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Como usar seu carro para pagar menos juro de empréstimo

Como usar imóveis, carros, joias e até seu próprio salário para conseguir financiamentos com juros mais baixos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2012 às 17h34.

São Paulo – Obter juros mais vantajosos em empréstimos não depende só da instituição financeira, mas do perfil do cliente e das garantias que ele pode dar, seja um emprego estável ou uma renda alta. Existem inclusive linhas de crédito formatadas para consumidores que têm bens para colocar em garantia. Financiamentos com esse perfil costumam ser mais baratos que empréstimos pessoais, e certamente são mais vantajosos que dívidas em cartões de crédito e cheque especial, cujas taxas médias mensais estão hoje em 10,69% e 8,07%, respectivamente.

As linhas disponíveis possibilitam colocar em garantia imóvel ou carro quitado, aplicações financeiras, joias e até o seu salário, na modalidade crédito consignado . Conheça as características de cada uma dessas garantias, as taxas de juros normalmente praticadas nessas linhas de crédito, e os casos para os quais cada modalidade é indicada:

1. Seu imóvel

O chamado refinanciamento imobiliário nada mais é que um empréstimo pessoal em que se põe como garantia um imóvel já quitado. Normalmente, financia-se um valor de 50% a 70% do valor do imóvel, e as taxas de juros variam de 1,09% ao mês mais IGP-M até 2,45% ao mês. Os prazos costumam ser de até 30 anos, e a taxa de juros média fica em torno de 1,50% ao mês. Em caso de inadimplência, o imóvel pode ser tomado pelo banco e levado a leilão mesmo que seja o único imóvel da família. Em algumas instituições, essa modalidade é chamada de “home equity”, embora as regras do refinanciamento brasileiro sejam um pouco diferentes das regras do “home equity” americano.

Quando é indicado: para empréstimos de altos valores, uma vez que existem custos de cartório que não existem em outras modalidades de crédito. “Para alguém que vai tomar pouco dinheiro, como 5.000 reais, não compensa refinanciar um imóvel, pois o custo efetivo total fica muito elevado”, diz Marcelo Prata, CEO da consultoria Canal do Crédito.

De acordo com Elyseu Mardegan Junior, diretor do BM Sua Casa, instituição especializada nessa modalidade, essa linha de crédito é utilizada principalmente por empreendedores que precisam de capital para abrir o primeiro negócio ou de capital de giro, ou então por pessoas que querem consolidar diversas dívidas caras em uma única dívida mais barata.

Riscos: Como o imóvel é posto em garantia, em caso de não pagamento da dívida o bem pode ser executado, mesmo que seja o único imóvel da família. Por isso, tomar essa linha de crédito requer planejamento prévio e segurança de que a dívida poderá ser efetivamente paga. “Antes de partir para esta linha, verifique se o problema de endividamento é pontual ou crônico”, aconselha Marcelo Prata. Contudo, quando o imóvel é vendido em execução, a instituição financeira fica apenas com a quantia necessária para quitar o empréstimo; o restante retorna ao mutuário.


Algumas instituições que oferecem esta linha:

- BM Sua Casa (do grupo Brazilian Mortgages): financia até 50% de um imóvel de até 1,5 milhão de reais, de cinco a 30 anos, com taxa pós-fixada de 1,09% ao mês mais IGP-M ou 13,90% ao ano; ou taxa prefixada de 18,50% ao ano.

- Bradesco: financia até 70% valor do imóvel, em até 10 anos, com juros a partir de 1,52% ao mês mais CDI. Apenas para correntistas.

- Banco do Brasil: financia até 60% do imóvel, de 2 meses a 15 anos, com taxas de 1,45% a 1,53% ao mês, para correntistas com renda mínima mensal de 6.000 reais.

- Caixa (Crédito Aporte Caixa): financia até 70% do valor do imóvel, sem limite máximo de valor de empréstimo, em até 25 anos, com taxas mensais de 1,31% mais TR a 1,51% mais TR. Apenas para correntistas.

- HSBC: financia até 50% do imóvel, no valor máximo de 500.000 reais, em até 10 anos, com uma taxa de 19,50% ao ano (aproximadamente 1,50% ao mês).

2. Seu carro

Semelhante ao refinanciamento de imóveis, o refinanciamento de veículos permite que o devedor ponha seu carro, já quitado, como garantia de um empréstimo. Nesse tipo de financiamento, a idade do carro pesa mais do que o perfil do cliente no custo das taxas de juros: quanto mais novo o veículo, mais em conta serão as taxas e maior poderá ser o prazo de financiamento. De acordo com Marcelo Prata, do Canal do Crédito, as taxas atualmente variam de 1,80% a 2,30% ao mês, mas há instituições que cobram menos ou mais do que isso. Bancos e financeiras costumam financiar até 70% do valor do carro, em até 48 meses.

