar ativos de risco ao portfólio

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2011 às 13h12.

São Paulo – Após seis meses seguidos de baixa, a Bovespa voltou a brilhar em outubro. O Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, teve um ganho de 13,74% entre 1 e 28 de outubro e pode fechar com o melhor resultado mensal em dois anos e meio. A alta de outubro também garantiu à Bovespa a liderança no ranking de aplicações de outubro, conforme a tabela abaixo:

Aplicação Rentabilidade em outubro (até o dia 28)
Ibovespa 13,74%
Fundos de ações livre* 3,94%
Fundos de ações Ibovespa ativo* 4,54%
Fundos de ações - Small Caps* 2,55%
Fundo de Ações - Dividendos* 3,75%
ETFs* 6,49%
Fundos de renda fixa* 0,74%
Fundos DI* 0,72%
Fundos multimercados multiestratégia* 1,04%
Fundos de capital protegido* 1,19%
Ouro (BM&F) -5,01%
Dólar comercial -10,52%
Poupança 0,56%
CDI 0,88%
Selic 0,84%
IGP-M 0,53
Fonte: Banco Central e Anbima  
*Os dados de fundos levam em consideração os resultados obtidos somente até o dia 25/10  

É verdade que quem comprou ações no começo do ano ainda não tem nada a comemorar. O Ibovespa acumula baixa de 14,1% em 2011 e precisa de uma forte arrancada até dezembro para que o investidor consiga fechar o ano no zero a zero.

O repique de outubro foi influenciado pelo anúncio da União Europeia de que reforçará o fundo de estabilização com mais 1 trilhão de euros, permitirá um desconto de 50% na dívida grega e promoverá a recapitalização de bancos em dificuldade. As medidas, ainda que insuficientes para aumentar a competitividade europeia no longo prazo, ao menos serviram para afastar o risco desgraça iminente que pairava no ar.

A continuidade do rali é incerta, mas estatisticamente os meses de novembro e dezembro costumam ser bastante favoráveis para as bolsas ao redor do mundo. Analistas ouvidos por EXAME.com, no entanto, alertam que o investidor que esteja pensando em comprar ações deve ser bem comedido ao adicionar ativos de risco ao portfólio.

Os especialistas lembram que, para que o repique de outubro possa se transformar em uma recuperação firme, a Europa deverá ao menos esclarecer de onde virá 1 trilhão de euros prometidos para reforçar o fundo de estabilização. Até o momento, quem tem dinheiro, como a China e o Japão, ainda parece cobrar mais garantias para assumir parte desse risco e participar do fundo.

“Não é hora de comprar ações de olhos fechados, como em 2005 ou 2006”, diz Leandro Martins, analista-chefe da Walpires Corretora. “Eu deixaria ao menos metade do dinheiro em títulos do Tesouro Direto ou outras aplicações de renda fixa.”


Na bolsa, as ações que mais subiram em outubro foram exatamente as que mais haviam caído nos nove primeiros meses deste ano. Os principais destaques foram os papéis das incorporadoras e da Gol, que avançaram mais de 30% entre 1 e 28 de outubro (veja tabela).

As maiores altas de outubro (até o dia 28)  
Gol 35,70%
Cyrela 34,80%
MRV 33,80%
Rossi 31%
PDG 30,70%

Martins, da Walpires Corretora, também rechaça a ideia de montar uma carteira só com as ações mais voláteis da bolsa. Como ele ainda espera o surgimento de dados e notícias ruins nos próximos meses, o investidor deveria investir em papéis defensivos com uma pitada de ações voláteis.

A porção defensiva da carteira deveria englobar empresas quase monopolistas ou com forte participação no mercado interno, como a AmBev e a Brasil Foods. Essas companhias não estão baratas, é verdade, mas dificilmente quebrariam em caso de agravamento da crise. Já as apostas mais arriscadas poderiam incluir os papéis da JBS, Marfrig e Gol.

O diretor da corretora Título, Marcio Cardoso, concorda que é hora de permanecer comprado em ações ligadas ao mercado interno, que não possuem uma correlação tão alta com o desempenho econômico dos países ricos quanto as empresas de commodities.

Ele acredita que uma taxa de juros mais próxima de 10% ao ano, o desemprego baixo e a renda ainda em alta tendem a beneficiar os papéis de bancos e empresas de consumo nos próximos meses. Entre os papéis que continuam com preços atrativos após o rali de outubro, o especialista cita os grandes bancos, a Hypermarcas e o Pão de Açúcar.


Já o dólar deve operar com menor volatilidade. Após oscilar entre 1,55 e quase 2 reais neste ano, a moeda americana deve ficar próxima a 1,70 real nas próximas semanas. “Os estrangeiros voltaram a ficar com uma pequena posição vendida em dólar. Mas o BC pode mudar de lado e passar a comprar moeda americana se ela rumar para 1,60 real”, afirmou.

Renda fixa

Apesar da queda dos juros e do princípio de solução na Europa, muita gente no mercado acredita que os riscos da renda variável são elevados demais neste momento para motivar uma migração de recursos hoje aplicados em renda fixa.

Para Cláudia Augelli, estrategista de investimentos da Eugênio Invest, o cenário macroeconômico internacional continua ruim mesmo após o anúncio de medidas na Europa na semana passada. “Além da gravidade da situação europeia, os Estados Unidos e a China também não inspiram muita confiança neste momento”, diz ela.

Para o investidor que optar pela renda fixa, ela recomenda a compra de CDBs de bancos médios até o limite de 70.000 reais por instituição – já que, nesses casos, o investidor conta com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito e não perde nada em caso de quebra da instituição.

O banco Sofisa, por exemplo, paga até 12% ao ano em CDBs prefixados, 110% do CDI em depósitos pós-fixados e IPCA mais 6% ao ano em papéis atrelados à inflação e a uma taxa de juros. Todos os valores acima são superiores à remuneração oferecida pelos títulos públicos vendidos por meio do Tesouro Direto, mas dependem da disposição do investidor em deixar o dinheiro aplicado por três anos.

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