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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
Apesar de o consórcio formado pelo espanhol Santander, o escocês Royal Bank of Scotland e o belgo-holandês Fortis afirmar que vai realizar uma proposta 13% acima da feita pelo Barclays para a compra do ABN Amro, é possível que a oferta não seja aceita. Uma multa de 200 milhões de dólares, que consta no plano de fusão do ABN com o Barclays, divulgado na última segunda-feira (23/4), pode indicar que o banco holandês não tem a intenção de desistir do negócio com a instituição britânica.
A multa seria cobrada caso o ABN não vendesse o LaSalle, maior instituição financeira de Chicago e forte no meio-oeste americano, para o Bank of America. A operação, acordada em 15,4 bilhões de euros (21 bilhões de dólares), é condição para a concretização da fusão entre o ABN Amro e o Barclays.
Na manhã de hoje, o consórcio divulgou uma nota à imprensa informando que sua proposta só será válida se o ABN garantir que permanecerá proprietário do LaSalle. O grupo oferece 39 euros (o equivalente a 53 dólares) por cada ação do ABN, totalizando 75,537 bilhões de euros (102,9 bilhões de dólares) pela instituição. O pagamento seria feito 70% em dinheiro e 30% em ações do Royal Bank of Scotland.
Após a compra, o consórcio desmembraria o ABN, ficando o Santander com as operações no Brasil (Banco Real) e na Itália (Antonveneta), o Royal Bank of Scotland com os negócios no Reino Unido e nos Estados Unidos (LaSalle), e o Fortis com as operações na Holanda.
O Barclays ofereceu 67 bilhões de euros (91 bilhões de dólares) pelo ABN, pagando 36,25 euros (49 dólares) por ação. O executivo-chefe do Barclays, John Varley, afirmou ao serviço noticioso Thomson Financial que "certamente não" venderá o Banco Real, avaliado em 28 bilhões de reais, segundo o jornal britânico The Times. "Eu adoro esse negócio. A exemplo da participação do ABN Amro no Capitalia SpA, da Itália, trata-se de uma parte de elevado crescimento do banco", disse Varley ao Thomson Financial.