Quando é indicado: para quem precisa de empréstimos de alguns milhares de reais, mas não tão altos que justifiquem um refinanciamento de imóvel. O veículo em garantia não implica custos de cartório, como acontece com os imóveis, tendo um custo efetivo total menor. É outra modalidade interessante para quem precisa renegociar e consolidar dívidas mais caras em uma única dívida mais barata.

Riscos: perda do bem em caso de inadimplência. Novamente, a adesão a essa linha de crédito demanda planejamento e uma boa segurança de que será possível quitar a dívida. Perder o carro pode não ser tão ruim quanto perder a casa, o que torna esse tipo de financiamento menos arriscado do que o refinanciamento de imóvel.

Entretanto, enquanto os imóveis costumam valorizar, carros tendem a desvalorizar com o tempo. Suponha que um mutuário refinancie 70% do valor do seu carro hoje, em um prazo de cinco anos e não honre seu compromisso. É possível que, ao ser leiloado, toda a quantia paga pelo veículo fique com o banco, uma vez que o carro terá desvalorizado nesse meio tempo. Em certos casos, o carro pode sequer ser suficiente para quitar toda a dívida. Ao passo que, se fosse um imóvel que tivesse se valorizado, apenas parte do valor de venda ficaria para a instituição financeira, ficando o restante com o mutuário inadimplente.


Algumas instituições que oferecem esta linha:

- Banco do Brasil: financia veículos de passeio, utilitários, camionetas e caminhonetes com até cinco anos de fabricação e taxas de juros de 1,27% a 2,82% ao mês. Financiamento de até 70% do valor do veículo em até 58 meses para veículos com até dois anos de fabricação; e até 60% do valor do veículo em até 48 meses para veículos de três a cinco anos de fabricação. Apenas para correntistas.

- Bradesco: financia até 60% do valor de um veículo com até três anos de fabricação, até 50% do valor de um veículo de quatro a sete anos e até 40% do valor de um veículo de oito a dez anos, em até 50 meses. Taxas de juros a partir de 3,71% ao mês.

- Caixa (Aporte Auto Caixa): financia até 70% do valor de veículos com até cinco anos de fabricação. As taxas variam de 1,84% a 2,11% ao mês, e o prazo pode chegar a 48 meses. Apenas para correntistas.

3. Suas aplicações financeiras

Trata-se do empréstimo que tem como garantia as aplicações financeiras do mutuário no banco. Quase sempre, desfazer-se de aplicações financeiras é melhor do que se endividar, já que dificilmente será possível obter financiamentos com juros menores do que a rentabilidade dos investimentos. No entanto, por ser a modalidade de empréstimo mais segura para o banco, pode ser possível obter taxas bastante vantajosas. “Para o banco, é uma garantia líquida, como se fosse dinheiro em caixa. Talvez essa seja a operação mais barata que existe dentro do banco, pois o risco para a instituição é zero”, explica Anísio Castelo Branco, presidente do Instituto Brasileiro de Finanças, Perícias e Cálculos (Ibrafin).

Quando é indicado: quando se tem aplicações financeiras com carência (sem liquidez imediata, a menos que se esteja disposto a abrir mão de parte da rentabilidade). Mesmo assim, se a taxa de juros for muito superior ao rendimento das aplicações, pode valer mais a pena se desfazer do investimento para honrar seus compromissos, ainda que com deságio, do que pedir um empréstimo.

Riscos: a modalidade é bastante segura para ambas as partes, mas o mutuário pode perder parte de seus investimentos. Ainda assim, ele deve se preocupar com a taxa de juros, que não será vantajosa se for muito superior aos rendimentos totais das aplicações financeiras.

Algumas instituições que oferecem esta linha:

- Bradesco: taxas a partir de 1,89% ao mês, com prazo de até 24 meses.

- Caixa: dispõe desta linha, mas afirma que as condições variam de acordo com a relação do cliente com o banco, tipo de aplicação, prazo e valor do empréstimo.


4. Suas joias

A Caixa tem o monopólio desta modalidade no Brasil. O Penhor é uma linha de crédito rápido e de prazo curto, em que são aceitos como garantias joias, metais nobres, diamantes, relógios ou canetas de alto valor. Os prazos de contratação variam de um a 180 dias, e os valores financiados vão de 50 reais a 100.000 reais. De acordo com a Caixa, não é realizada pesquisa cadastral, bastando apresentar documento de identidade, CPF e comprovante de residência, além dos bens que servirão de garantia. A taxa de juros é de 1,70% ao mês.

