Banco Votorantim capta 250 milhões de dólares por dois anos

O Banco Votorantim captou 250 milhões de dólares com a emissão de um bônus de dois anos, e vai pagar juros de 4,25% ao ano mais a variação do câmbio. A importância dessa emissão está na relação entre a baixa taxa paga e a elevada quantia captada pelo banco. Os investidores estavam muito receptivos e havia uma demanda muito maior , diz Pedro Mollo, diretor de tesouraria do Votorantim. Se quiséssemos, poderíamos ter captado 400 milhões de dólares , diz ele.

Segundo Mollo, o banco optou por não captar tudo o que poderia deliberadamente. Sempre é bom deixar uma parte dos investidores sem acesso aos papéis para poder criar um mercado secundário , diz ele. Isso proporciona uma porta de saída para quem precisa vender os papéis.

O Votorantim vem captando recursos ativamente no mercado internacional. O banco preparou-se para levantar até 1,1 bilhão de dólares no mercado externo e já captou 810 milhões de dólares desse total. A estratégia é gerar uma rede consistente de fornecedores de capital nos mercados externos.

Apesar da captação inesperada do Votorantim, o dólar voltou a fechar em alta nesta segunda-feira (10/11). A moeda americana encerrou os negócios a 2,889 reais, uma alta de 0,73% em relação à sexta-feira (7/11). Segundo um especialista no mercado de câmbio, o dólar deverá permanecer em elevação até o fim do ano. As expectativas eram de um dólar a 3 reais em dezembro, e o mercado deverá caminhar nessa direção , diz ele. Isso representa uma valorização de 5% até o fim do ano. Como há apenas mais três semanas em novembro, e dezembro será abreviado pelas festas de fim de ano, o dólar deverá subir um pouco todos os dias.

O fato de os bancos estatais, especialmente o Banco do Brasil, estarem atuando pesadamente na compra também tem forçado o dólar para cima - apesar da forte entrada de recursos externos e dos consistentes superávits comerciais. O Tesouro quer reforçar seu caixa em moeda forte e não deixa dólares sobrarem no mercado , diz o especialista. Há poucas chances de o dólar cair antes de 2004.