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Ações da Embraer caem com anúncio de oferta secundária

Reação defensiva dos investidores e maior disponibilidade de papéis no mercado afetam o preço

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

As ações da Embraer abriram esta quarta-feira (20/12) em queda, após os fundos de pensão Previ - dos funcionários do Banco do Brasil - e Sistel - de empresas de telefonia - anunciarem que venderão parte dos papéis que possuem da companhia. Por volta das 12 horas e 15 minutos, quando o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, registrava alta de 0,39%, as ações da companhia recuavam 3,76%, cotadas a 21,99 reais. Os investidores estrangeiros também acompanharam a tendência. As ADRs (American Depositary Receipts) caíam 0,38%.

Para os analistas, dois fatores explicam a queda dos papéis. O primeiro é a velha lei da oferta e da demanda. Diante da possibilidade de maior oferta de papéis da Embraer no mercado, o preço tende a cair. "Essa é a uma reação natural do mercado", afirma um analista que preferiu não ser identificado. Como exemplo, ele cita a queda de mais de 3% nos papéis da Suzano Papel e Celulose nesta manhã. Ontem, a empresa também anunciou que realizará uma oferta secundária de ações hoje em poder do BNDESPar e da Suzano Holding. O movimento de ajuste de preços é mais intenso entre os fundos de arbitragem - que buscam elevar sua rentabilidade aplicando em companhias cujos papéis têm preços distorcidos por motivos pontuais, como uma oferta secundária.

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O segundo motivo para o recuo da Embraer é a postura defensiva dos investidores nestes momentos. "O mercado sempre fica desconfortável quando grandes investidores estratégicos e de longo prazo tomam uma decisão dessas", afirma o analista-chefe da HSBC Corretora, Fábio Zagatti. A Previ e a Sistel controlam grandes fatias da companhia. O fundo do Banco do Brasil, por exemplo, detém 16,40% do seu capital e é o maior investidor institucional, à frente do Grupo Bozano, que possui 11,10%. Já a Sistel possui 7,40% da empresa, sendo seu terceiro maior investidor institucional.

Em conjunto, as companhias resolveram se desfazer de 43,317 milhões de ações ordinárias, numa oferta secundária no Brasil e nos Estados Unidos. Se considerado o preço de fechamento dos papéis na Bovespa ontem, a operação alcançaria 1 bilhão de reais. Para os analistas, é pouco para uma empresa cujo valor é estimado em 17 bilhões de dólares, mas o suficiente para despertar cautela. Se houver uma demanda maior que o esperado, o lote pode crescer em até 15%.

O movimento dos fundos já era esperado pelos investidores, pois é mais um passo para que se enquadrem às novas regras da Secretaria de Previdência Complementar. As normas restringem a exposição desses fundos a investimentos de renda variável. Apesar disso, a decisão ainda é recebida com reticências pelos analistas. "Os fundos têm papéis de outras empresas em carteira, dos quais poderiam se desfazer", diz Zagatti, do HSBC. Segundo ele, a Embraer vive uma fase positiva, com a maturação dos investimentos na linha de jatos 190 e a implantação de bases para uma expansão sustentável.

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