A joia é avaliada por um ourives e o crédito é liberado na hora. Caso o pagamento não seja feito, é possível renegociar e até prorrogar o contrato. “A Caixa faz de tudo para não ficar com a joia da pessoa. Por isso, é uma modalidade de empréstimo bem barata e fácil”, diz Anísio Castelo Branco. O problema é que a joia é sempre avaliada por baixo. Ou seja, a quantia liberada é sempre bem inferior ao valor da joalheria. “Só porque a joia vale 5.000 reais não quer dizer que ‘no mundo real’ as pessoas pagarão 5.000 reais por ela”, diz Castelo Branco.

Essa modalidade, portanto, é indicada para quem precisa de pequenas quantias que poderão ser pagas rapidamente, dentro do prazo. Normalmente para quitar dívidas mais caras, como as do cartão de crédito ou do cheque especial. Mas ao contrário do que ocorre com os imóveis, em que o mutuário inadimplente consegue ao menos reaver a parte do valor do imóvel que excede o que foi financiado, no penhor isso não é possível. Se a joia vale 1.000 reais, mas é avaliada em 500 reais, o devedor que não conseguir pagar terá emprestado 500, mas vai perder uma joia de 1.000 reais.

O Penhor pode ser contratado em qualquer das 463 agências da Caixa habilitadas a trabalhar com essa linha, cujos endereços podem ser consultados no site da instituição. http://www1.caixa.gov.br/atendimento/index.asp

5. Seu salário

Essa é a modalidade mais conhecida de crédito com garantia. No caso, a garantia é o seu próprio salário. Todos os bancos e algumas financeiras oferecem o empréstimo consignado, que apresenta baixo risco para a instituição, uma vez que as parcelas são descontadas na folha de pagamento. De acordo com o Banco Central, a taxa de juros média do crédito consignado fica em torno de 25% ao ano, ou 1,8% ao mês.

Os juros mais baixos costumam ser oferecidos para aposentados e pensionistas do INSS e servidores públicos, que possuem rendimentos estáveis. Mas empregados de empresas privadas também conseguem empréstimos consignados em bancos que tenham convênio com suas empregadoras.

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São Paulo – Obter juros mais vantajosos em empréstimos não depende só da instituição financeira, mas do perfil do cliente e das garantias que ele pode dar, seja um emprego estável ou uma renda alta. Existem inclusive linhas de crédito formatadas para consumidores que têm bens para colocar em garantia. Financiamentos com esse perfil costumam ser mais baratos que empréstimos pessoais, e certamente são mais vantajosos que dívidas em cartões de crédito e cheque especial, cujas taxas médias mensais estão hoje em 10,69% e 8,07%, respectivamente.

As linhas disponíveis possibilitam colocar em garantia imóvel ou carro quitado, aplicações financeiras, joias e até o seu salário, na modalidade crédito consignado . Conheça as características de cada uma dessas garantias, as taxas de juros normalmente praticadas nessas linhas de crédito, e os casos para os quais cada modalidade é indicada:

1. Seu imóvel

O chamado refinanciamento imobiliário nada mais é que um empréstimo pessoal em que se põe como garantia um imóvel já quitado. Normalmente, financia-se um valor de 50% a 70% do valor do imóvel, e as taxas de juros variam de 1,09% ao mês mais IGP-M até 2,45% ao mês. Os prazos costumam ser de até 30 anos, e a taxa de juros média fica em torno de 1,50% ao mês. Em caso de inadimplência, o imóvel pode ser tomado pelo banco e levado a leilão mesmo que seja o único imóvel da família. Em algumas instituições, essa modalidade é chamada de “home equity”, embora as regras do refinanciamento brasileiro sejam um pouco diferentes das regras do “home equity” americano.

Quando é indicado: para empréstimos de altos valores, uma vez que existem custos de cartório que não existem em outras modalidades de crédito. “Para alguém que vai tomar pouco dinheiro, como 5.000 reais, não compensa refinanciar um imóvel, pois o custo efetivo total fica muito elevado”, diz Marcelo Prata, CEO da consultoria Canal do Crédito.

De acordo com Elyseu Mardegan Junior, diretor do BM Sua Casa, instituição especializada nessa modalidade, essa linha de crédito é utilizada principalmente por empreendedores que precisam de capital para abrir o primeiro negócio ou de capital de giro, ou então por pessoas que querem consolidar diversas dívidas caras em uma única dívida mais barata.

Riscos: Como o imóvel é posto em garantia, em caso de não pagamento da dívida o bem pode ser executado, mesmo que seja o único imóvel da família. Por isso, tomar essa linha de crédito requer planejamento prévio e segurança de que a dívida poderá ser efetivamente paga. “Antes de partir para esta linha, verifique se o problema de endividamento é pontual ou crônico”, aconselha Marcelo Prata. Contudo, quando o imóvel é vendido em execução, a instituição financeira fica apenas com a quantia necessária para quitar o empréstimo; o restante retorna ao mutuário.


Algumas instituições que oferecem esta linha:

- BM Sua Casa (do grupo Brazilian Mortgages): financia até 50% de um imóvel de até 1,5 milhão de reais, de cinco a 30 anos, com taxa pós-fixada de 1,09% ao mês mais IGP-M ou 13,90% ao ano; ou taxa prefixada de 18,50% ao ano.

- Bradesco: financia até 70% valor do imóvel, em até 10 anos, com juros a partir de 1,52% ao mês mais CDI. Apenas para correntistas.

- Banco do Brasil: financia até 60% do imóvel, de 2 meses a 15 anos, com taxas de 1,45% a 1,53% ao mês, para correntistas com renda mínima mensal de 6.000 reais.

- Caixa (Crédito Aporte Caixa): financia até 70% do valor do imóvel, sem limite máximo de valor de empréstimo, em até 25 anos, com taxas mensais de 1,31% mais TR a 1,51% mais TR. Apenas para correntistas.

- HSBC: financia até 50% do imóvel, no valor máximo de 500.000 reais, em até 10 anos, com uma taxa de 19,50% ao ano (aproximadamente 1,50% ao mês).

2. Seu carro

Semelhante ao refinanciamento de imóveis, o refinanciamento de veículos permite que o devedor ponha seu carro, já quitado, como garantia de um empréstimo. Nesse tipo de financiamento, a idade do carro pesa mais do que o perfil do cliente no custo das taxas de juros: quanto mais novo o veículo, mais em conta serão as taxas e maior poderá ser o prazo de financiamento. De acordo com Marcelo Prata, do Canal do Crédito, as taxas atualmente variam de 1,80% a 2,30% ao mês, mas há instituições que cobram menos ou mais do que isso. Bancos e financeiras costumam financiar até 70% do valor do carro, em até 48 meses.

Quando é indicado: para quem precisa de empréstimos de alguns milhares de reais, mas não tão altos que justifiquem um refinanciamento de imóvel. O veículo em garantia não implica custos de cartório, como acontece com os imóveis, tendo um custo efetivo total menor. É outra modalidade interessante para quem precisa renegociar e consolidar dívidas mais caras em uma única dívida mais barata.

Riscos: perda do bem em caso de inadimplência. Novamente, a adesão a essa linha de crédito demanda planejamento e uma boa segurança de que será possível quitar a dívida. Perder o carro pode não ser tão ruim quanto perder a casa, o que torna esse tipo de financiamento menos arriscado do que o refinanciamento de imóvel.

Entretanto, enquanto os imóveis costumam valorizar, carros tendem a desvalorizar com o tempo. Suponha que um mutuário refinancie 70% do valor do seu carro hoje, em um prazo de cinco anos e não honre seu compromisso. É possível que, ao ser leiloado, toda a quantia paga pelo veículo fique com o banco, uma vez que o carro terá desvalorizado nesse meio tempo. Em certos casos, o carro pode sequer ser suficiente para quitar toda a dívida. Ao passo que, se fosse um imóvel que tivesse se valorizado, apenas parte do valor de venda ficaria para a instituição financeira, ficando o restante com o mutuário inadimplente.


Algumas instituições que oferecem esta linha:

- Banco do Brasil: financia veículos de passeio, utilitários, camionetas e caminhonetes com até cinco anos de fabricação e taxas de juros de 1,27% a 2,82% ao mês. Financiamento de até 70% do valor do veículo em até 58 meses para veículos com até dois anos de fabricação; e até 60% do valor do veículo em até 48 meses para veículos de três a cinco anos de fabricação. Apenas para correntistas.

- Bradesco: financia até 60% do valor de um veículo com até três anos de fabricação, até 50% do valor de um veículo de quatro a sete anos e até 40% do valor de um veículo de oito a dez anos, em até 50 meses. Taxas de juros a partir de 3,71% ao mês.

- Caixa (Aporte Auto Caixa): financia até 70% do valor de veículos com até cinco anos de fabricação. As taxas variam de 1,84% a 2,11% ao mês, e o prazo pode chegar a 48 meses. Apenas para correntistas.

3. Suas aplicações financeiras

Trata-se do empréstimo que tem como garantia as aplicações financeiras do mutuário no banco. Quase sempre, desfazer-se de aplicações financeiras é melhor do que se endividar, já que dificilmente será possível obter financiamentos com juros menores do que a rentabilidade dos investimentos. No entanto, por ser a modalidade de empréstimo mais segura para o banco, pode ser possível obter taxas bastante vantajosas. “Para o banco, é uma garantia líquida, como se fosse dinheiro em caixa. Talvez essa seja a operação mais barata que existe dentro do banco, pois o risco para a instituição é zero”, explica Anísio Castelo Branco, presidente do Instituto Brasileiro de Finanças, Perícias e Cálculos (Ibrafin).

Quando é indicado: quando se tem aplicações financeiras com carência (sem liquidez imediata, a menos que se esteja disposto a abrir mão de parte da rentabilidade). Mesmo assim, se a taxa de juros for muito superior ao rendimento das aplicações, pode valer mais a pena se desfazer do investimento para honrar seus compromissos, ainda que com deságio, do que pedir um empréstimo.

Riscos: a modalidade é bastante segura para ambas as partes, mas o mutuário pode perder parte de seus investimentos. Ainda assim, ele deve se preocupar com a taxa de juros, que não será vantajosa se for muito superior aos rendimentos totais das aplicações financeiras.

Algumas instituições que oferecem esta linha:

- Bradesco: taxas a partir de 1,89% ao mês, com prazo de até 24 meses.

- Caixa: dispõe desta linha, mas afirma que as condições variam de acordo com a relação do cliente com o banco, tipo de aplicação, prazo e valor do empréstimo.


4. Suas joias

A Caixa tem o monopólio desta modalidade no Brasil. O Penhor é uma linha de crédito rápido e de prazo curto, em que são aceitos como garantias joias, metais nobres, diamantes, relógios ou canetas de alto valor. Os prazos de contratação variam de um a 180 dias, e os valores financiados vão de 50 reais a 100.000 reais. De acordo com a Caixa, não é realizada pesquisa cadastral, bastando apresentar documento de identidade, CPF e comprovante de residência, além dos bens que servirão de garantia. A taxa de juros é de 1,70% ao mês.

A joia é avaliada por um ourives e o crédito é liberado na hora. Caso o pagamento não seja feito, é possível renegociar e até prorrogar o contrato. “A Caixa faz de tudo para não ficar com a joia da pessoa. Por isso, é uma modalidade de empréstimo bem barata e fácil”, diz Anísio Castelo Branco. O problema é que a joia é sempre avaliada por baixo. Ou seja, a quantia liberada é sempre bem inferior ao valor da joalheria. “Só porque a joia vale 5.000 reais não quer dizer que ‘no mundo real’ as pessoas pagarão 5.000 reais por ela”, diz Castelo Branco.

Essa modalidade, portanto, é indicada para quem precisa de pequenas quantias que poderão ser pagas rapidamente, dentro do prazo. Normalmente para quitar dívidas mais caras, como as do cartão de crédito ou do cheque especial. Mas ao contrário do que ocorre com os imóveis, em que o mutuário inadimplente consegue ao menos reaver a parte do valor do imóvel que excede o que foi financiado, no penhor isso não é possível. Se a joia vale 1.000 reais, mas é avaliada em 500 reais, o devedor que não conseguir pagar terá emprestado 500, mas vai perder uma joia de 1.000 reais.

O Penhor pode ser contratado em qualquer das 463 agências da Caixa habilitadas a trabalhar com essa linha, cujos endereços podem ser consultados no site da instituição. http://www1.caixa.gov.br/atendimento/index.asp

5. Seu salário

Essa é a modalidade mais conhecida de crédito com garantia. No caso, a garantia é o seu próprio salário. Todos os bancos e algumas financeiras oferecem o empréstimo consignado, que apresenta baixo risco para a instituição, uma vez que as parcelas são descontadas na folha de pagamento. De acordo com o Banco Central, a taxa de juros média do crédito consignado fica em torno de 25% ao ano, ou 1,8% ao mês.

Os juros mais baixos costumam ser oferecidos para aposentados e pensionistas do INSS e servidores públicos, que possuem rendimentos estáveis. Mas empregados de empresas privadas também conseguem empréstimos consignados em bancos que tenham convênio com suas empregadoras.

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